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17/01/2007
-
10h00
da Foha de S.Paulo
Candidato da chamada "terceira via" à presidência da Câmara, o tucano Gustavo Fruet (PR) afirmou ontem defender um reajuste no salário dos parlamentares dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 16,5 mil --a reposição da inflação no período, e não os 91% de aumento, como já pregaram seus adversários.
Fruet passou o dia em conversas com caciques do PSDB. À noite, relatou à Folha o resultado das articulações: "Serra, Aécio, Yeda e Cássio são favoráveis à minha candidatura", afirmou, após consultar os governadores tucanos. "O PSDB vai ter que decidir se aceita uma candidatura de dentro do partido ou se vai apoiar o PT."
Abaixo os principais trechos da entrevista.
FOLHA - A sua candidatura constrange ou tem o respaldo do PSDB?
GUSTAVO FRUET - Estamos buscando a unidade no PSDB. Essa era a prioridade hoje. Falei com o Jutahy [Júnior, líder do partido na Câmara], e ele foi generoso, disse que não fará nenhum trabalho contra mim na bancada. O fundamental é que, para dar competitividade à candidatura, é importante contar com um partido grande. Oficialmente, o único partido que não definiu apoio é o PSDB.
FOLHA - O sr. já conseguiu o compromisso de apoio dos governadores José Serra e Aécio Neves?
FRUET - Sim. Telefonei para o Serra. Foi uma conversa rápida, por causa da tragédia em São Paulo [na obra da linha 4 do metrô]. Ele me disse que não tem nenhum acordo regional [em troca do apoio a Chinaglia] e que, inclusive, já deu entrevista declarando o apoio a mim.
FOLHA - E o Aécio?
FRUET - Com o Aécio a conversa foi mais demorada. Ele volta dos EUA antes da reunião da bancada [dia 23] . Me disse que vai trabalhar também junto a deputados de outros partidos [para conseguir votos].
FOLHA - Quem mais consultou?
FRUET - O Fernando Henrique, Cassio Cunha Lima [governador da Paraíba], Lúcio Alcântara [ex-governador do Ceará]. Vou ainda falar com o Ottomar Pinto [governador de Roraima]. Não consegui ainda falar com o Tasso Jereissati [presidente do PSDB].
FOLHA - Mas o PSDB poderá trair o sr. na votação em plenário.
FRUET - A bancada decide na próxima terça-feira. O que pode acontecer é caminhar para uma votação dentro da bancada para decidirmos a candidatura. Aí fico em paz com a minha consciência. Ou então pode caminhar para um consenso.
FOLHA - Da bancada de 66 deputados, conta com quantos votos?
FRUET - Conto com a confiança de que pode ser construída uma maioria. O PSDB vai ter que decidir se aceita uma candidatura de dentro do partido ou se vai apoiar o PT. Isso tem que ser enfrentado. É uma contradição que vai ter que enfrentar. Falo com todo o respeito.
FOLHA - Depois da CPI dos Correios não terá votos do baixo clero.
FRUET - É isso que está em jogo, paciência. Eu nunca apontei o dedo para ninguém. Trabalhei em cima de fatos. Minha candidatura tentará colocar em pauta temas que não estão colocados, como a necessidade de enfrentamento da vulnerabilidade da Câmara.
FOLHA - Sem o respaldo do PSDB, o senhor admite recuar?
FRUET - Se o PSDB tomar essa opção, é claro que o grupo volta a definir, mas não estou fazendo isso em situação de confronto ou desrespeito, estou aceitando as regras do jogo.
FOLHA - Que salário o senhor considera justo para os deputados?
FRUET - Corrigir com a inflação [Na prática, aumentar dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 16,5 mil].
FOLHA - Nesta campanha, há promessas em troca de apoio. O que o senhor tem a oferecer?
FRUET - Fugir desse debate. O óbvio não está sendo dito: se a Câmara tiver agenda positiva, todos ganham, podemos ter discussões importantes como a reforma tributária e a política. Se entrarmos numa agenda negativa, falando com o nosso umbigo sobre estrutura, todos perdem, mesmo que tenham ganho salarial.
