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08/03/2007
-
20h09
REGIANE SOARES
CAROLINA FARIAS
da Folha Online
O avião presidencial norte-americano, o Air Force One, pousou às 20h04 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi recepcionado no aeroporto pelo embaixador do Brasil nos EUA, Antônio Patriota, e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A passagem de Bush pelo Brasil deve durar cerca de 24 horas. Nesse período, ele visitará a Transpetro, almoçará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi --tudo isso nesta sexta-feira. Não há atividades previstas em sua agenda para esta quinta-feira.
O norte-americano deve ficar hospedado no Hilton Morumbi, na zona sul de São Paulo. O percurso entre o aeroporto e o hotel deve ser feito por via terrestre. Cerca de 4.000 homens --1.200 do Exército-- vão reforçar a segurança de Bush no país.
O presidente dos EUA deve ser escoltado por cerca de 300 homens no trajeto do aeroporto até o hotel. O espaço aéreo deve sofrer restrições --num raio de 5 km-- durante seu deslocamento. O objetivo é evitar que aeronaves sobrevoem o percurso terrestre de Bush.
O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal do Distrito Federal reforçará a segurança em São Paulo durante a visita do presidente norte-americano.
Conhecida como a tropa de elite, a equipe ficará na cidade à disposição da PF de São Paulo durante os dias da visita do presidente. Atiradores de elite ficarão posicionados no topo de prédios ao longo dos deslocamentos terrestres de Bush pela cidade.
Agenda
Na pauta do encontro entre Lula e Bush está o aprofundamento da cooperação bilateral na área de biocombustíveis. No encontro deverá ser assinado o memorando de entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos para avançar a cooperação em biocombustíveis.
O presidente norte-americano chegou a afirmar que a queda da tarifa de exportação de US$ 0,54 por galão do combustível cobrada ao Brasil pelos EUA está fora de cogitação.
"O tema das tarifas não está na mesa de negociações", disse no mês passado, em palestra no evento "Etanol, Biodiesel e a Revolução dos Biocombustíveis", no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington.
A idéia de Bush é que seu irmão caçula Jeb e a Interamerican Ethanol Comission façam a ponte entre empresários do setor dos dois países. A comissão interamericana do etanol foi criada em dezembro e é comandada pelo republicano, pelo ex-ministro da Agricultura de Lula, Roberto Rodrigues, e pelo colombiano Luís Alberto Moreno, presidente do BID.
A organização ambientalista Greenpeace criticou hoje esse possível acordo. Marcelo Furtado, do Greenpeace, disse "ser inconveniente para o desenvolvimento sustentável do Brasil" um acordo desse tipo.
"O Brasil emite 1 milhão de toneladas de gases tóxicos por ano e 75% desse total é por causa desmatamento provocado com queimadas. Nós nos perguntamos qual o tamanho da área que deverá ser semeada para satisfazer a demanda dos Estados Unidos e se esse aumento irá gerar emissão de gases de efeito estufa", disse Furtado.
Protestos
Manifestações realizadas em todo o país nesta quinta-feira antecederam a chegada do presidente norte-americano ao Brasil.
Na avenida Paulista, região central da cidade, um confronto entre manifestantes e policiais deixou cinco feridos --três manifestantes, uma tenente da Polícia Militar e um fotógrafo.
Durante a manifestação, a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que entraram em confronto com PMs. Os manifestantes responderam com pedras e paus.
O grupo protesta desde as 16h pelos direitos das mulheres e contra a presença do presidente George W. Bush no Brasil. Ele chega a São Paulo na noite de hoje.
O gás das bombas da PM atingiu, além dos manifestantes que enfrentaram a PM, idosos e crianças que passavam pelo local além de pessoas que participavam do protesto pacificamente. Segundo a PM, 6.000 pessoas estavam no local. A organização do evento já fala em 20 mil pessoas.
O trânsito na região também foi afetado pelo protesto. Os manifestantes invadiram a pista sentido Paraíso da avenida. Inicialmente, o protesto estava previsto para ocupar duas faixas da avenida, mas o grupo invadiu todas as faixas no sentido Consolação.
A manifestação terminou por volta das 18h50. A pista sentido Consolação foi liberada ao tráfego às 19h10, mais de três horas após o início do protesto.
Pelo país
Também houve protestos em outra partes do país. Em Goiânia (Goiás), cerca de 800 manifestantes ligados à Via Campesina e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fizeram protestos em lojas do Wal-Mart e do McDonald's hoje pela manhã.
Na lanchonete, o grupo atirou tomates. Em passeata, foi enforcado e queimado um boneco representando o presidente dos Estados Unidos.
Em frente ao hipermercado, os manifestantes protestaram também contra alimentos transgênicos e o uso de agrotóxicos em lavouras. A loja foi alvo, segundo um dos líderes do protesto, por ser um dos símbolos da economia americana.
