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08/02/2007 - 17h13

Disputa pela presidência do PMDB preocupa Lula e atrasa reforma ministerial

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ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A disputa pela presidência do PMDB deve atrasar ainda mais a reforma ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente sinalizou a interlocutores nos últimos dias que deve aguardar a definição da disputa no PMDB para só então iniciar as mudanças na equipe de seu segundo mandato.

Em encontro nesta quinta-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula sinalizou que vai esperar mais alguns dias para o aguardado anúncio da reforma ministerial de seu segundo mandato. Com o fim da disputa à presidência da Câmara que desaguou no racha da base aliada na Casa Legislativa, Lula agora aguarda definições dos partidos --especialmente do PMDB --antes de escolher seus principais auxiliares.

Renan disse que Lula espera a "solução política" dos partidos para deflagrar a reforma. "Ele tem dito que aguardará decisões dos partidos. Ele não estava somente aguardando o resultado das eleições nas duas Casas Legislativas. Espaço [de partidos no governo] tem que ser conseqüência da coalizão com base em fundamentos programáticos", disse.

Leopoldo Silva/Folha Imagem
Michel Temer
Michel Temer
O atual presidente da PMDB, Michel Temer (SP), disputa nos bastidores com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim a presidência do partido. Os dois pré-candidatos almoçaram hoje, mas não chegaram a um nome de consenso para a escolha. Jobim ainda não assumiu, oficialmente, a sua disposição em disputar o comando do partido.

Segundo interlocutores do presidente, Lula tem justificado que não pode fazer a reforma ministerial tendo como interlocutor Michel Temer, que pode ser substituído em março.

A reforma ministerial, inicialmente prevista para dezembro e depois adiada várias vezes, deve ficar agora para meados de março.

O presidente Lula teria indicado predileção por Jobim. O ex-ministro também tem o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do senador José Sarney (AP). Para os dois, reeleger Temer daria mais poder ao PMDB da Câmara do que ao grupo do Senado.

Alan Marques/FI
Nelson Jobim
Nelson Jobim
Lula, por sua vez, considera que seria mais fácil tratar com Jobim a reforma ministerial, já que ele não está ligado à bancada do partido na Câmara. Outra avaliação do Planalto é que Jobim teria o apoio dos governadores do partido, que consideram que ele pode atender o partido como um todo ao contrário de Temer, que está "subordinado" à bancada na Câmara.

Temer e Jobim tiveram um encontro hoje, em Brasília. Na ocasião, o presidente do partido teria afirmado que é candidato à reeleição e que não pretende desistir da disputa. Em resposta, Jobim disse que vem sendo pressionado a se lançar candidato. Jobim já recebeu o apoio público do senador Pedro Simon (RS), seu conterrâneo e um dos autênticos do partido.

Temer, no entanto, também tem forte apoio na legenda, o que indica que a disputa deve ser no voto. Interlocutores de Jobim dizem que ele está sendo instado a ir até as últimas conseqüências.

Espaço do PMDB

Lula espera a definição no comando peemedebista para acomodar o partido no primeiro escalão do governo. A ala ligada a Temer pressiona pela indicação do deputado Geddel Vieira Lima (BA) para a Esplanada dos Ministérios, enquanto o grupo de Renan e do senador José Sarney (PMDB-AP) dá como certa a indicação da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) para um ministério.

Renan evitou especular sobre o espaço que o PMDB ocupará na Esplanada dos Ministérios. Preferiu comentar a situação interna do partido e deixou escapar sua preferência por Jobim. "Se o Jobim for candidato, ele é um grande nome, um ganho. É uma pessoa que pode aproximar correntes no PMDB", afirmou.

O presidente do Senado defende que o PMDB escolha um nome de consenso na legenda, sem a disputa direta. "O ideal é que tivéssemos um nome de consenso no PMDB. Foi o partido que mais cresceu nas urnas. Se não houver consenso, teremos disputa. Mas eu defendo o consenso", disse.

Racha

Apesar do apelo de Renan, o PMDB caminha para a disputa interna do partido. No almoço de hoje, Temer e Jobim não chegaram a um acordo sobre candidatura única para o comando da legenda. A convenção do PMDB para a escolha do novo presidente está marcada para 11 de março.

O presidente Lula tem acompanhado de perto as movimentações no PMDB e teme que a disputa pela presidência seja mais um motivo para rachar a coalizão que irá sustentar seu segundo governo. Por isso, decidiu adiar a reforma ministerial, que deverá servir de "cola" para recuperar as fissuras que ficarem dessa disputa.

O fato tem incomodado Lula que teve que entrar em campo para apagar o incêndio provocado na base por causa da disputa pela presidência da Câmara. O trabalho agora será dobrado.

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