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27/11/2006
-
09h43
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
O secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira, já conta com a engorda do caixa do partido graças à eleição de cinco governadores petistas. Ferreira vai procurar os tesoureiros do partido no Acre, Piauí, Pará, Bahia e Sergipe para que atuem na cobrança da contribuição dos filiados (conhecida como "dízimo") que ocupam cargos em comissão. Além desses Estados, a secretaria de finanças do PT investirá no Ceará, onde o vice eleito também é petista.
Com o esforço de combate à inadimplência, a intenção é arrecadar mais R$ 10 milhões por ano. A dívida reconhecida pelo PT, que já foi de R$ 55 milhões, hoje está em torno de R$ 40 milhões. Há ainda um débito não admitido com o publicitário Marcos Valério de Souza, que passaria de R$ 100 milhões.
Na reunião do Diretório Nacional, encerrada ontem, Ferreira informou ter montado uma força-tarefa para cobrar o "dízimo" dos caloteiros --que ele chamou eufemisticamente de "estrutura de abordagem".
"A maioria dos que estão em cargo de confiança estão inadimplentes", disse.
Pelo estatuto, os petistas são obrigados a contribuir para o partido, segundo uma tabela que chega a até 20% do salário. Mas caiu drasticamente o volume de contribuições após o escândalo do mensalão.
Segundo Ferreira, pelo menos 3.000 filiados têm deixado de contribuir com o PT. "Cálculos aproximados apontam que [se estivessem em dia] seria o suficiente para pagar a dívida do partido em três anos", disse.
Hoje, 974 petistas com cargos de confiança no Executivo colaboram com o partido. No Legislativo, são 701. Segundo membros do PT, o que a sigla deixou de arrecadar, após a explosão da crise, seria suficiente para construir uma nova sede.
Na reunião, Ferreira reclamou da inadimplência e da excessiva dependência com o fundo partidário. "É fundamental recuperar a capacidade de auto-sustentação do partido."
Ainda segundo ele, as dívidas em impostos e com pequenos credores já foram quitadas. A dívida com o Banco do Brasil e com o BMG foi parcelada.
Como o comando da campanha tem até amanhã para fechar as contas do comitê de Lula, Ferreira não incluiu na exposição o balanço sobre a eleição. Na véspera, porém, reconheceu que o PT pode herdar as dívidas da campanha. A Folha apurou que o rombo está entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
Ontem, Ferreira afirmou que o "comando da campanha tem até as 19h de terça-feira [amanhã] para resolver o problema" e que, mantido o buraco, o partido deverá assumir a dívida.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a preparação do segundo mandato de Lula
PT já conta com eleitos para arrecadar mais
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
O secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira, já conta com a engorda do caixa do partido graças à eleição de cinco governadores petistas. Ferreira vai procurar os tesoureiros do partido no Acre, Piauí, Pará, Bahia e Sergipe para que atuem na cobrança da contribuição dos filiados (conhecida como "dízimo") que ocupam cargos em comissão. Além desses Estados, a secretaria de finanças do PT investirá no Ceará, onde o vice eleito também é petista.
Com o esforço de combate à inadimplência, a intenção é arrecadar mais R$ 10 milhões por ano. A dívida reconhecida pelo PT, que já foi de R$ 55 milhões, hoje está em torno de R$ 40 milhões. Há ainda um débito não admitido com o publicitário Marcos Valério de Souza, que passaria de R$ 100 milhões.
Na reunião do Diretório Nacional, encerrada ontem, Ferreira informou ter montado uma força-tarefa para cobrar o "dízimo" dos caloteiros --que ele chamou eufemisticamente de "estrutura de abordagem".
"A maioria dos que estão em cargo de confiança estão inadimplentes", disse.
Pelo estatuto, os petistas são obrigados a contribuir para o partido, segundo uma tabela que chega a até 20% do salário. Mas caiu drasticamente o volume de contribuições após o escândalo do mensalão.
Segundo Ferreira, pelo menos 3.000 filiados têm deixado de contribuir com o PT. "Cálculos aproximados apontam que [se estivessem em dia] seria o suficiente para pagar a dívida do partido em três anos", disse.
Hoje, 974 petistas com cargos de confiança no Executivo colaboram com o partido. No Legislativo, são 701. Segundo membros do PT, o que a sigla deixou de arrecadar, após a explosão da crise, seria suficiente para construir uma nova sede.
Na reunião, Ferreira reclamou da inadimplência e da excessiva dependência com o fundo partidário. "É fundamental recuperar a capacidade de auto-sustentação do partido."
Ainda segundo ele, as dívidas em impostos e com pequenos credores já foram quitadas. A dívida com o Banco do Brasil e com o BMG foi parcelada.
Como o comando da campanha tem até amanhã para fechar as contas do comitê de Lula, Ferreira não incluiu na exposição o balanço sobre a eleição. Na véspera, porém, reconheceu que o PT pode herdar as dívidas da campanha. A Folha apurou que o rombo está entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
Ontem, Ferreira afirmou que o "comando da campanha tem até as 19h de terça-feira [amanhã] para resolver o problema" e que, mantido o buraco, o partido deverá assumir a dívida.
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