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22/02/2005
-
10h23
da Folha Online
O paleontólogo Ed Landing encontrou algo de ameaçador nas rochas antigas do Estado de Nova York. Embora por enquanto isso seja ainda uma hipótese, Landing afirma ter descoberto padrões nas formações rochosas de centenas de milhões de anos que sugerem que está vindo por aí aquilo que ele chama de "hiperaquecimento global".
As suas suposições parecem ser ainda mais dramáticas que aquelas feitas por outros cientistas que estudam o aquecimento global. "Isso não é nada bom", diz Landing, que estudou intensivamente as rochas no chamado "cinturão de ardósia", no Estado de Nova York.
Landing acredita que um aquecimento global extremamente acelerado não deverá ocorrer subitamente neste século, mas que, com o passar do tempo, as alterações no clima planetário terão um efeito de "bola de neve" cuja compreensão assusta.
As calotas polares derreterão. O nível do mar se elevará. O oceano profundo se aquecerá, perderá oxigênio e morrerá, desencadeando uma elevação ainda maior do nível do mar, que inundará continentes.
"Isso é algo que poderá ocorrer daqui a alguns milhões de anos ou mais rapidamente", diz Landing. "Os padrões estão em andamento. O planeta sofrerá tal aquecimento e o nível do mar aumentará tantos metros que a Terra passará por uma transformação total. Não somos sequer capazes de imaginar tal coisa".
Segundo Landing, já existem evidências irrefutáveis de que os níveis dos mares em todo o mundo passaram por uma elevação de 25 cm desde 1900. Esse número se baseia em dados fornecidos pelos medidores de marés em portos de todo o planeta. Além disso, já foi documentado o derretimento significativo de geleiras e calotas polares.
"Alguns cientistas discordarão de mim, mas houve época em que a evolução e a gravidade também já foram apenas hipóteses", diz Landing. "Acredito que essa seja uma hipótese sólida que pode ser utilizada para uma projeção no futuro".
Ao estudar rochas dos períodos cambriano e ordoviciano (470 milhões a 550 milhões de anos atrás), Landing identificou nitidamente períodos delineados de aquecimento e resfriamento globais. No decorrer daqueles 80 milhões de anos, eles ocorreram em intervalos de 3 milhões a 5 milhões de anos.
Esses antigos eventos climatológicos assumem a forma de grandes camadas de ardósia verde e negra. A ardósia negra corresponde a elevados níveis do mar de Nova York, ou ciclos de aquecimento global, quando a água perdeu oxigênio e não pôde sustentar a vida animal. Esse tipo de ardósia é utilizado em quadros negros.
Já a ardósia verde corresponde a níveis do mar baixos, ou ciclos de resfriamento global, quando a água foi rica em nutrientes e em vida animal. Esse tipo de ardósia é usado para a fabricação de telhas.
"O evento realmente transformador é o aquecimento do mar profundo", diz Landing. "A água se expande à medida que sofre aquecimento, de forma que, quando as águas profundas esquentam, elas se expandem e geram ainda mais inundações".
De acordo com Landing, o aumento documentado de 25 cm do nível do mar nos últimos cem anos fez com que o mar avançasse cerca de 100 metros nas costas rasas. Caso as águas profundas sofram aquecimento e se expandam, o mar poderia avançar por centenas ou mesmo milhares de quilômetros terra adentro.
Com agências internacionais
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O paleontólogo Ed Landing encontrou algo de ameaçador nas rochas antigas do Estado de Nova York. Embora por enquanto isso seja ainda uma hipótese, Landing afirma ter descoberto padrões nas formações rochosas de centenas de milhões de anos que sugerem que está vindo por aí aquilo que ele chama de "hiperaquecimento global".
As suas suposições parecem ser ainda mais dramáticas que aquelas feitas por outros cientistas que estudam o aquecimento global. "Isso não é nada bom", diz Landing, que estudou intensivamente as rochas no chamado "cinturão de ardósia", no Estado de Nova York.
Landing acredita que um aquecimento global extremamente acelerado não deverá ocorrer subitamente neste século, mas que, com o passar do tempo, as alterações no clima planetário terão um efeito de "bola de neve" cuja compreensão assusta.
As calotas polares derreterão. O nível do mar se elevará. O oceano profundo se aquecerá, perderá oxigênio e morrerá, desencadeando uma elevação ainda maior do nível do mar, que inundará continentes.
"Isso é algo que poderá ocorrer daqui a alguns milhões de anos ou mais rapidamente", diz Landing. "Os padrões estão em andamento. O planeta sofrerá tal aquecimento e o nível do mar aumentará tantos metros que a Terra passará por uma transformação total. Não somos sequer capazes de imaginar tal coisa".
Segundo Landing, já existem evidências irrefutáveis de que os níveis dos mares em todo o mundo passaram por uma elevação de 25 cm desde 1900. Esse número se baseia em dados fornecidos pelos medidores de marés em portos de todo o planeta. Além disso, já foi documentado o derretimento significativo de geleiras e calotas polares.
"Alguns cientistas discordarão de mim, mas houve época em que a evolução e a gravidade também já foram apenas hipóteses", diz Landing. "Acredito que essa seja uma hipótese sólida que pode ser utilizada para uma projeção no futuro".
Ao estudar rochas dos períodos cambriano e ordoviciano (470 milhões a 550 milhões de anos atrás), Landing identificou nitidamente períodos delineados de aquecimento e resfriamento globais. No decorrer daqueles 80 milhões de anos, eles ocorreram em intervalos de 3 milhões a 5 milhões de anos.
Esses antigos eventos climatológicos assumem a forma de grandes camadas de ardósia verde e negra. A ardósia negra corresponde a elevados níveis do mar de Nova York, ou ciclos de aquecimento global, quando a água perdeu oxigênio e não pôde sustentar a vida animal. Esse tipo de ardósia é utilizado em quadros negros.
Já a ardósia verde corresponde a níveis do mar baixos, ou ciclos de resfriamento global, quando a água foi rica em nutrientes e em vida animal. Esse tipo de ardósia é usado para a fabricação de telhas.
"O evento realmente transformador é o aquecimento do mar profundo", diz Landing. "A água se expande à medida que sofre aquecimento, de forma que, quando as águas profundas esquentam, elas se expandem e geram ainda mais inundações".
De acordo com Landing, o aumento documentado de 25 cm do nível do mar nos últimos cem anos fez com que o mar avançasse cerca de 100 metros nas costas rasas. Caso as águas profundas sofram aquecimento e se expandam, o mar poderia avançar por centenas ou mesmo milhares de quilômetros terra adentro.
Com agências internacionais
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