Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/02/2007 - 11h03

Governador do MS afirma que governo federal trabalha em ritmo de "tartaruga"

Publicidade

HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), atacou ontem o governo federal que, segundo ele, opera em "ritmo de tartaruga".

Puccinelli afirmou que há morosidade no Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate à Fome e que a Funai (Fundação Nacional do Índio) precisa levantar "o bumbum da cadeira e trabalhar" pelas aldeias atingidas pela desnutrição.

As declarações de Puccinelli ocorreram após ele ser questionado sobre as críticas da Anistia Internacional. A entidade divulgou comunicado ontem criticando o governo estadual e autoridades brasileiras pela suspensão da distribuição de cestas de alimentos aos índios.

"A Anistia tinha que ver de quem [é a responsabilidade pelos] índios. É da Funai. Eu acho que a Funai não está cuidando bem dos índios", afirmou.

Paralisia

Puccinelli afirmou que, quando assumiu o governo em janeiro, já encontrou paralisada desde dezembro a distribuição de cestas de alimentos para índios e sem-terra.

"Só encontramos contas [do Estado] bloqueadas. Nós fomos exigir dos órgãos [federais] que têm a responsabilidade. Fui exigir da Funai que assumisse e do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] que assumisse os [sem-terra] acampados. O Incra assumiu", afirmou.

O governador disse que o Ministério de Combate à Fome "lavou as mãos" e ainda não deu resposta sobre proposta de divisão de verbas, entre União, Estados e prefeituras, para atender 150 mil famílias, incluindo índios, que precisam dos programas sociais.

"Esperamos que a paquidérmica máquina tartarugal do governo federal possa nos dar a resposta antes do término do cadastramento [de famílias] em outubro", afirmou.

Puccinelli disse que fechou um acordo nesta semana com a Funasa para distribuir 11 mil cestas aos índios. O Estado vai alugar o armazém para guardar a cestas, cuidar das embalagens e distribuição nas aldeias. A Funasa entra com os alimentos.

Outro lado

No último dia 8, a assessoria do Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate à Fome já havia declarado que em 2006 liberou R$ 309,3 milhões para atender 803 mil pessoas, 35% da população, em Mato Grosso do Sul. O ministro Patrus Ananias criou um grupo de estudo para avaliar como pode ajudar o Estado.

Ontem, a Folha não conseguiu contato com o ministério. A reportagem também ligou para casa de Mércio Gomes, presidente da Funai, mas ninguém atendeu o telefone. Anteriormente, a Funai alegou falta de verbas.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre morte de índios por desnutrição
  • Leia o que já foi publicado sobre o governador André Puccinelli
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página