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21/01/2007 - 10h19

Dos candidatos da Câmara, só Chinaglia não veta reajuste de 91%

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LETÍCIA SANDER
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os três candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) se comprometem a defender temas polêmicos caso eleitos, mas somente o petista ainda acena em defesa do aumento dos salários dos parlamentares para R$ 24,5 mil.

O reajuste salarial dos deputados e senadores gerou profundo desgaste no desfecho da atual legislatura. À época, Aldo também defendeu um aumento de 91%, mas, após a repercussão negativa, agora diz que a "razoabilidade se encaminha" para a correção dos atuais R$ 12,8 mil pela inflação --na prática, elevaria para R$ 16,5 mil. Fruet também é favorável ao reajuste com a inflação.

A Folha submeteu os três candidatos a um questionário com dez perguntas, entre elas o debate sobre os salários dos congressistas. Aldo e Chinaglia enviaram as respostas por escrito, e Fruet foi entrevistado.
"Enquanto não se decide pelo critério definitivo, provavelmente, a razoabilidade se encaminhe para a correção do salário pela inflação", disse Aldo. "É um tema que precisa ser retomado, mas, neste momento, o melhor é repor pela inflação", afirmou Fruet.

Chinaglia não se compromete com nenhum valor mas também não veta nenhuma possibilidade. Afirma ser crítico da disparidade dos vencimentos entre os Poderes. Um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) recebe R$ 24,5 mil.

"As distorções entre os subsídios dos representantes dos Poderes não se coadunam com o sistema constitucional de harmonia e equilíbrio entre os Poderes da República. Nesse sentido, defendo que o subsídio dos parlamentares deve refletir, necessariamente, a gravidade das competências constitucionais que acumulam e que seja o definidor do teto constitucional", disse.

A equiparação do salário dos parlamentares com o teto da cúpula do Judiciário é um sonho antigo do chamado "baixo clero". Em dezembro, pouco antes de anunciar sua candidatura, Chinaglia contrariou a posição da bancada do PT e endossou a proposta de elevar os vencimentos para R$ 24,5 mil. Na época, Aldo fez o mesmo.

Os três também foram questionados sobre o fim do pagamento da chamada verba indenizatória de R$ 15 mil mensais, destinada a custear gastos como gasolina e hospedagem. Fruet foi o único a se colocar contra a verba nos moldes atuais --os deputados não pagam imposto sobre o valor. Aldo disse "aceitar discutir o controle" sobre o uso do dinheiro. Chinaglia disse que é preciso ter "cautela" neste debate.

Semelhança

As respostas das outras oito questões feitas pela Folha mostram que os três deputados têm opiniões semelhantes sobre quase todos os temas.
Eles defendem o fim do voto secreto e se dizem favoráveis ao financiamento público de campanhas e à fidelidade partidária, dois dos principais pontos da reforma política.

"A fidelidade contribui para o fortalecimento dos partidos políticos e, conseqüentemente, dará melhores condições tanto de controle quanto de opção de escolha para o cidadão", disse Chinaglia. "Defendo o financiamento público das campanhas eleitorais desde que ingressei na Casa", afirmou Aldo.

Aldo diverge dos outros dois candidatos quando o assunto é reeleição. "Fui contra a emenda que instituiu a reeleição, mas considero que o Brasil precisa ter normas mais permanentes para que sejam observadas por mais tempo", disse.

Chinaglia e Fruet são contra a reeleição. Ambos também afirmam ser favoráveis à manutenção da imunidade parlamentar. Aldo não foi claro nesse tópico, mas se mostrou entusiasta de um projeto do líder do PTB, José Múcio (PE), que transfere para o STF o julgamento político de parlamentares. Múcio apóia Chinaglia.

Sobre o que seria prioridade se vencessem a eleição, Aldo aderiu à bandeira da reeleição de Lula, o "crescimento da economia". Chinaglia citou as reformas política e tributária. E para Fruet, o essencial é "não começar discutindo lealdade ao governo e aumento".

Oficialmente, só Fruet divulgou plataforma de campanha. Os outros prometeram enviar uma "carta de intenções" aos parlamentares nesta semana.

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