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09/10/2006 - 20h12

Barjas Negri quer interpelar Lula judicialmente por causa de debate

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

O prefeito de Piracicaba (SP) e ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB), chamou hoje de "infeliz" e "leviana" a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feita no debate na TV Bandeirantes de que ocorreram "transações obscuras" no ministério durante a gestão do tucano, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Barjas disse ter acionado advogados para estudar uma possível interpelação judicial contra Lula para que ele explique suas declarações no debate, feitas em referência ao esquema da máfia dos sanguessugas.

"Foi uma declaração muito infeliz e até leviana [do presidente], ao afirmar que há transações obscuras no Ministério da Saúde. Queria reafirmar que no Ministério da Saúde nunca teve corrupção nem qualquer transação obscura", disse Barjas, que era secretário-executivo do então ministro da Saúde José Serra (PSDB) e o substituiu no cargo em 2002.

O suposto envolvimento de Barjas na máfia dos sanguessugas foi declarado por Darci e Luiz Antonio Vedoin --donos da Planam, empresa pivô no esquema. Eles disseram à Polícia Federal que o empresário de Piracicaba Abel Pereira, amigo do prefeito, cobrava propina para agir na liberação de verbas do ministério durante a gestão do tucano.

"Eu acho que o presidente [Lula] foi precipitado em fazer uma afirmativa como essa e eu estou até conversando com advogados para ver se cabe alguma interpelação judicial para que ele explique estas coisas. Dependendo da resposta, cabe até uma ação por danos morais."

O prefeito de Piracicaba afirmou que "transação obscura é a compra do dossiê" contra os tucanos. "O que eu entendo por transação obscura é uma compra de um dossiê por R$ 1,7 milhão. Isso é uma coisa inexplicável, envolvendo dólar e pessoas da intimidade do presidente Lula."

O tucano também negou que empresas de Abel Pereira tenham ganho licitação para executar obras para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e para a Secretaria da Habitação, na época em que Barjas comandava a secretaria (entre 2003 e 2004, quando Geraldo Alckmin governava o Estado de São Paulo).

"Não tem a menor hipótese disso. Eu praticamente não abri quase nenhuma licitação na CDHU", disse Barjas, rebatendo suposta ligação com Abel também feita pelo presidente.

Empresas da família de Abel venceram licitações para executar obras em Piracicaba na gestão Barjas e doaram dinheiro para a sua campanha.

Abel

Advogados do empresário Abel Pereira disseram hoje ter requisitado cópia da gravação do debate para interpelar o presidente Lula sobre suas declarações. Ele nega envolvimento com a máfia dos sanguessugas.

Abel tem um acordo com a Polícia Federal para não dar entrevistas enquanto não for depor no inquérito, em Cuiabá (MT).

Os advogados dizem que Abel foi usado pelos Vedoin para vender o dossiê ao PT e incriminar os tucanos.

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