Em Porto Alegre (RS), cerca de 1.300 pessoas do Citibank protestam contra a chegada do presidente norte-americano. Também há marchas e protestos em Pernambuco, Bahia, Amazonas e outras partes do país.
Com agências internacionais
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CAROLINA FARIAS
da Folha Online
O avião presidencial norte-americano, o Air Force One, pousou às 20h04 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi recepcionado no aeroporto pelo embaixador do Brasil nos EUA, Antônio Patriota, e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Fernando Donasci/Folha Imagem |
Laura e George W. Bush chegam ao aeroporto internacional de SP |
O norte-americano deve ficar hospedado no Hilton Morumbi, na zona sul de São Paulo. O percurso entre o aeroporto e o hotel deve ser feito por via terrestre. Cerca de 4.000 homens --1.200 do Exército-- vão reforçar a segurança de Bush no país.
O presidente dos EUA deve ser escoltado por cerca de 300 homens no trajeto do aeroporto até o hotel. O espaço aéreo deve sofrer restrições --num raio de 5 km-- durante seu deslocamento. O objetivo é evitar que aeronaves sobrevoem o percurso terrestre de Bush.
O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal do Distrito Federal reforçará a segurança em São Paulo durante a visita do presidente norte-americano.
Conhecida como a tropa de elite, a equipe ficará na cidade à disposição da PF de São Paulo durante os dias da visita do presidente. Atiradores de elite ficarão posicionados no topo de prédios ao longo dos deslocamentos terrestres de Bush pela cidade.
Agenda
Na pauta do encontro entre Lula e Bush está o aprofundamento da cooperação bilateral na área de biocombustíveis. No encontro deverá ser assinado o memorando de entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos para avançar a cooperação em biocombustíveis.
André Porto/Folha Imagem |
Manifestante é preso durante protesto contra a visita do presidente George W. Bush ao Brasil |
"O tema das tarifas não está na mesa de negociações", disse no mês passado, em palestra no evento "Etanol, Biodiesel e a Revolução dos Biocombustíveis", no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington.
A idéia de Bush é que seu irmão caçula Jeb e a Interamerican Ethanol Comission façam a ponte entre empresários do setor dos dois países. A comissão interamericana do etanol foi criada em dezembro e é comandada pelo republicano, pelo ex-ministro da Agricultura de Lula, Roberto Rodrigues, e pelo colombiano Luís Alberto Moreno, presidente do BID.
A organização ambientalista Greenpeace criticou hoje esse possível acordo. Marcelo Furtado, do Greenpeace, disse "ser inconveniente para o desenvolvimento sustentável do Brasil" um acordo desse tipo.
"O Brasil emite 1 milhão de toneladas de gases tóxicos por ano e 75% desse total é por causa desmatamento provocado com queimadas. Nós nos perguntamos qual o tamanho da área que deverá ser semeada para satisfazer a demanda dos Estados Unidos e se esse aumento irá gerar emissão de gases de efeito estufa", disse Furtado.
Protestos
Manifestações realizadas em todo o país nesta quinta-feira antecederam a chegada do presidente norte-americano ao Brasil.
Bruno Miranda/Folha Imagem |
Avenida Paulista ficou interditada durante protesto contra visita de Bush ao Brasil |
Durante a manifestação, a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que entraram em confronto com PMs. Os manifestantes responderam com pedras e paus.
O grupo protesta desde as 16h pelos direitos das mulheres e contra a presença do presidente George W. Bush no Brasil. Ele chega a São Paulo na noite de hoje.
O gás das bombas da PM atingiu, além dos manifestantes que enfrentaram a PM, idosos e crianças que passavam pelo local além de pessoas que participavam do protesto pacificamente. Segundo a PM, 6.000 pessoas estavam no local. A organização do evento já fala em 20 mil pessoas.
O trânsito na região também foi afetado pelo protesto. Os manifestantes invadiram a pista sentido Paraíso da avenida. Inicialmente, o protesto estava previsto para ocupar duas faixas da avenida, mas o grupo invadiu todas as faixas no sentido Consolação.
A manifestação terminou por volta das 18h50. A pista sentido Consolação foi liberada ao tráfego às 19h10, mais de três horas após o início do protesto.
Pelo país
Também houve protestos em outra partes do país. Em Goiânia (Goiás), cerca de 800 manifestantes ligados à Via Campesina e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fizeram protestos em lojas do Wal-Mart e do McDonald's hoje pela manhã.
Diego Padgurschi/Folha Imagem |
Polícia entra em confronto com manifestantes na avenida Paulista, região central de SP |
Em frente ao hipermercado, os manifestantes protestaram também contra alimentos transgênicos e o uso de agrotóxicos em lavouras. A loja foi alvo, segundo um dos líderes do protesto, por ser um dos símbolos da economia americana.
Em Porto Alegre (RS), cerca de 1.300 pessoas do Citibank protestam contra a chegada do presidente norte-americano. Também há marchas e protestos em Pernambuco, Bahia, Amazonas e outras partes do país.
Com agências internacionais
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