22/08/2005 - 09h14

Mulher cientista é discriminada, afirma grupo

da Folha de S.Paulo

A carreira científica para mulheres continua sendo uma "jornada difícil", segundo um grupo de pesquisadores americanos. É o que relata a rede britânica BBC.

Os cientistas dizem que, embora grandes avanços tenham acontecido recentemente, as instituições acadêmicas ainda não estão fazendo uso total da massa feminina de cientistas disponível.

O grupo reportou suas conclusões num artigo publicado na última edição da revista científica norte-americana "Science". O documento reacende um debate que esquentou no início do ano com declarações do reitor da Universidade Harvard, Lawrence Summers. Ele causou furor ao sugerir que talvez as mulheres, por natureza, tivessem menos aptidão para as carreiras de ciências exatas.

O novo adendo à discussão foi liderado pela pesquisadora Jo Handelsman, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA. Segundo o artigo, as cientistas mulheres algumas vezes encontram o ambiente do campus "frio" e podem enfrentar "discriminação inconsciente".

Elas também sofrem com o desafio extra de equilibrar sua vida familiar e doméstica com suas metas de carreira, um peso que costuma ser menor para homens do que para mulheres.

"A boa notícia é que fizemos progresso", disse Handelsman. "A má é que ainda temos um longo caminho a percorrer para atingir a igualdade."

Handelsman e seus colegas acreditam que há uma série de desafios que podem impedir ou atrasar mulheres na meta de explorar todo o seu potencial acadêmico. "Ainda há muita hostilidade encoberta e visível nos campi americanos", disse. "Algumas coisas são comportamento ilegal descarado, mas a maior parte delas é sutil. Faz com que as mulheres se sintam subvalorizadas e desrespeitadas."

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