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23/02/2005
-
11h01
da Folha Online
Um grupo de investigadores espanhóis demonstrou que o canabinóide pode prevenir a perda de memória e reduzir a inflamação cerebral associada à doença de Alzheimer, indica um estudo publicado hoje .
A coordenadora da investigação, Maria de Ceballos, disse que a descoberta "abre uma nova possibilidade" de tratamento para esta doença do cérebro, que não tem cura.
A eficácia do canabinóide, substância sintética idêntica ao princípio ativo da maconha, foi demonstrada a partir de experiências feitas com um grupo de ratos nos quais foi injetada a substância combinada com a proteína amilóide (a proteína que desencadeia a doença).
Estes ratos foram capazes de lembrar um caminho que os cientistas lhes tinham ensinado dois meses antes, o que não aconteceu com outros ratos, que receberam apenas a proteína amilóide e que, além disso, desenvolveram uma grande inflamação cerebral.
A partir daí, Maria Ceballos, do departamento de Neurodegenerescência do Instituto Cajal do Conselho Superior de Investigações científicas (CSIC) de Espanha, pensou que a substância poderia ser eficaz no tratamento preventivo da doença, depois de conhecer as suas propriedades antiinflamatórias e neuroprotetoras.
O trabalho, publicado no "The Journal of Neuronscience", serviu também para caracterizar os receptores de canabinóides CB1 e CB2 a partir do estudo de tecido cerebral de doentes com Alzheimer.
Os investigadores do CSIC compararam tecido cerebral de pacientes que morreram de Alzheimer com o de pessoas saudáveis que faleceram com idades semelhantes.
A comparação permitiu-lhes observar que os receptores de canabinóides estão associados, na doença, a marcadores de ativação da microglia (célula imune do cérebro) e com alguns neurônios sobreviventes.
O receptor CB1 está presente em todos os tipos de células do cérebro e a sua ativação provoca os efeitos mentais do canabinóide, enquanto o CB2 só está presente na microglia.
A relação descoberta entre os receptores de canabinóides e a referida ativação celular poderá contribuir para aperfeiçoar o tratamento da doença.
A ativação das células da microglia ocorre no cérebro dos doentes de Alzheimer depois da célula amilóide se acumular em depósitos em forma de placas que invadem determinadas zonas do cérebro.
Este processo gera, ao longo dos anos, uma inflamação que culmina com a morte dos neurônios e na conseqüente perda de memória e de capacidade de comunicação com o exterior.
A equipe que realizou este estudo, em que participaram também cientistas da Universidade Complutense de Madri, investiga há anos a doença, com o objetivo de descobrir novos tratamentos.
Com agências internacionais
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Provada eficácia da maconha na prevenção do Alzheimer
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Um grupo de investigadores espanhóis demonstrou que o canabinóide pode prevenir a perda de memória e reduzir a inflamação cerebral associada à doença de Alzheimer, indica um estudo publicado hoje .
A coordenadora da investigação, Maria de Ceballos, disse que a descoberta "abre uma nova possibilidade" de tratamento para esta doença do cérebro, que não tem cura.
A eficácia do canabinóide, substância sintética idêntica ao princípio ativo da maconha, foi demonstrada a partir de experiências feitas com um grupo de ratos nos quais foi injetada a substância combinada com a proteína amilóide (a proteína que desencadeia a doença).
Estes ratos foram capazes de lembrar um caminho que os cientistas lhes tinham ensinado dois meses antes, o que não aconteceu com outros ratos, que receberam apenas a proteína amilóide e que, além disso, desenvolveram uma grande inflamação cerebral.
A partir daí, Maria Ceballos, do departamento de Neurodegenerescência do Instituto Cajal do Conselho Superior de Investigações científicas (CSIC) de Espanha, pensou que a substância poderia ser eficaz no tratamento preventivo da doença, depois de conhecer as suas propriedades antiinflamatórias e neuroprotetoras.
O trabalho, publicado no "The Journal of Neuronscience", serviu também para caracterizar os receptores de canabinóides CB1 e CB2 a partir do estudo de tecido cerebral de doentes com Alzheimer.
Os investigadores do CSIC compararam tecido cerebral de pacientes que morreram de Alzheimer com o de pessoas saudáveis que faleceram com idades semelhantes.
A comparação permitiu-lhes observar que os receptores de canabinóides estão associados, na doença, a marcadores de ativação da microglia (célula imune do cérebro) e com alguns neurônios sobreviventes.
O receptor CB1 está presente em todos os tipos de células do cérebro e a sua ativação provoca os efeitos mentais do canabinóide, enquanto o CB2 só está presente na microglia.
A relação descoberta entre os receptores de canabinóides e a referida ativação celular poderá contribuir para aperfeiçoar o tratamento da doença.
A ativação das células da microglia ocorre no cérebro dos doentes de Alzheimer depois da célula amilóide se acumular em depósitos em forma de placas que invadem determinadas zonas do cérebro.
Este processo gera, ao longo dos anos, uma inflamação que culmina com a morte dos neurônios e na conseqüente perda de memória e de capacidade de comunicação com o exterior.
A equipe que realizou este estudo, em que participaram também cientistas da Universidade Complutense de Madri, investiga há anos a doença, com o objetivo de descobrir novos tratamentos.
Com agências internacionais
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