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11/12/2006
-
22h52
FELIPE NEVES
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrancou, na noite desta segunda-feira, risos e aplausos de uma platéia formada por empresários e intelectuais ao, de certa forma, desmerecer a esquerda brasileira. Segundo ele, trata-se de uma ideologia típica da juventude.
"Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema" [risos e aplausos]. "Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema", afirmou o presidente depois de receber o prêmio "Brasileiro do Ano" da revista "IstoÉ".
Lula explicou que, em sua opinião, as pessoas responsáveis tendem a, conforme amadurecem, abrir mão de suas convicções radicais para alcançar uma confluência. Tal fenômeno ele classificou de "evolução da espécie humana".
"Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, e quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. As coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito".
Segundo o presidente, a sua idade --60 anos-- é o ponto do equilíbrio. "Porque a gente não é nem um nem outro [nem novo nem velho]. A gente se transforma no caminho do meio, aquele que precisa ser seguido pela sociedade", afirma.
Lula começou a falar sobre maturidade e juventude ao mencionar que, "depois de 20 e tantos anos criticando", agora é amigo e aliado de Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda (1967-1974).
Hora de destravar
No resto de seu discurso, Lula voltou a enfatizar sua vontade de "destravar" o Brasil, para que possa alcançar o tão almejado crescimento econômico.
Segundo ele, o grande dilema agora é conciliar essa necessidade de crescer com a manutenção do controle inflacionário. "Em que momentos o Brasil conseguiu crescer com inflação baixa?", questionou, mencionando o governo de Juscelino Kubitschek e o período militar.
Mas o petista deixou claro que isso não o fará mudar sua convicção de que tem que manter a estabilidade econômica. E atacou os críticos.
"Os mesmos que brigam a vida inteira contra a taxa de juros, não brigam contra o aumento da inflação. Não brigam, até porque no Brasil tem gente que ganha com a alta da inflação e, certamente, não são os trabalhadores brasileiros, e muito menos os que ganham menos", afirmou.
Irônico, o presidente disse que pensou que poderia descansar depois das eleições, mas que, ao contrário, neste período não conseguiu parar nem um minuto, tamanha é sua preocupação em criar medidas para desobstruir o desenvolvimento do país.
Na conclusão, foi ainda mais enfático ao assumir um compromisso com a população. Disse que não terá sentido sua reeleição se ele não conseguir fazer o país dar o "passo seguinte", que é alcançar "crescimento econômico, com desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualidade".
"Espero estar vivo para daqui quatro anos, aí sim, vocês me darem o prêmio de brasileiro que cumpriu com as palavras assumidas durante a campanha", disse.
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Lula diz que maturidade o afastou da esquerda
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da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrancou, na noite desta segunda-feira, risos e aplausos de uma platéia formada por empresários e intelectuais ao, de certa forma, desmerecer a esquerda brasileira. Segundo ele, trata-se de uma ideologia típica da juventude.
"Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema" [risos e aplausos]. "Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema", afirmou o presidente depois de receber o prêmio "Brasileiro do Ano" da revista "IstoÉ".
Lula explicou que, em sua opinião, as pessoas responsáveis tendem a, conforme amadurecem, abrir mão de suas convicções radicais para alcançar uma confluência. Tal fenômeno ele classificou de "evolução da espécie humana".
"Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, e quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. As coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito".
Segundo o presidente, a sua idade --60 anos-- é o ponto do equilíbrio. "Porque a gente não é nem um nem outro [nem novo nem velho]. A gente se transforma no caminho do meio, aquele que precisa ser seguido pela sociedade", afirma.
Lula começou a falar sobre maturidade e juventude ao mencionar que, "depois de 20 e tantos anos criticando", agora é amigo e aliado de Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda (1967-1974).
Hora de destravar
No resto de seu discurso, Lula voltou a enfatizar sua vontade de "destravar" o Brasil, para que possa alcançar o tão almejado crescimento econômico.
Segundo ele, o grande dilema agora é conciliar essa necessidade de crescer com a manutenção do controle inflacionário. "Em que momentos o Brasil conseguiu crescer com inflação baixa?", questionou, mencionando o governo de Juscelino Kubitschek e o período militar.
Mas o petista deixou claro que isso não o fará mudar sua convicção de que tem que manter a estabilidade econômica. E atacou os críticos.
"Os mesmos que brigam a vida inteira contra a taxa de juros, não brigam contra o aumento da inflação. Não brigam, até porque no Brasil tem gente que ganha com a alta da inflação e, certamente, não são os trabalhadores brasileiros, e muito menos os que ganham menos", afirmou.
Irônico, o presidente disse que pensou que poderia descansar depois das eleições, mas que, ao contrário, neste período não conseguiu parar nem um minuto, tamanha é sua preocupação em criar medidas para desobstruir o desenvolvimento do país.
Na conclusão, foi ainda mais enfático ao assumir um compromisso com a população. Disse que não terá sentido sua reeleição se ele não conseguir fazer o país dar o "passo seguinte", que é alcançar "crescimento econômico, com desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualidade".
"Espero estar vivo para daqui quatro anos, aí sim, vocês me darem o prêmio de brasileiro que cumpriu com as palavras assumidas durante a campanha", disse.
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