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15/07/2004 - 07h00

PF apreende 2.000 fósseis em SP

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do Agora

Cerca de dois mil fósseis de plantas e animais foram apreendidos anteontem pela Polícia Federal dentro do Museu de Paleontologia "Força da Terra", em São Paulo. Algumas peças têm idade estimada em 120 milhões de anos.

O delegado da PF Paulo Castilho informou que as peças foram retiradas ilegalmente da Chapada do Araripe, no Ceará. Depois, foram repassadas para a proprietária do museu, a artesã Urânia Gusmão Corradini, que as vendia para clientes estrangeiros.

Foi a partir de um dos compradores que tentava embarcar um fóssil de ave para a Europa, em janeiro, que a PF passou a investigar o comércio. Apesar de não existir no Brasil legislação específica contra o tráfico de fósseis, eles são considerados patrimônio da União e sua exploração comercial só pode ser feita com autorização do Departamento Nacional da Produção Mineral --que nunca as concedeu.

Corradini não foi presa, mas será indiciada. Ela já responde a processo por furto e receptação. Em sua casa, em 2001, foram apreendidos 5.000 fósseis. A maior parte do material são peixes do Período Cretáceo (o último da era dos dinossauros, de 144 milhões a 65 milhões de anos atrás), mas há entre as peças restos fossilizados de pterossauros (répteis voadores) e dinossauros.

Segundo a PF, alguns dos fósseis apreendidos anteontem podem alcançar R$ 100 mil no mercado. Apesar de não haver dados sobre esse comércio, um fóssil de pterossauro do Araripe, no Japão, vale cerca de US$ 80 mil.

Lago do tesouro

A Chapada do Araripe é um conjunto de rochas calcárias de 9.000 km2 no sul do Ceará. A região era uma laguna no Cretáceo, daí a enorme quantidade de peixes fossilizados descoberta ali.

O local é considerado um dos principais sítios paleontológicos do planeta. Mais de uma dezena de espécies de pterossauro e pelo menos duas espécies de dinossauro já foram identificadas ali.

No entanto, por ser também uma das regiões mais miseráveis do país, a chapada também sofre com o contrabando de fósseis. Na época da seca, os lavradores locais vão trabalhar em pedreiras, onde encontram fósseis e os vendem a atravessadores por preços que variam de R$ 1 a R$ 1.000. Fósseis brasileiros ilegais vão parar em museus e coleções particulares da Europa, dos EUA, do Japão e até da Tailândia.

Especial
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