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19/04/2007 - 10h21

Procurador suspeita de assessor de ministro

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

No inquérito da Operação Hurricane, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou diligências tendo como alvo o ministro Paulo Medina (Superior Tribunal de Justiça). O procurador escreveu que haveria indícios de que um assessor do ministro teria operado como intermediário na venda de sentenças.

"Quanto ao foco principal da presente investigação --a venda de decisões judiciais por magistrados-- a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos revelou a atuação constante do assessor do ministro Paulo Medina, Fernando Rodrigues, que vem aparecendo como possível intermediador na venda das decisões."

Antonio Fernando solicitou ao Supremo Tribunal Federal a quebra do sigilo telefônico do assessor do ministro do STJ, entre outras pessoas.

O próprio Paulo Medina teve seu sigilo telefônico quebrado, mas a PF não deu destaque para nenhuma das conversas. Aparentemente não há diálogos entre o ministro e emissários dos bicheiros e bingueiros.

O procurador-geral requereu busca e apreensão num escritório de advocacia de Brasília que seria usado pelo irmão do ministro, Virgílio Medina, também apontado como negociador de sentenças do ministro.

"A execução da medida de busca e apreensão no escritório [...] tem por objetivo apreender eventuais documentos ali existentes que comprovem a atuação venal do ministro Paulo Medina. Existem fundados indícios de que o citado escritório é o local, em Brasília, utilizado por Virgílio Medina para negociar decisões do seu irmão", escreveu Antonio Fernando.

No pedido de diligências e prisões preventivas ao STF, Antonio Fernando destacou que as investigações prosseguiriam, dando a entender que novas ações da PF e prisões podem ser solicitadas.

O inquérito da PF afirma também que a suposta quadrilha tentou assediar a presidente do STF, Ellen Gracie, que havia dado decisão revogando a liberação de 900 máquinas de caça-níquel em Niterói (RJ).

"A decisão exarada pela ministra presidente do STF (...) gerou uma intensa movimentação da quadrilha. O grupo agora se articula com o objetivo de solucionar as pendências junto aos tribunais superiores, tendo como estratégia buscar aproximação com magistrada presidente do STF", diz documento da PF de outubro.

A "aproximação" seria por meio de advogados ligados ao suposto esquema. A PF não faz, após isso, menção sobre possíveis desdobramentos.

Preso por suspeita de trabalhar pelos interesses da organização criminosa, o delegado da PF Carlos Pereira da Silva foi enviado no ano passado para um curso no FBI, nos EUA.

Ausente

Desde a última sexta, quando a operação se tornou pública, Medina tem faltado às sessões do STJ. Até a conclusão desta edição, o STJ não havia se manifestado sobre o tema.

Anteontem, ele foi ao gabinete, mas, diante do vazamento a jornalistas do conteúdo do inquérito do STF, optou por se recolher e preparar sua defesa, segundo o seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro.

Almeida Castro disse que o ministro "está atônito" e "muito abalado" e que, até anteontem, a maior preocupação dele era o irmão. "Ele está atônito, está se sentindo não só ofendido pelo fato de ver o nome dele dessa forma, mas até ontem [anteontem] a preocupação maior dele é com o irmão que está preso. Ele está muito abalado, mas disse desde o início que não tinha nenhuma ligação dele."

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