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12/09/2003 - 15h30

Buraco na camada de ozônio cresce e pode bater recorde

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da Folha Online

O buraco na camada de ozônio atingiu um novo recorde para essa época do ano: chegou a 17,4 milhões de km2 em agosto. É um dado preocupante, segundo os cientistas, porque indica que o recorde absoluto pode, infelizmente, ser quebrado este ano.

A camada de ozônio é uma proteção atmosférica natural contra os raios ultravioleta. A exposição prolongada a esse tipo de radiação pode provocar o câncer de pele.

O maior tamanho que o buraco já atingiu sobre a Antártida foi de 17,7 milhões de km2. Os picos de crescimento geralmente se registram na segunda semana de setembro, ou seja, se em agosto já chegou tão perto, tudo indica que ficará ainda maior nos próximos dias, segundo o cientista britânico Jonathan Shanklin, da Pesquisa Antártica Britânica.

"Foi o maior tamanho já atingido em agosto e estamos esperando para ver o que acontece", disse ele.

Anormalidade

Em 2002, o buraco encolheu e deu aos cientistas a esperança de que a camada de ozônio estaria começando a se recuperar, mas Shanklin acredita que o encolhimento foi uma anormalidade em razão de condições atmosféricas, e que em 2003 a expansão voltou a se processar.

Shanklin disse que não há ligação direta entre o buraco em si e o aumento no número de casos de câncer de pele pelo mundo, mas sim com o afinamento da camada, que acontece em várias partes do planeta e também submete as pessoas a uma carga maior de radiação ultravioleta.

O cientista britânico foi um dos primeiros a descobrir o buraco da camada de ozônio, em 1985. Segundo ele, ainda não há uma explicação para o fato de o buraco ter se tornado maior em agosto. "O buraco está continuamente em movimento, ele parece um pião", disse Shanklin.

Concentração de CFC

A descoberta do buraco em 1985 forçou uma revisão radical e uma mudança completa nos setores da indústria que utilizavam gases que atacavam a camada de ozônio, como o CFC, aplicado em aerosóis.

Com isso, a concentração desses gases começou a cair e está 6% menor que seu maior volume registrado, aparentemente uma queda pequena, mas instrutiva: apesar de não serem mais tão frequentemente lançados na atmosfera, os gases já lançados demoram a atuar e também a se dissipar.

"Não sabemos se o buraco finalmente atingiu seu grau máximo, se já o passou e está diminuindo ou se ainda pode se tornar maior. Sabemos que está bem perto do máximo, mas talvez tenhamos de esperar mais uma década para saber se o pior já passou e se a camada de ozônio está se recuperando", disse Shanklin.

Protocolo de Kyoto

De acordo com o cientista, foi essencial que os países tenham assinado e cumprido o tratado de Montreal, que coíbe a emissão de gases nocivos à camada de ozônio, mas, segundo ele, é preciso que o protocolo de Kyoto, sobre os gases que exacerbam o efeito-estufa, como o dióxido de carbono, seja respeitado.

Os EUA, que respondem por uma porcentagem significativa na emissão de dióxido de carbono no mundo, se recusam a assinar e chegam a alegar que o gás não é poluente.

'Seria excelente se todos os países do mundo restringissem suas emissões de gases que aumentam o efeito-estufa. A descoberta do buraco na camada de ozônio prova que podemos mudar nossa atmosfera muito facilmente e isso foi uma grande surpresa. Pode haver mais algumas nos esperando", disse Shanklin.

Com agências internacionais

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