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27/11/2006
-
10h00
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A antiga ala oposicionista do PMDB, hoje "neolulista", articula-se contra a candidatura do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim à presidência do partido. Com aval do Palácio do Planalto e do grupo peemedebista que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do primeiro mandato, Jobim deseja substituir o atual presidente, o deputado federal Michel Temer (SP), em março.
Os neolulistas avaliam que o patrocínio dos antigos governistas a Jobim tem o objetivo de minar o espaço futuro que o grupo pretende obter no segundo mandato de Lula. Temer recebeu telefonemas do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, e do presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, dizendo que não deve aceitar um acordo para passar o cargo a Jobim.
O próprio Temer teve conversa com Jobim na semana passada. Procurado pelo ex-presidente do STF, Temer disse que não boicotaria sua eventual candidatura desde que fosse tratada em fevereiro, um mês antes da convenção peemedebista que escolherá o novo presidente do partido.
Os governistas, porém, querem dar desde já a hipótese Jobim como quase consumada, desagradando aos neolulistas. Na quarta-feira da semana passada, o presidente do PMDB teve um encontro com Lula.
Temer disse que não seria um obstáculo ao entendimento com Lula, que não é verdade que não gosta do petista e que as tentativas de alianças entre os dois nos últimos anos fracassaram porque foram bombardeadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo senador e ex-presidente da República José Sarney (AP).
Temer disse a Lula que uma maioria "amplíssima" do PMDB estaria propensa a apoiar seu segundo mandato e que trabalharia nesse sentido. Lula considerou o encontro "histórico", pois sinalizava pela primeira vez em anos uma quase unidade do PMDB.
No dia seguinte, manhã de quinta-feira, Renan e Sarney foram a Lula e lhe propuseram articular rapidamente a troca de Temer por Jobim. O presidente gostou, pois é amigo do ex-presidente do STF. Jobim rejeita um ministério devido ao desejo de continuar a advogar.
O pano de fundo do imbróglio é a disputa por espaço. Um grupo, recém-chegado, deseja que Lula lhe dê ministérios e cargos em tamanho proporcional aos que a ala governista já possui. Como a presidência do partido é uma posição de força, que dita os rumos da sigla, as duas alas já começam a se estranhar nos bastidores, uma semana depois de sinalizarem que estarão quase todos no barco lulista no segundo mandato.
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PMDB "neolulista" articula contra Nelson Jobim
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A antiga ala oposicionista do PMDB, hoje "neolulista", articula-se contra a candidatura do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim à presidência do partido. Com aval do Palácio do Planalto e do grupo peemedebista que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do primeiro mandato, Jobim deseja substituir o atual presidente, o deputado federal Michel Temer (SP), em março.
Os neolulistas avaliam que o patrocínio dos antigos governistas a Jobim tem o objetivo de minar o espaço futuro que o grupo pretende obter no segundo mandato de Lula. Temer recebeu telefonemas do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, e do presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, dizendo que não deve aceitar um acordo para passar o cargo a Jobim.
O próprio Temer teve conversa com Jobim na semana passada. Procurado pelo ex-presidente do STF, Temer disse que não boicotaria sua eventual candidatura desde que fosse tratada em fevereiro, um mês antes da convenção peemedebista que escolherá o novo presidente do partido.
Os governistas, porém, querem dar desde já a hipótese Jobim como quase consumada, desagradando aos neolulistas. Na quarta-feira da semana passada, o presidente do PMDB teve um encontro com Lula.
Temer disse que não seria um obstáculo ao entendimento com Lula, que não é verdade que não gosta do petista e que as tentativas de alianças entre os dois nos últimos anos fracassaram porque foram bombardeadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo senador e ex-presidente da República José Sarney (AP).
Temer disse a Lula que uma maioria "amplíssima" do PMDB estaria propensa a apoiar seu segundo mandato e que trabalharia nesse sentido. Lula considerou o encontro "histórico", pois sinalizava pela primeira vez em anos uma quase unidade do PMDB.
No dia seguinte, manhã de quinta-feira, Renan e Sarney foram a Lula e lhe propuseram articular rapidamente a troca de Temer por Jobim. O presidente gostou, pois é amigo do ex-presidente do STF. Jobim rejeita um ministério devido ao desejo de continuar a advogar.
O pano de fundo do imbróglio é a disputa por espaço. Um grupo, recém-chegado, deseja que Lula lhe dê ministérios e cargos em tamanho proporcional aos que a ala governista já possui. Como a presidência do partido é uma posição de força, que dita os rumos da sigla, as duas alas já começam a se estranhar nos bastidores, uma semana depois de sinalizarem que estarão quase todos no barco lulista no segundo mandato.
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