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25/05/2006
-
11h00
da Folha de S.Paulo
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Primeiro astronauta brasileiro, o tenente-coronel Marcos Cesar Pontes, 43, decidiu ir para a reserva da Aeronáutica, o que põe areia no discurso do Palácio do Planalto, da AEB (Agência Espacial Brasileira) e da Aeronáutica de que ele poderia ser usado como um fator de estímulo ao programa espacial e a novas adesões às Forças Armadas após sua viagem espacial de US$ 10 milhões.
Pontes retornou do espaço no início de abril. No dia 20, foi recebido em Brasília como herói pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de Pontes foi comunicada na semana passada ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, revelou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo". Na reserva, poderá atuar na iniciativa privada e cobrar por palestras, algo que na ativa lhe era vedado. No entanto, Pontes declarou à Folha ontem que "vencimentos não foram um item considerado" por ele e que ainda não teve tempo para pensar no mercado de palestras.
Questionado ontem sobre a aposentadoria de Pontes, Lula preferiu não polemizar. Sorridente, limitou-se a dizer: "É uma norma [militar a que Pontes tem direito]".
Já no Ministério da Ciência e Tecnologia e na AEB (Agência Espacial Brasileira), a reação nos bastidores foi de irritação. Pontes não comunicou previamente o pedido de baixa à agência, que bancou seu treinamento de sete anos nos EUA sua viagem ao espaço, de carona numa nave russa Soyuz.
"Minha surpresa foi ficar sabendo da passagem para a reserva pelo Diário Oficial", disse à Folha o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi. "O dr. Gaudenzi foi informado durante o processo, e obviamente está completamente ciente da continuidade e da necessidade das minhas atividades técnicas no programa espacial", disse.
Gaudenzi afirmou ainda que as portas estão abertas para que Pontes continue a trabalhar como consultor. "Ficaria decepcionado se ele fosse para outra área."
A AEB esperava que o astronauta fosse virar uma espécie de garoto-propaganda do programa, treinando novos astronautas e funcionando também como uma espécie de "adido" da agência junto aos EUA durante a renovação do contrato de participação na Estação Espacial Internacional, no mês que vem. Agora, se quiser consultoria de Pontes, o governo terá de pagar por fora.
Outras motivações de Pontes para deixar a ativa foram a falta de perspectiva de um segundo vôo espacial e a possibilidade de permanecer estagnado na atual patente. "Como eu não fiz os cursos de carreira necessários à promoção para postos mais altos, minha carreira não teria mais como progredir."
A FAB (Força Aérea Brasileira) tentou minimizar a saída de Pontes da ativa. Em sua página na internet, fala no "início de uma nova fase" e que o tenente-coronel "prepara-se para enfrentar novos desafios".
O comandante da Aeronáutica vai na mesma linha: "A Força Aérea só tem a agradecer a maneira brilhante como realizou sua missão em proveito da FAB, do Brasil, e, o que nos chamou mais a atenção, em proveito das crianças brasileiras, que têm [no astronauta] um exemplo de perseverança e vitória".
De Houston, Pontes disse que seu plano é desenvolver "uma instituição para trabalho na área de educação de crianças carentes"
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Pontes sai da Aeronáutica e vai poder cobrar por palestras
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Primeiro astronauta brasileiro, o tenente-coronel Marcos Cesar Pontes, 43, decidiu ir para a reserva da Aeronáutica, o que põe areia no discurso do Palácio do Planalto, da AEB (Agência Espacial Brasileira) e da Aeronáutica de que ele poderia ser usado como um fator de estímulo ao programa espacial e a novas adesões às Forças Armadas após sua viagem espacial de US$ 10 milhões.
Pontes retornou do espaço no início de abril. No dia 20, foi recebido em Brasília como herói pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de Pontes foi comunicada na semana passada ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, revelou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo". Na reserva, poderá atuar na iniciativa privada e cobrar por palestras, algo que na ativa lhe era vedado. No entanto, Pontes declarou à Folha ontem que "vencimentos não foram um item considerado" por ele e que ainda não teve tempo para pensar no mercado de palestras.
Questionado ontem sobre a aposentadoria de Pontes, Lula preferiu não polemizar. Sorridente, limitou-se a dizer: "É uma norma [militar a que Pontes tem direito]".
Já no Ministério da Ciência e Tecnologia e na AEB (Agência Espacial Brasileira), a reação nos bastidores foi de irritação. Pontes não comunicou previamente o pedido de baixa à agência, que bancou seu treinamento de sete anos nos EUA sua viagem ao espaço, de carona numa nave russa Soyuz.
"Minha surpresa foi ficar sabendo da passagem para a reserva pelo Diário Oficial", disse à Folha o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi. "O dr. Gaudenzi foi informado durante o processo, e obviamente está completamente ciente da continuidade e da necessidade das minhas atividades técnicas no programa espacial", disse.
Gaudenzi afirmou ainda que as portas estão abertas para que Pontes continue a trabalhar como consultor. "Ficaria decepcionado se ele fosse para outra área."
A AEB esperava que o astronauta fosse virar uma espécie de garoto-propaganda do programa, treinando novos astronautas e funcionando também como uma espécie de "adido" da agência junto aos EUA durante a renovação do contrato de participação na Estação Espacial Internacional, no mês que vem. Agora, se quiser consultoria de Pontes, o governo terá de pagar por fora.
Outras motivações de Pontes para deixar a ativa foram a falta de perspectiva de um segundo vôo espacial e a possibilidade de permanecer estagnado na atual patente. "Como eu não fiz os cursos de carreira necessários à promoção para postos mais altos, minha carreira não teria mais como progredir."
A FAB (Força Aérea Brasileira) tentou minimizar a saída de Pontes da ativa. Em sua página na internet, fala no "início de uma nova fase" e que o tenente-coronel "prepara-se para enfrentar novos desafios".
O comandante da Aeronáutica vai na mesma linha: "A Força Aérea só tem a agradecer a maneira brilhante como realizou sua missão em proveito da FAB, do Brasil, e, o que nos chamou mais a atenção, em proveito das crianças brasileiras, que têm [no astronauta] um exemplo de perseverança e vitória".
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