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24/11/2006
-
09h37
FERNANDO RODRIGUES
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ex-presidente do STF Nelson Jobim desistiu de ser ministro e passou a priorizar uma articulação para virar presidente do PMDB a partir de março, quando termina o mandato do deputado Michel Temer (SP), historicamente mais ligado ao PSDB que ao PT. O presidente Lula articula diretamente a substituição de Temer por Jobim, apurou a Folha.
Jobim era cotado para ministro da Justiça do segundo mandato de Lula. Ocupou essa vaga de 1995 a 1997, no primeiro mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso.
A decisão de Jobim foi recebida com entusiasmo pelo Planalto. Em reunião ontem de manhã, Lula já comunicou aos seus dois principais interlocutores peemedebistas, os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), que considera essa uma saída apropriada.
O presidente recomendou, porém, que o PMDB tenha cuidado com o futuro de Temer, que ficaria apenas como deputado federal sem cargos relevantes após deixar o comando da agremiação. Opções estão sendo pensadas, inclusive a nomeação de Temer para algum tribunal superior. Ele é advogado constitucionalista, mas diz em conversas reservadas não ter interesse nesse tipo de compensação. O peemedebista sonha em presidir a Câmara.
A articulação de Jobim para voltar a ter vida política ativa começou há meses. Anteontem de manhã, entretanto, ele deu o passo mais direto. Recebeu Temer em sua residência em Brasília para uma conversa a sós.
Falaram sobre livros que estão lendo e outras amenidades até que Jobim abriu o jogo: "Michel, seu mandato de presidente do PMDB vai até março. Se você não continuar como presidente, eu gostaria de ser".
Como são amigos desde a década de 70, Temer respondeu com uma brincadeira: "Mas você não vai ser ministro da Justiça?" Foi uma alusão à saída do ministro Márcio Thomaz Bastos, somada a informações de que Lula gostaria de ter Jobim como colaborador direto.
Jobim respondeu: "Olha, já fui ministro. Acho que posso ajudar mais de outra forma. No PMDB, acredito que tenho mais condições de colaborar para que o partido continue o processo de unificação".
Temer não disse nem sim nem não, mas ficou aliviado por ser procurado por Jobim: "Pensei que você iria participar de um tipo de quartelada para me tirar da presidência". Resposta: "Michel, minha candidatura jamais será contra você".
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Jobim desiste de ministério e articula para presidir o PMDB
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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ex-presidente do STF Nelson Jobim desistiu de ser ministro e passou a priorizar uma articulação para virar presidente do PMDB a partir de março, quando termina o mandato do deputado Michel Temer (SP), historicamente mais ligado ao PSDB que ao PT. O presidente Lula articula diretamente a substituição de Temer por Jobim, apurou a Folha.
Jobim era cotado para ministro da Justiça do segundo mandato de Lula. Ocupou essa vaga de 1995 a 1997, no primeiro mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso.
A decisão de Jobim foi recebida com entusiasmo pelo Planalto. Em reunião ontem de manhã, Lula já comunicou aos seus dois principais interlocutores peemedebistas, os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), que considera essa uma saída apropriada.
O presidente recomendou, porém, que o PMDB tenha cuidado com o futuro de Temer, que ficaria apenas como deputado federal sem cargos relevantes após deixar o comando da agremiação. Opções estão sendo pensadas, inclusive a nomeação de Temer para algum tribunal superior. Ele é advogado constitucionalista, mas diz em conversas reservadas não ter interesse nesse tipo de compensação. O peemedebista sonha em presidir a Câmara.
A articulação de Jobim para voltar a ter vida política ativa começou há meses. Anteontem de manhã, entretanto, ele deu o passo mais direto. Recebeu Temer em sua residência em Brasília para uma conversa a sós.
Falaram sobre livros que estão lendo e outras amenidades até que Jobim abriu o jogo: "Michel, seu mandato de presidente do PMDB vai até março. Se você não continuar como presidente, eu gostaria de ser".
Como são amigos desde a década de 70, Temer respondeu com uma brincadeira: "Mas você não vai ser ministro da Justiça?" Foi uma alusão à saída do ministro Márcio Thomaz Bastos, somada a informações de que Lula gostaria de ter Jobim como colaborador direto.
Jobim respondeu: "Olha, já fui ministro. Acho que posso ajudar mais de outra forma. No PMDB, acredito que tenho mais condições de colaborar para que o partido continue o processo de unificação".
Temer não disse nem sim nem não, mas ficou aliviado por ser procurado por Jobim: "Pensei que você iria participar de um tipo de quartelada para me tirar da presidência". Resposta: "Michel, minha candidatura jamais será contra você".
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