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24/04/2007
-
12h16
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Líderes do PRB minimizaram hoje as críticas de Mangabeira Unger ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que o filósofo aceitou o convite para assumir o 36º ministério do segundo mandato de Lula. Em encontro com o presidente esta manhã, o partido endossou o nome de Mangabeira para ocupar a Secretaria Especial de Assuntos a Longo Prazo do governo federal, órgão que terá status de ministério.
Crítico feroz de Lula em seu primeiro mandato, Mangabeira chegou a defender o impeachment do presidente em meio ao episódio do mensalão. O líder do PRB no Senado, Marcelo Crivella (RJ), disse que Mangabeira "mudou de idéia" em relação ao presidente --motivo que o levou a integrar o governo.
"O presidente entendeu que o Mangabeira, estando longe [nos Estados Unidos], se guiava pela imprensa. Naquela época, parecia ser um consenso de que a crise chegaria até o presidente. Não chegou nem passou perto. Portanto, o Mangabeira como grande parcela da população brasileira mudou de idéia, concluiu que o presidente não tem nada a ver com essa crise que atingiu grande parte do setor político", disse Crivella.
O presidente do PRB, Vitor Paulo, disse que o convite de Lula para Mangabeira integrar o governo demonstra que o presidente o perdoou. "O presidente se sente desculpado pelo fato de Mangabeira ter aceitado o seu convite", afirmou.
Crivella saiu em defesa de Mangabeira ao afirmar que o filósofo, assim como "grande parcela da população brasileira", reconheceu que o presidente não teve participação no esquema do mensalão. Segundo o senador, Mangabeira passou a apoiar Lula desde o momento em que o PRB decidiu endossar a reeleição do petista.
"Havia diversos grupos políticos, alguns avaliavam que o presidente deveria sangrar até morrer. Verificou-se que nada disso se cumpriu. Aqueles que tinham uma conclusão, mudaram. As pessoas podem evoluir para outra opinião quando têm melhores informações. Eu repito: a crise não chegou ao gabinete", afirmou.
Aliança
Além da vice-presidência da República, a secretaria de Mangabeira será o único cargo com status de ministério ocupado pelo PRB. Crivella garante que o partido não reivindicou maior espaço no primeiro escalão do governo, mas admitiu que a legenda tem planos para o comando de cargos no segundo escalão.
"O PRB tinha intenção de participar do governo, mas a idéia partiu do presidente. A participação do PRB vai dar destaque ao partido. O presidente nos convidou para outros setores, mas conversa com o presidente tem que saber dele, não cabe a mim revelar', disse.
Mangabeira deve tomar posse na secretaria na semana que vem, depois que retornar dos Estados Unidos --onde leciona direito na Universidade de Harvard. A secretaria, que ainda vai ser criada por Lula, vai reunir o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos).
Segundo reportagem publicada pela Folha, Lula e os principais auxiliares vêem no Ipea, órgão hoje vinculado ao Ministério do Planejamento, uma suposta predominância de "pensamento tucano" sobre economia --por isso quer implementar mudanças sem seu comando.
Em conversas reservadas, o presidente já se queixou de pesquisas e estudos do Ipea. Mangabeira Unger --que é colunista da Folha desde 10 de fevereiro de 1998-- é um crítico desse pensamento.
Com a saída de Luiz Gushiken do NAE no ano passado, o órgão perdeu importância política. A indicação de Mangabeira é uma forma de lhe devolver parte desse prestígio. O NAE tem estudos de longo prazo sobre o país.
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Líderes do PRB minimizam críticas de Mangabeira Unger a Lula
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da Folha Online, em Brasília
Líderes do PRB minimizaram hoje as críticas de Mangabeira Unger ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que o filósofo aceitou o convite para assumir o 36º ministério do segundo mandato de Lula. Em encontro com o presidente esta manhã, o partido endossou o nome de Mangabeira para ocupar a Secretaria Especial de Assuntos a Longo Prazo do governo federal, órgão que terá status de ministério.
Crítico feroz de Lula em seu primeiro mandato, Mangabeira chegou a defender o impeachment do presidente em meio ao episódio do mensalão. O líder do PRB no Senado, Marcelo Crivella (RJ), disse que Mangabeira "mudou de idéia" em relação ao presidente --motivo que o levou a integrar o governo.
"O presidente entendeu que o Mangabeira, estando longe [nos Estados Unidos], se guiava pela imprensa. Naquela época, parecia ser um consenso de que a crise chegaria até o presidente. Não chegou nem passou perto. Portanto, o Mangabeira como grande parcela da população brasileira mudou de idéia, concluiu que o presidente não tem nada a ver com essa crise que atingiu grande parte do setor político", disse Crivella.
O presidente do PRB, Vitor Paulo, disse que o convite de Lula para Mangabeira integrar o governo demonstra que o presidente o perdoou. "O presidente se sente desculpado pelo fato de Mangabeira ter aceitado o seu convite", afirmou.
Crivella saiu em defesa de Mangabeira ao afirmar que o filósofo, assim como "grande parcela da população brasileira", reconheceu que o presidente não teve participação no esquema do mensalão. Segundo o senador, Mangabeira passou a apoiar Lula desde o momento em que o PRB decidiu endossar a reeleição do petista.
"Havia diversos grupos políticos, alguns avaliavam que o presidente deveria sangrar até morrer. Verificou-se que nada disso se cumpriu. Aqueles que tinham uma conclusão, mudaram. As pessoas podem evoluir para outra opinião quando têm melhores informações. Eu repito: a crise não chegou ao gabinete", afirmou.
Aliança
Além da vice-presidência da República, a secretaria de Mangabeira será o único cargo com status de ministério ocupado pelo PRB. Crivella garante que o partido não reivindicou maior espaço no primeiro escalão do governo, mas admitiu que a legenda tem planos para o comando de cargos no segundo escalão.
"O PRB tinha intenção de participar do governo, mas a idéia partiu do presidente. A participação do PRB vai dar destaque ao partido. O presidente nos convidou para outros setores, mas conversa com o presidente tem que saber dele, não cabe a mim revelar', disse.
Mangabeira deve tomar posse na secretaria na semana que vem, depois que retornar dos Estados Unidos --onde leciona direito na Universidade de Harvard. A secretaria, que ainda vai ser criada por Lula, vai reunir o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos).
Segundo reportagem publicada pela Folha, Lula e os principais auxiliares vêem no Ipea, órgão hoje vinculado ao Ministério do Planejamento, uma suposta predominância de "pensamento tucano" sobre economia --por isso quer implementar mudanças sem seu comando.
Em conversas reservadas, o presidente já se queixou de pesquisas e estudos do Ipea. Mangabeira Unger --que é colunista da Folha desde 10 de fevereiro de 1998-- é um crítico desse pensamento.
Com a saída de Luiz Gushiken do NAE no ano passado, o órgão perdeu importância política. A indicação de Mangabeira é uma forma de lhe devolver parte desse prestígio. O NAE tem estudos de longo prazo sobre o país.
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