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03/02/2007 - 09h39

Apoio a petista abre crise entre PSDB e PFL

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SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O apoio do PSDB para eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP) presidente da Câmara abriu crise entre tucanos e seu principal aliado, o PFL, e forçará a dissolução do bloco formado por eles após a divisão das comissões da Casa, na próxima semana.

No Senado, a situação não é diferente. A derrota de José Agripino (PFL-RN) na eleição para a presidência deve aumentar a divisão entre os partidos.

Ontem, lideranças do PFL na Câmara fizeram duras críticas aos tucanos, a quem responsabilizaram pela vitória do petista. Tucanos afirmavam que os votos dados a Chinaglia não representam alinhamento ao PT.

"O PSDB cometeu um erro estratégico, é inegável que o Arlindo [Chinaglia] venceu com os votos deles. Isso pode trazer conseqüências para o tabuleiro de 2010", disse o deputado ACM Neto (PFL-BA). "Vai precisar de muita conversa, de um realinhamento, para que não se reflita no enfraquecimento da oposição", completou.

Ainda mais ácido, o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) disse que "o PSDB é o responsável pela retomada do poder deste grupo majoritário do PT".

A queixa dos pefelistas é que, em invés de liberar sua bancada para votar como quisesse, o PSDB poderia ter apoiado Aldo.

Apesar de confirmar que parte dos votos da bancada migrou para Chinaglia no segundo turno, lideranças tucanas rebateram as críticas. "Responsabilidade maior teve o PFL quando não apoiou o [Gustavo] Fruet. Poderiam ter colocado ele no segundo turno", disse o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP). Jutahy Júnior (BA) foi na mesma linha: "Se a luta era governo e oposição, quem tem que se explicar é o PFL, que não votou no Gustavo Fruet".

Nos bastidores, os tucanos admitiram ter transferido "até mais" que os 25 votos angariados por Chinaglia no segundo turno. Mapeamento interno do partido mostra que a maioria saiu das bancadas de São Paulo (9) e de Minas Gerais (5).

Governadores desses Estados, José Serra e Aécio Neves articularam acordo para que a bancada apoiasse Chinaglia.

No Senado, a derrota de Agripino deve aumentar a divisão entre o PFL e o PSDB, que vêm divergindo nos últimos meses na votação de matérias.

Certo de que não contou com votos até no próprio partido, Agripino, que foi reconduzido à liderança do PFL, disse que trabalhará para evitar seqüelas na relação entre PFL e PSDB.

Ele propôs um núcleo de articulação permanente, integrado por senadores dos dois partidos. O objetivo seria evitar "dissipação de forças". Apesar de formarem um mesmo bloco, o PFL tem feito oposição mais radical do que o PSDB na Casa.

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