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13/02/2007 - 09h02

Rachas nos partidos atrasam reforma ministerial de Lula

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SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Além da tradicional competição entre os partidos por espaço privilegiado no novo ministério, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem esbarrado numa acirrada divisão interna nas siglas aliadas para definir a composição da Esplanada.

Os maiores partidos da coalizão que formam a base do governo no Congresso --PMDB, PT, PTB, PP e PR-- vivem conflitos internos, o que dificulta o Planalto a identificar interlocutores para negociar. O choque entre as correntes dos partidos também atrapalha o mapeamento dos cargos.

O presidente Lula criticou abertamente a disputa no PT no final de semana. Porém, o petista não demonstra ter pressa em montar a sua equipe.

Um dos exemplos de conflitos está no PP. Hoje, o presidente da sigla, Nélio Dias (RN), e o líder da bancada na Câmara, Mário Negromonte (BA), levarão oficialmente seus pleitos a Lula no Palácio do Planalto.

O principal desejo do PP é manter o Ministério das Cidades, chefiado por Márcio Fortes. Além do grande volume de emendas parlamentares, a pasta é considerada estratégica em razão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e das eleições municipais de 2008 --por sua capilaridade.

Após a derrocada do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PE), que o indicou para o cargo, Fortes se aproximou da ala que hoje controla o PP e é bem avaliado pelo Planalto. "O presidente elogiou o ministro, tem dito que ele fez o trem do ministério andar", afirmou Negromonte. "Qual é o partido que não vai se sentir desprestigiado, ressentido, se perder o ministério que tem?"

No entanto, a ala oposta do PP trabalha nos bastidores para que o PT retome a pasta. O grupo pressiona para que a pasta das Cidades seja "trocada" pelos Ministério da Agricultura e Defesa. O primeiro ficaria com a bancada ruralista da sigla, e o segundo, com o senador Francisco Dornelles (RJ).

Os líderes do PP apresentarão uma relação de cargos que querem ocupar ou continuar ocupando no novo mandato.

A lista inclui as diretorias de Abastecimento e de Gás da Petrobras, secretarias e chefias na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Furnas e no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), e a secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde.

Há impasse também no PTB, que vive um embate interno pelo controle do partido entre o ex-líder da sigla José Múcio (PE) e o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), autor das denúncias do mensalão.

Múcio tem o apoio do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para sucedê-lo na liderança do governo na Casa. Além disso, defende que o ministro Walfrido Mares Guia (Turismo) siga no cargo como "cota pessoal do presidente".

Do outro lado, a ala petebista ligada a Jefferson quer o Ministério da Agricultura e chegou a fechar acordo para que o indicado fosse o deputado Nelson Marquezelli (SP).

"O que interessa ao governo é o painel [de votação], e isso ele tem", disse Múcio, que tem articulado votações no plenário.

Câmara X Senado

Outro caso emblemático é o PMDB, cujos líderes na Câmara e no Senado travam um embate interno pelos cargos no primeiro escalão. A bancada de deputados reclama que o espaço oferecido pelo Planalto contempla apenas o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP).

Também divide os peemedebistas uma tensa disputa interna pela presidência da sigla entre o deputado Michel Temer (SP) e o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim.

Já o PR (fusão de PL e Prona) briga para manter o Ministério dos Transportes. A tendência é que o senador Alfredo Nascimento (AM) volte ao posto, mas, caso a sigla comande outra pasta, a indicação será de um nome ligado ao deputado Sandro Mabel (GO).

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