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02/02/2007
-
09h07
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desfrutará a partir de hoje de um espetáculo do crescimento de sua base de apoio dentro do Congresso.
O número de deputados de partidos formalmente aliados ao Palácio do Planalto aumentou de 254 em fevereiro de 2003 para 352 agora --um salto de 38,6%, turbinado pela migração de deputados de oposição para siglas govenistas.
No Senado, o avanço é maior. Quando começou seu primeiro mandato, Lula contava com 31 senadores. Agora, já são 49 os que o apóiam --alta de 58,1%.
As variações a favor de Lula se deram sobretudo pela entrada formal de PMDB e PP na coalizão lulista. Em 2003, as duas siglas ainda não tinham sido incorporadas pelo lulismo. Agora, dizem, estarão com grande presença dentro da nova administração federal petista --o que, em tese, significa maior fidelidade no Congresso.
A aliança formal montada pelo presidente da República tem, ao todo, 11 legendas. Em número de partidos, é a mais ampla no Congresso desde o retorno do país ao sistema de eleições diretas, em 1989.
Nem todos esses partidos conseguem dar 100% de apoio ao Planalto em votações relevantes. Há dissidentes em quase todas as siglas, mas o governo acredita que a taxa neste início de mandato não passe de 20% em algumas agremiações.
Se essa taxa de traição de 20% for a média de todos os partidos, os 352 governistas se transformariam em 281. Ou seja, menos do que os 308 necessários para alguma alteração constitucional. Mas um número folgado para aprovação de leis complementares, cujo apoio mínimo é de 257 votos.
Fisiologia igual
A formação da base de apoio montada pelo presidente guarda semelhanças com a de 2003.
Ao conquistar o Planalto há quatro anos, o PT se viu alvo de dezenas de deputados interessados em ingressar na legenda. Como se trata de um partido muito fechado, o PT preferiu encaminhar esses neolulistas para outras siglas aliadas. O mesmo ocorre agora.
Em 2003, PTB e PL (hoje PR) receberam 23 novos deputados antes da posse. Agora, o número não chega a tanto, mas vai na mesma direção: o PR já agregou 9 deputados aos seus 25 eleitos. Deve receber mais cinco nos próximos dias.
O PR conseguiu parte de seus novos deputados na base de promessas de cargos. Maurício Quintella elegeu-se pelo PDT em Alagoas, mas já está no PR. Tem a promessa de poder indicar nomeados para o porto de Maceió e para o DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) local.
Quem coordena as tratativas para captação de novos deputados no PR é o senador Alfredo Nascimento (AM), que já foi ministro dos Transportes e age como se estivesse prestes a retornar ao cargo. Ao seu lado, também articula o ex-presidente do PL, Valdemar Costa Neto --que renunciou ao mandato de deputado em 2005 para não ser cassado por envolvimento com o mensalão.
No Pará, Nascimento já filiou à sigla Lúcio Vale, eleito pelo PMDB. No Estado, a explicação para a migração de Vale é que ele indicará os nomeados para o porto e DNIT locais.
O PTB ainda espera algumas definições sobre o rumo de sua direção nacional, comandada por Roberto Jefferson, cassado em 2005 por causa do mensalão. Os deputados petebistas querem apoiar Lula. Se conseguirem provar fidelidade nas primeiras semanas de governo, devem ver a bancada engordar.
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O número de deputados de partidos formalmente aliados ao Palácio do Planalto aumentou de 254 em fevereiro de 2003 para 352 agora --um salto de 38,6%, turbinado pela migração de deputados de oposição para siglas govenistas.
No Senado, o avanço é maior. Quando começou seu primeiro mandato, Lula contava com 31 senadores. Agora, já são 49 os que o apóiam --alta de 58,1%.
As variações a favor de Lula se deram sobretudo pela entrada formal de PMDB e PP na coalizão lulista. Em 2003, as duas siglas ainda não tinham sido incorporadas pelo lulismo. Agora, dizem, estarão com grande presença dentro da nova administração federal petista --o que, em tese, significa maior fidelidade no Congresso.
A aliança formal montada pelo presidente da República tem, ao todo, 11 legendas. Em número de partidos, é a mais ampla no Congresso desde o retorno do país ao sistema de eleições diretas, em 1989.
Nem todos esses partidos conseguem dar 100% de apoio ao Planalto em votações relevantes. Há dissidentes em quase todas as siglas, mas o governo acredita que a taxa neste início de mandato não passe de 20% em algumas agremiações.
Se essa taxa de traição de 20% for a média de todos os partidos, os 352 governistas se transformariam em 281. Ou seja, menos do que os 308 necessários para alguma alteração constitucional. Mas um número folgado para aprovação de leis complementares, cujo apoio mínimo é de 257 votos.
Fisiologia igual
A formação da base de apoio montada pelo presidente guarda semelhanças com a de 2003.
Ao conquistar o Planalto há quatro anos, o PT se viu alvo de dezenas de deputados interessados em ingressar na legenda. Como se trata de um partido muito fechado, o PT preferiu encaminhar esses neolulistas para outras siglas aliadas. O mesmo ocorre agora.
Em 2003, PTB e PL (hoje PR) receberam 23 novos deputados antes da posse. Agora, o número não chega a tanto, mas vai na mesma direção: o PR já agregou 9 deputados aos seus 25 eleitos. Deve receber mais cinco nos próximos dias.
O PR conseguiu parte de seus novos deputados na base de promessas de cargos. Maurício Quintella elegeu-se pelo PDT em Alagoas, mas já está no PR. Tem a promessa de poder indicar nomeados para o porto de Maceió e para o DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) local.
Quem coordena as tratativas para captação de novos deputados no PR é o senador Alfredo Nascimento (AM), que já foi ministro dos Transportes e age como se estivesse prestes a retornar ao cargo. Ao seu lado, também articula o ex-presidente do PL, Valdemar Costa Neto --que renunciou ao mandato de deputado em 2005 para não ser cassado por envolvimento com o mensalão.
No Pará, Nascimento já filiou à sigla Lúcio Vale, eleito pelo PMDB. No Estado, a explicação para a migração de Vale é que ele indicará os nomeados para o porto e DNIT locais.
O PTB ainda espera algumas definições sobre o rumo de sua direção nacional, comandada por Roberto Jefferson, cassado em 2005 por causa do mensalão. Os deputados petebistas querem apoiar Lula. Se conseguirem provar fidelidade nas primeiras semanas de governo, devem ver a bancada engordar.
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