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17/01/2007
-
09h08
VALDO CRUZ
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou pessoalmente, no último fim de semana, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), para saber se ele "enxergava alguma alternativa para resolver o impasse" criado na disputa com o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Apesar de o interlocutor de Lula, um ministro muito próximo do presidente, não ter dito a palavra renúncia, Aldo entendeu que ela estava implícita no diálogo e respondeu que não retiraria sua candidatura e que iria "até o fim".
O atual comandante da Câmara aproveitou a visita do emissário para se queixar da suposta atuação do governo em favor de Chinaglia. Aldo disse estar ouvindo de deputados que os aliados do petista estariam oferecendo cargos no governo em troca do apoio. (Severino Cavalcanti anuncia apoio à candidatura de Chinaglia)
O ministro garantiu ao comunista, que chegou à presidência da Câmara com o apoio do governo, que Lula não endossava nenhum acordo nesse sentido e que o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) também não estaria participando de articulações para distribuição de cargos a fim de eleger Chinaglia.
Segundo a Folha apurou, Aldo ficou convencido, depois da conversa em sua casa, que o governo não está oferecendo ministérios a futuros apoiadores de Chinaglia, mas o mesmo não estaria acontecendo no comando da candidatura do petista.
Na avaliação do grupo de Aldo, o PT estaria fazendo a oferta de cargos e, depois, tentaria impor as negociações ao governo. Foi relatado a aliados do comunista que petistas estariam dizendo que precisavam "enquadrar" o presidente. O PT nega esse tipo de negociação.
Ontem, por exemplo, deputados contaram a aliados do comunista terem ouvido de parlamentares do PTB, partido que deve anunciar hoje seu apoio a Chinaglia, que a sigla ficaria com o Ministério da Agricultura. Já estaria, inclusive, acertado o nome do novo ministro: o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
Questionado ontem sobre a possibilidade de a pasta da Agricultura ficar com o partido, o líder do PTB, José Múcio (PE), disse que "isso não foi negociado, mas será solicitado".
Durante a visita, o emissário do governo informou que o presidente Lula havia sido informado por petistas da certeza da desistência de Aldo em disputar a reeleição. Em troca, o atual presidente da Câmara receberia um ministério.
O comunista disse ao ministro de Lula que jamais aceitaria uma oferta dessa e que, no início do processo, realmente não pensava em disputar a reeleição. Teria sido estimulado, porém, pelo próprio presidente a buscar um novo mandato à frente da Câmara. Agora, estava num caminho sem volta diante dos apoios já recebidos.
O interlocutor do presidente relatou a Aldo que contar com sua desistência foi "um erro de cálculo" de alguns setores do governo. Não se comprometeu, porém, com nenhuma estratégia que pudesse beneficiar o atual presidente da Casa. Ao se despedir, o ministro deixou apenas a impressão de que o teor da conversa seria informado ao presidente.
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LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou pessoalmente, no último fim de semana, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), para saber se ele "enxergava alguma alternativa para resolver o impasse" criado na disputa com o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Sergio Lima/Folha Imagem |
O atual comandante da Câmara aproveitou a visita do emissário para se queixar da suposta atuação do governo em favor de Chinaglia. Aldo disse estar ouvindo de deputados que os aliados do petista estariam oferecendo cargos no governo em troca do apoio. (Severino Cavalcanti anuncia apoio à candidatura de Chinaglia)
O ministro garantiu ao comunista, que chegou à presidência da Câmara com o apoio do governo, que Lula não endossava nenhum acordo nesse sentido e que o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) também não estaria participando de articulações para distribuição de cargos a fim de eleger Chinaglia.
Segundo a Folha apurou, Aldo ficou convencido, depois da conversa em sua casa, que o governo não está oferecendo ministérios a futuros apoiadores de Chinaglia, mas o mesmo não estaria acontecendo no comando da candidatura do petista.
Na avaliação do grupo de Aldo, o PT estaria fazendo a oferta de cargos e, depois, tentaria impor as negociações ao governo. Foi relatado a aliados do comunista que petistas estariam dizendo que precisavam "enquadrar" o presidente. O PT nega esse tipo de negociação.
Ontem, por exemplo, deputados contaram a aliados do comunista terem ouvido de parlamentares do PTB, partido que deve anunciar hoje seu apoio a Chinaglia, que a sigla ficaria com o Ministério da Agricultura. Já estaria, inclusive, acertado o nome do novo ministro: o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
Questionado ontem sobre a possibilidade de a pasta da Agricultura ficar com o partido, o líder do PTB, José Múcio (PE), disse que "isso não foi negociado, mas será solicitado".
4.01.2007/Folha Imagem |
Aldo e Chinaglia em almoço do PT no começo do mês |
O comunista disse ao ministro de Lula que jamais aceitaria uma oferta dessa e que, no início do processo, realmente não pensava em disputar a reeleição. Teria sido estimulado, porém, pelo próprio presidente a buscar um novo mandato à frente da Câmara. Agora, estava num caminho sem volta diante dos apoios já recebidos.
O interlocutor do presidente relatou a Aldo que contar com sua desistência foi "um erro de cálculo" de alguns setores do governo. Não se comprometeu, porém, com nenhuma estratégia que pudesse beneficiar o atual presidente da Casa. Ao se despedir, o ministro deixou apenas a impressão de que o teor da conversa seria informado ao presidente.
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