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19/10/2006 - 13h51

Delegado diz à CPI que dinheiro do dossiê não saiu do PT

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

Integrantes da CPI dos Sanguessugas disseram que o delegado Diógenes Curado --responsável pelas investigações do dossiê antitucano que seria comprado por integrantes do PT-- confirmou hoje à comissão que parte do dinheiro que seria utilizado para comprar o dossiê antitucano passou por bancas do jogo do bicho no Rio de Janeiro. O delegado negou, porém, que o dinheiro tenha saído do PT.

Segundo ele, o PT transportou o dinheiro, mas não há informações que indiquem que o montante saiu dos cofres do partido.

Em sabatina à Folha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que duvidava que o dinheiro pudesse ter saído da sua campanha, mas que se ficasse comprovado um crime eleitoral iria "pagar" por isso.

"Ele deixou claro que o dinheiro, no entender dele, não é do PT. É um dinheiro transportado, de responsabilidade, conduzido por petistas. Isso não quer dizer que lá adiante ele não chegue a essa conclusão. Mas que agora não há porque afirmar isso", disse o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que conversou hoje com Curado.

Em relação ao jogo do bicho, o delegado afirmou que não há dúvidas de que parte do valor passou por bancas de bicheiros no Rio de Janeiro, mas preferiu manter as informações em sigilo. "Ele disse que tem dinheiro que vem do jogo do bicho, entretanto afirmou que para o bom andamento dos trabalhos não vai dizer o valor, para qual bicheiro e de onde veio o dinheiro. Mas confirmou que não restam dúvidas de que parte do dinheiro veio do jogo do bicho", disse Jungmann.

O restante do valor, segundo o delegado disse à CPI, "veio de corretoras e de saques que foram tirados abaixo do limite que chamaria atenção do Coaf, de várias agências bancárias, para dificultar ao máximo o rastreamento".

Ainda hoje, Curado deve encaminhar à Justiça de Mato Grosso um relatório parcial sobre as investigações do dossiê. O documento apresenta uma relação das corretoras e casas de câmbio suspeitas de terem repassado os dólares que seriam usados na compra do dossiê. A CPI vai enviar um dos técnicos da comissão a Cuiabá para obter uma cópia do documento.

A comissão espera também obter até amanhã informações sobre as quebras de sigilo das pessoas envolvidas com o escândalo e o cruzamento dos dados do rastreamento do dinheiro. Durante o final de semana, técnicos e integrantes da CPI vão trabalhar em Brasília para análise do material. A próxima reunião da CPI está marcada para o dia 31.

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