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12/11/2006 - 11h46

Tarso deve deixar articulação política no segundo mandato

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VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva analisa a troca no comando de sua articulação política no segundo mandato. A avaliação é que o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) "cumpriu seu papel" durante a campanha da reeleição, adotando um tom de "enfrentamento" com a oposição, e, agora, o perfil ideal seria de alguém mais conciliador.

Nas análises sobre o futuro da articulação política, Lula tem ouvido o conselho de auxiliares para nomear alguém com pontes na oposição, o que facilitaria as negociações com o Congresso para temas importantes como a renovação da CPMF (o imposto do cheque).

A receita da CPMF, mais de R$ 32 bilhões por ano, é imprescindível para fechar as contas do Orçamento.

Os nomes citados são os do governador Jorge Vianna (AC) e do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim, além do de Aldo Rebelo (PC do B). Os dois primeiros têm boas relações com os tucanos. O último, na condição de presidente da Câmara dos Deputados, criou alianças com políticos da oposição.

Aliados de Lula, porém, ainda não cravam a saída de Tarso Genro do Palácio do Planalto, onde fica seu gabinete. O presidente espera seu retorno de um período de descanso para intensificar contatos com partidos políticos. O próprio Tarso, no entanto, já teria manifestado desejo de servir ao presidente em outro ministério.

Caso Lula opte realmente por essa mudança, Tarso Genro não deixaria o governo. Seria remanejado para outra pasta. Sua predileção é pelo Ministério da Justiça, que deve ficar vago com a saída de Marcio Thomaz Bastos. Para essa pasta, estão cotados ainda Jobim e o ministro do STF Sepúlveda Pertence. Jobim teria dado sinais de que não deseja o posto.

Economia

O presidente também analisa a composição de sua equipe econômica. Hoje, sua tendência é manter Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O último já estaria praticamente confirmado, já o primeiro sofre a resistência de um grupo dentro do governo.

Integrantes da cúpula do governo e do PT classificam Mantega de um ministro sem muita credibilidade no mercado, que não daria o "peso" necessário ao Ministério da Fazenda num segundo mandato que precisa ser marcado pelo crescimento.

Na outra ponta da equipe econômica, Lula deve manter no posto o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), mas terá de atender às reivindicações do empresário para seguir com o presidente no próximo ano.

Furlan quer indicar nomes de sua confiança para comandar quatro órgãos: BNDES, Sebrae, Apex (Agência de Promoção de Exportações) e ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

Durante todo o primeiro mandato Furlan não conseguiu emplacar um presidente do BNDES. O atual, Demian Fiocca, é ligado a Mantega.

Apesar de o empresário Jorge Gerdau ter dito que não deseja integrar o governo, Lula ainda analisa um convite. O presidente não gostou do vazamento. Em conversas reservadas, disse que o objetivo do lançamento do nome de Gerdau para o ministério teria sido o de tentar queimar o empresário.

Boas apostas

À parte as indefinições, Lula já tem um grupo de ministros praticamente assegurados no segundo mandato. Alguns já foram avisados que ficam, mas o presidente pediu reserva para evitar ciumeiras na fase de montagem do ministério.

Fazem parte desse grupo: Dilma Rousseff (Casa Civil), Celso Amorim (Relações Exteriores), Walfrido Mares Guia (Turismo), Fernando Haddad (Educação) e Luiz Dulci (Secretaria Geral).

Outros nomes são tidos como certos na próxima equipe de Lula, mas ainda sem definição de pastas: a ex-prefeita Marta Suplicy e a senadora Roseana Sarney.

Além de Thomaz Bastos, Gilberto Gil (Cultura) também disse a Lula que não deseja permanecer no segundo mandato.

Na composição ministerial, Lula ainda aguarda um processo de unificação dentro do PMDB para formalizar convites a políticos do partido. No governo, há quem defenda entregar aos peemedebistas as presidências da Câmara e do Senado como forma de diminuir o apetite do partido por ministérios.

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