Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/09/2006 - 21h20

Delcídio usa música de Eduardo Araújo sem autorização

Publicidade

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha

O candidato do PT ao governo de Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral, usou em sua propaganda política uma paródia da música "Vem Quente que Eu Estou Fervendo" sem pagar direitos autorais ao autor, o músico Eduardo Araújo. O uso não autorizado de obra intelectual é crime.

A coordenadora de marketing da campanha de Delcídio, Sandra Santana, alegou que a Fermata, editora que administra a obra de Araújo, havia sido avisada. Já a Fermata informou que não houve nenhum contato sobre uso e que já está tomando providências em relação ao caso.

O jingle apareceu no horário eleitoral gratuito de Delcídio. Depois de relatar denúncias feitas por André Puccinelli (PMDB), adversário do petista na disputa, o narrador diz: "É importante não permitir que uma disputa eleitoral se transforme em agressões pessoais. Por isso estamos iniciando uma bem humorada campanha contra a baixaria na campanha eleitoral".

Logo depois, entra a música. Com a maior parte da letra idêntica à composição de Amaral, a última frase foi mudada para incluir o nome de Delcídio: "Se você quer brigar e acha que com isso estou sofrendo, se enganou, meu bem, Delcídio vai continuar crescendo", diz o jingle.

Araújo recebeu a gravação na semana passada de "um amigo" e, logo depois, informou a Fermata. "A pior coisa é isso aí, é modificar a obra de uma pessoa, de algo de sua autoria", afirmou. "É como entrar dentro da casa de alguém e roubar alguma coisa." A mudança na letra possibilita, por si só, uma reparação na esfera civil.

A música, que fez sucesso com Erasmo Carlos e foi regravada em 1996 pelo Barão Vermelho, é "o carro-chefe" entre as obras de Araújo. Uma versão dela também está no último filme do grupo Casseta & Planeta, "Casseta & Planeta - Seus Problemas Acabaram".

Além de ter sido usada em outras propagandas comerciais, "Vem Quente..." também apareceu, com autorização do autor, na propaganda política do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000).

"O preço para campanha é normalmente o dobro [do preço cobrado para o uso em peças comerciais]. Mas às vezes nem vale a pena, é muito pejorativo", disse Araújo. Ele diz que recebe cerca de R$ 150 mil para autorizar adaptações publicitária da música e que, mesmo assim, mudanças na letra costumam ser aprovadas previamente.

Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página