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14/09/2006 - 20h34

Alckmin lança em Juiz de Fora "pacote anti-corrupção"

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Juiz de Fora

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, lançou hoje em Juiz de Fora (MG), como proposta de governo, o que chamou de pacote anti-corrupção. Com a cartilha intitulada "Combate à Corrupção", com 14 itens, Alckmin disse que vai trabalhar para recuperar "centavo por centavo" de todo o dinheiro desviado, inclusive do mensalão.

O lançamento na cidade mineira foi uma "homenagem", segundo o Alckmin, ao ex-presidente Itamar Franco (sem partido), que rompeu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta campanha para apoiar o tucano. Itamar alegou motivos "éticos" para trocar Lula por Alckmin.

"Fiz questão de lançar aqui em Juiz de Fora para fazer homenagem ao [ex] presidente Itamar Franco, que representa a política honrada, da probidade, do respeito ao dinheiro da população, da política mineira, dessa boa política. E do governador Aécio Neves (PSDB), modelo de eficiência e de uma política bem sucedida", afirmou o tucano.

Uma das propostas do pacote é dotar a AGU (Advocacia Geral da União) de um setor que fique encarregado de recuperar o dinheiro desviado com corrupção e tomar medidas jurídicas. Alckmin disse que foi feito um estudo e constatou-se que "menos de 1% do dinheiro desviado é recuperado" para os cofres públicos do país.

"Vamos colocar a AGU para trabalhar com empenho nisso para recuperar centavo por centavo", disse o presidenciável tucano. Indagado se isso incluía o mensalão, Alckmin acrescentou: "De tudo".

A proposta de Alckmin, conforme ele resumiu, é "um conjunto de medidas legislativas e administrativas para evitar a corrupção, porque, normalmente, depois que tem o problema, você sai correndo atrás".

Entre as propostas legislativas, o 12º item da cartilha propõe o "fim da Comissão Mista de Orçamento" e propõe uma "Comissão de Sistematização para definição da política fiscal, nível geral de receitas e a definição de tetos e limites para o conjunto de órgãos orçamentários".

Em discurso para cerca de 60 prefeitos, Alckmin disse que as medidas vão evitar novos "sanguessugas", os operadores do Orçamento no Congresso para compra de ambulâncias superfaturadas. A cartilha fala em "Orçamento mais realista e transparente", limite das emendas individuais e tramitação das emendas com "justificativa fundamentada".

"Nem o parlamentar nem o ministério podem ser 'donos' de uma parcela do orçamento público", diz a cartilha, que defende definição conjunta entre Executivo e Legislativo das políticas públicas das para cada uma das principais áreas do governo que possam ser objeto de emendas.

O terceiro eixo do programa proposto diz respeito às compras por meio eletrônico, de forma a reduzir custos e evitar fraudes com licitações, fiscalização rigorosa e punição "rápida" para servidores corruptos.

Além de ser reduto de Itamar, Juiz de Fora é um terreno fértil para Lula. O atual presidente venceu na cidade todas as quatro eleições presidenciais que disputou até agora: em 1989, contra Fernando Collor; 1994 e 1998, contra FHC; e nos dois turnos em 2002, contra José Serra.

Grande irmão

O presidenciável tucano Geraldo Alckmin tratou hoje Aécio Neves, governador de Minas e candidato à reeleição, de "grande irmão". Por mais de uma vez ele repetiu o gesto e negou haver "racha" no PSDB por causa da carta pública do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com críticas ao partido.

"O PSDB não tem crise, nenhuma divisão. Estamos todos unidos com o povo brasileiro para combater a corrupção, ter um governo eficiente, gerar emprego. Estamos unidos no PSDB e vivendo o melhor momento da campanha. É a única candidatura que cresce. Meu adversário [Lula] parou e começa a cair. Agora é que a campanha está esquentando ", disse Alckmin.

Após divulgar a carta e Aécio dizer que ela "desagrega", FHC disse temer que o mineiro vire "inocente útil" do lulismo. Aécio, no entanto, disse "não existe racha nenhum" no PSDB.

"São comentários absolutamente naturais de figuras públicas que devem ser tratados com naturalidade. Além da identidade programática [com FHC], nós nos gostamos", disse ele, acrescentando que o objetivo do PSDB agora é levar Alckmin para o segundo turno.

"Felizmente cada um tem o seu estilo, senão a política seria muito monótona. Temos [ele e FHC] relação fraterna e nos damos muito bem. Temos identidade também. A disputa [colocada] é algo absolutamente irreal, sem sentido, porque não tem base na realidade. Estilo cada um tem o seu, e talvez eu nem tivesse capacidade de redigir aquela carta."

O ex-presidente Itamar Franco (sem partido) disse que não comentaria o conteúdo da carta por não ser do PSDB, mas disse que FHC "fez uma carta no momento inoportuno". "O presidente Fernando poderia ter feito há três, quatro, cinco meses, mas [agora] foi inoportuno."

Sobre FHC temer que Aécio seja "inocente útil", Itamar disse sobre seu aliado: "O Aécio está bem crescidinho".

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