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01/11/2006
-
11h55
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington
A dança das cadeiras do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva começou pelo exterior. O embaixador do Brasil em Washington, Roberto Abdenur, teve seu cargo pedido em telegrama enviado ontem, 48 horas depois das eleições que reelegeram o presidente brasileiro.
O telegrama em que o Itamaraty comunica que está sendo providenciada portaria que remove o embaixador de seu posto de volta a Brasília foi recebido na manhã de ontem, conforme apurou a Folha. Em reunião emocionada com seus funcionários na embaixada, Abdenur avisou que voltaria para sua cidade-natal, o Rio de Janeiro --o que, em tese, significa que se aposentaria da carreira diplomática.
A remoção de Abdenur, um desafeto público do chanceler Celso Amorim, levanta duas hipóteses: a de que o ministro das Relações Exteriores continuará em seu cargo no segundo mandato; e a de que Amorim ele próprio viria para o posto em Washington.
O presidente Lula já disse que uma de suas prioridades para os próximos quatro anos é o fortalecimento das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos.
Outros nomes cogitados para o posto são os do atual embaixador do Brasil em Moscou, Carlos Augusto Santos Neves, do embaixador em Buenos Aires, Mauro Viera, e do embaixador junto à Missão da ONU, Ronaldo Sardenberg. O nome do escolhido por Lula ainda não foi divulgado, mas já está nas mãos de Abdenur.
Junto do telegrama comunicando sua remoção, a Folha apurou que o embaixador recebeu um telegrama secreto exclusivo, que só pode ser aberto pelo titular do posto. Telegramas assim são raros e geralmente trazem o pedido de "agrément" para o governo dos Estados Unidos, já com o novo nome do titular do posto. Este pedido deve ser entregue ainda hoje por Roberto Abdenur para o Departamento de Estado.
O fato de o veterano embaixador ter recebido seu aviso de remoção por telegrama e em prazo recorde causou constrangimento nos meios diplomáticos. Aos 64 anos, visto pela comunidade como um nome importante na reaproximação bilateral entre Brasil e EUA, Roberto Abdenur foi ministro das Relações Exteriores entre 1993 e 1995, embaixador em Viena, Berlim, Pequim e Quito. Deve continuar no atual cargo pelo menos até janeiro.
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A dança das cadeiras do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva começou pelo exterior. O embaixador do Brasil em Washington, Roberto Abdenur, teve seu cargo pedido em telegrama enviado ontem, 48 horas depois das eleições que reelegeram o presidente brasileiro.
O telegrama em que o Itamaraty comunica que está sendo providenciada portaria que remove o embaixador de seu posto de volta a Brasília foi recebido na manhã de ontem, conforme apurou a Folha. Em reunião emocionada com seus funcionários na embaixada, Abdenur avisou que voltaria para sua cidade-natal, o Rio de Janeiro --o que, em tese, significa que se aposentaria da carreira diplomática.
A remoção de Abdenur, um desafeto público do chanceler Celso Amorim, levanta duas hipóteses: a de que o ministro das Relações Exteriores continuará em seu cargo no segundo mandato; e a de que Amorim ele próprio viria para o posto em Washington.
O presidente Lula já disse que uma de suas prioridades para os próximos quatro anos é o fortalecimento das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos.
Outros nomes cogitados para o posto são os do atual embaixador do Brasil em Moscou, Carlos Augusto Santos Neves, do embaixador em Buenos Aires, Mauro Viera, e do embaixador junto à Missão da ONU, Ronaldo Sardenberg. O nome do escolhido por Lula ainda não foi divulgado, mas já está nas mãos de Abdenur.
Junto do telegrama comunicando sua remoção, a Folha apurou que o embaixador recebeu um telegrama secreto exclusivo, que só pode ser aberto pelo titular do posto. Telegramas assim são raros e geralmente trazem o pedido de "agrément" para o governo dos Estados Unidos, já com o novo nome do titular do posto. Este pedido deve ser entregue ainda hoje por Roberto Abdenur para o Departamento de Estado.
O fato de o veterano embaixador ter recebido seu aviso de remoção por telegrama e em prazo recorde causou constrangimento nos meios diplomáticos. Aos 64 anos, visto pela comunidade como um nome importante na reaproximação bilateral entre Brasil e EUA, Roberto Abdenur foi ministro das Relações Exteriores entre 1993 e 1995, embaixador em Viena, Berlim, Pequim e Quito. Deve continuar no atual cargo pelo menos até janeiro.
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