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Candidato da chamada "terceira via" à presidência da Câmara, o tucano Gustavo Fruet (PR) afirmou ontem defender um reajuste no salário dos parlamentares dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 16,5 mil --a reposição da inflação no período, e não os 91% de aumento, como já pregaram seus adversários.
Fruet passou o dia em conversas com caciques do PSDB. À noite, relatou à Folha o resultado das articulações: "Serra, Aécio, Yeda e Cássio são favoráveis à minha candidatura", afirmou, após consultar os governadores tucanos. "O PSDB vai ter que decidir se aceita uma candidatura de dentro do partido ou se vai apoiar o PT."
Abaixo os principais trechos da entrevista.
FOLHA - A sua candidatura constrange ou tem o respaldo do PSDB?
GUSTAVO FRUET - Estamos buscando a unidade no PSDB. Essa era a prioridade hoje. Falei com o Jutahy [Júnior, líder do partido na Câmara], e ele foi generoso, disse que não fará nenhum trabalho contra mim na bancada. O fundamental é que, para dar competitividade à candidatura, é importante contar com um partido grande. Oficialmente, o único partido que não definiu apoio é o PSDB.
FOLHA - O sr. já conseguiu o compromisso de apoio dos governadores José Serra e Aécio Neves?
FRUET - Sim. Telefonei para o Serra. Foi uma conversa rápida, por causa da tragédia em São Paulo [na obra da linha 4 do metrô]. Ele me disse que não tem nenhum acordo regional [em troca do apoio a Chinaglia] e que, inclusive, já deu entrevista declarando o apoio a mim.
FOLHA - E o Aécio?
FRUET - Com o Aécio a conversa foi mais demorada. Ele volta dos EUA antes da reunião da bancada [dia 23] . Me disse que vai trabalhar também junto a deputados de outros partidos [para conseguir votos].
FOLHA - Quem mais consultou?
FRUET - O Fernando Henrique, Cassio Cunha Lima [governador da Paraíba], Lúcio Alcântara [ex-governador do Ceará]. Vou ainda falar com o Ottomar Pinto [governador de Roraima]. Não consegui ainda falar com o Tasso Jereissati [presidente do PSDB].
FOLHA - Mas o PSDB poderá trair o sr. na votação em plenário.
FRUET - A bancada decide na próxima terça-feira. O que pode acontecer é caminhar para uma votação dentro da bancada para decidirmos a candidatura. Aí fico em paz com a minha consciência. Ou então pode caminhar para um consenso.
FOLHA - Da bancada de 66 deputados, conta com quantos votos?
FRUET - Conto com a confiança de que pode ser construída uma maioria. O PSDB vai ter que decidir se aceita uma candidatura de dentro do partido ou se vai apoiar o PT. Isso tem que ser enfrentado. É uma contradição que vai ter que enfrentar. Falo com todo o respeito.
FOLHA - Depois da CPI dos Correios não terá votos do baixo clero.
FRUET - É isso que está em jogo, paciência. Eu nunca apontei o dedo para ninguém. Trabalhei em cima de fatos. Minha candidatura tentará colocar em pauta temas que não estão colocados, como a necessidade de enfrentamento da vulnerabilidade da Câmara.
FOLHA - Sem o respaldo do PSDB, o senhor admite recuar?
FRUET - Se o PSDB tomar essa opção, é claro que o grupo volta a definir, mas não estou fazendo isso em situação de confronto ou desrespeito, estou aceitando as regras do jogo.
FOLHA - Que salário o senhor considera justo para os deputados?
FRUET - Corrigir com a inflação [Na prática, aumentar dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 16,5 mil].
FOLHA - Nesta campanha, há promessas em troca de apoio. O que o senhor tem a oferecer?
FRUET - Fugir desse debate. O óbvio não está sendo dito: se a Câmara tiver agenda positiva, todos ganham, podemos ter discussões importantes como a reforma tributária e a política. Se entrarmos numa agenda negativa, falando com o nosso umbigo sobre estrutura, todos perdem, mesmo que tenham ganho salarial.
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