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07/02/2007
-
19h52
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Os grandes partidos afetados pela mudança na regra de distribuição do fundo partidário aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira se uniram para reverter a decisão do tribunal. O PT, PSDB, PMDB e PFL vão apresentar hoje à Mesa Diretora da Câmara projeto de lei que estabelece novos percentuais para a distribuição de recursos do fundo.
O projeto vai tramitar em regime de urgência e os líderes partidários prometem aprová-lo na Câmara e no Senado até o Carnaval.
Com o aval dos quatro maiores partidos com representação no Congresso, o projeto estabelece o repasse de 5% do total de recursos do fundo para todos os partidos. Os restantes 95% serão repassados às legendas de acordo com o tamanho das bancadas eleitas para a Câmara --a chamada regra da proporcionalidade.
O TSE determinou, nesta terça-feira, que os pequenos partidos passariam a ter direito a 42% de 100% dos recursos do fundo partidário --que neste ano deve atingir R$ 126,405 milhões. Pelo critério anterior, os nanicos recebiam 1% de 71% do fundo partidário.
O projeto aumenta o repasse a todos os partidos de 1% para 5% como forma de minimizar os impactos aos nanicos, os principais beneficiados com a mudança aprovada pelo tribunal. "A idéia é fazer uma proposta mais generosa em relação aos pequenos partidos", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
A decisão do TSE atingiu diretamente os grandes partidos que, unidos, decidiram reagir à decisão. Tradicionais adversários políticos como o PT e o PSDB superaram as divergências para a elaboração do projeto que modifica a decisão do TSE.
"É o respeito ao voto. O fundo tem recursos públicos e deve estar vinculado à vontade popular, associado ao número de votos do partido recebidos nas urnas", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Tasso afirmou que a decisão do TSE serve de estímulo para a criação de partidos nanicos no país. "Existem partidos pequenos usados como objeto de negociação. Isso tem sido nefasto para a democracia. Não se deve estimular a abertura de novos partidos", defendeu.
Cláusula de barreira
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) explicou que os percentuais para a distribuição do fundo foram modificados em relação à regra anterior para evitar embates com o STF (Supremo Tribunal Federal). "Era 1% do fundo para todos os partidos e 99% para os que tiveram maiores votações para a Câmara. O problema é que a lei reportava os 99% aos partidos que atingiram a cláusula de barreira. Como o Supremo derrubou a cláusula, isso [o percentual] também ficou prejudicado", afirmou.
A cláusula de barreira foi aprovada pelo Congresso em 1995 para ter validade nas eleições deste ano, mas acabou derrubada pelo STF. A regra determinava que os partidos que não conseguissem alcançar 5% dos votos nacionais perderiam recursos do fundo partidário.
Tramitação relâmpago
Os grandes partidos prometem uma tramitação rápida para o projeto. Amanhã, os líderes partidários vão tentar incluí-lo na pauta de votações da Câmara. Se aprovado, poderá ser votado pelos senadores já na semana que vem.
As legendas correm contra o tempo para impedir que a decisão do TSE traga prejuízos financeiros aos grandes partidos.
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da Folha Online, em Brasília
Os grandes partidos afetados pela mudança na regra de distribuição do fundo partidário aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira se uniram para reverter a decisão do tribunal. O PT, PSDB, PMDB e PFL vão apresentar hoje à Mesa Diretora da Câmara projeto de lei que estabelece novos percentuais para a distribuição de recursos do fundo.
O projeto vai tramitar em regime de urgência e os líderes partidários prometem aprová-lo na Câmara e no Senado até o Carnaval.
Com o aval dos quatro maiores partidos com representação no Congresso, o projeto estabelece o repasse de 5% do total de recursos do fundo para todos os partidos. Os restantes 95% serão repassados às legendas de acordo com o tamanho das bancadas eleitas para a Câmara --a chamada regra da proporcionalidade.
O TSE determinou, nesta terça-feira, que os pequenos partidos passariam a ter direito a 42% de 100% dos recursos do fundo partidário --que neste ano deve atingir R$ 126,405 milhões. Pelo critério anterior, os nanicos recebiam 1% de 71% do fundo partidário.
O projeto aumenta o repasse a todos os partidos de 1% para 5% como forma de minimizar os impactos aos nanicos, os principais beneficiados com a mudança aprovada pelo tribunal. "A idéia é fazer uma proposta mais generosa em relação aos pequenos partidos", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
A decisão do TSE atingiu diretamente os grandes partidos que, unidos, decidiram reagir à decisão. Tradicionais adversários políticos como o PT e o PSDB superaram as divergências para a elaboração do projeto que modifica a decisão do TSE.
"É o respeito ao voto. O fundo tem recursos públicos e deve estar vinculado à vontade popular, associado ao número de votos do partido recebidos nas urnas", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Tasso afirmou que a decisão do TSE serve de estímulo para a criação de partidos nanicos no país. "Existem partidos pequenos usados como objeto de negociação. Isso tem sido nefasto para a democracia. Não se deve estimular a abertura de novos partidos", defendeu.
Cláusula de barreira
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) explicou que os percentuais para a distribuição do fundo foram modificados em relação à regra anterior para evitar embates com o STF (Supremo Tribunal Federal). "Era 1% do fundo para todos os partidos e 99% para os que tiveram maiores votações para a Câmara. O problema é que a lei reportava os 99% aos partidos que atingiram a cláusula de barreira. Como o Supremo derrubou a cláusula, isso [o percentual] também ficou prejudicado", afirmou.
A cláusula de barreira foi aprovada pelo Congresso em 1995 para ter validade nas eleições deste ano, mas acabou derrubada pelo STF. A regra determinava que os partidos que não conseguissem alcançar 5% dos votos nacionais perderiam recursos do fundo partidário.
Tramitação relâmpago
Os grandes partidos prometem uma tramitação rápida para o projeto. Amanhã, os líderes partidários vão tentar incluí-lo na pauta de votações da Câmara. Se aprovado, poderá ser votado pelos senadores já na semana que vem.
As legendas correm contra o tempo para impedir que a decisão do TSE traga prejuízos financeiros aos grandes partidos.
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