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17/03/2007 - 09h35

Pataxó fazem reféns dois funcionários da Funasa em Minas

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PAULO PEIXOTO
Agência Folha, em Belo Horizonte

Insatisfeitos com o atendimento de Saúde prestado pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde), índios pataxó fizeram reféns na aldeia Guarani, no município de Carmésia (MG), dois funcionários do órgão: o sociólogo Altino Barbosa, coordenador do Distrito Sanitário Indígena, e o coordenador técnico indígena Antônio Divino.

Barbosa foi mantido refém no final da tarde de anteontem. Seria liberado ontem após o responsável pela Funasa no Estado ir até a aldeia, onde vivem 310 índios (segundo a Funai), para negociar. O coordenador regional substituto da Funasa-MG, Ronaldo Serqueira, foi à reunião e levou junto Antônio Divino.

Por telefone, o cacique Mezaque Pataxó disse à Folha na noite de ontem que a intenção era manter Serqueira também refém. Mas, após uma reunião com os agentes da Polícia Federal, comunidade indígena e os representantes da Funasa, decidiu-se pela liberação de Serqueira, para que dê início, já na segunda-feira, às providências reivindicadas, como licitação para montagem na região de uma clínica, um restaurante e uma farmácia.

Até lá, Barbosa e Divino continuam reféns. Dormiriam no casarão da sede, segundo Mezaque.

O índio Puhuy Pataxó disse sobre o atendimento da Funasa. "A situação aqui é péssima. O serviço é de má qualidade. Falta remédio e assistência médica. A ambulância saiu daqui para ser consertada, mas era para ser 15 dias e já são três anos. Só hoje [ontem] chegou aqui um carro."

O administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Minas, Waldemar Krenak, disse que o problema do atendimento pela Funasa "não é a falta de esforço", mas a "falta de preparo" para lidar com um povo de cultura diferente.

"As pessoas não são muito preparadas para trabalhar com o índio. É outra cultura, é outro segmento", disse Krenak, acrescentando que há problemas de atendimento especializado e de emergência.

A assessora de Comunicação da Funasa em Minas, Janilsa Soalheiro, disse no final da tarde que o órgão está em negociação e que o clima é de tranqüilidade. Segundo ela, só após o órgão receber as reivindicações é que poderia se manifestar sobre as queixas dos índios.

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