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13/12/2006 - 07h46

PF investiga suposta compra de voto por candidato ao Senado em RO

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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha

Oito testemunhas ouvidas pela Polícia Federal em Rondônia afirmaram que receberam R$ 100 para votar no senador eleito para o Estado, Expedito Júnior (PPS).

As testemunhas são funcionários da Rocha Segurança e Vigilâncias, empresa de Irineu Gonçalves, irmão de Expedito.

De acordo com a denúncia investigada, 905 funcionários da Rocha foram falsamente contratados para a campanha de um deputado estadual, cujo nome não foi revelado.

Em vez de receberem pelo serviço --que nunca ocorreu, segundo a denúncia--, cada um ganhou R$ 100 para votar no senador eleito.

Até agora, a polícia já ouviu 13 dos vigilantes. Afora os oito que confirmaram a compra de votos, os outros cinco disseram que ganharam o dinheiro para pedir votos a seus familiares.

Todos negaram conhecer o candidato a deputado a quem deveriam prestar serviço.

A Procuradoria Eleitoral do Estado já abriu uma investigação judicial-eleitoral para apurar os fatos.

O órgão julga que não há tempo hábil para tentar impedir a diplomação de Expedito, que acontece dia 15. No entanto, a procuradoria deve entrar com um recurso contra a diplomação ou com um pedido de impugnação do diploma.

Denúncia anônima

A investigação sobre a suposta compra de votos começou com uma denúncia ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Rondônia, no mesmo dia em que os pagamentos aos vigilantes supostamente ocorreram (29 de setembro).

Depois, a polícia teve acesso à fita do circuito interno do banco no qual foram feitos os depósitos. Nela aparece um homem --segundo a PF, ligado a Expedito-- efetuando os depósitos no caixa eletrônico.

Depois, a afiliada da RedeTV! no Estado (que é propriedade da família Gurgacz, rival de Expedito) mostrou em sua programação uma entrevista na qual um dos vigilantes assume a venda de seu voto.

O último lance da investigação ocorreu na segunda-feira, quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Rocha, onde foram encontrados contratos do serviço supostamente não prestado e, junto com estes, os comprovantes de pagamentos de R$ 100.

Outro lado

Expedito Júnior (PPS) negou à Folha qualquer tentativa sua ou de pessoas ligadas a ele de comprar votos para sua campanha e disse que as atuais denúncias são uma retaliação por diferenças políticas com a família Gurgacz --na eleição deste ano, Acir Gurgacz (PDT) foi o segundo colocado na disputa pela vaga do Senado, com 8 pontos percentuais a menos que Expedito.

"É mentira. Eles têm um monopólio no setor rodoviário e, agora que o governador [Ivo Cassol, do PPS] está cobrando os impostos corretamente, tentam essa retaliação", afirmou.

Expedito disse que nunca precisou comprar votos, uma vez que sempre esteve "muito à frente" nas pesquisas.

Quanto aos depoimentos coletados pela PF, o senador eleito afirmou desconhecer as confirmações obtidas junto aos vigilantes em relação à compra de votos. "Ainda não sei de nada sobre isso, não posso comentar."

Quando o jornal "Diário da Amazônia", propriedade da família Gurgacz, publicou uma reportagem sobre a denúncia de compra de votos, Expedito publicou uma nota, que dizia que a notícia era "pseudodenúncia" e uma tentativa de criar um "terceiro turno" na eleição do Estado.

"Ao invés de levantar pinimbas contra mim, o senhor Acir e seus cítricos mandatários da sua imprensa pessoal deveriam tentar conquistar os eleitores que lhe faltaram no pleito", disse na nota, que afirma também que ele buscará na Justiça reparação pelo o que considera calúnia.

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