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01/06/2006 - 10h24

Cerca de 40% fumam 1º cigarro 5 minutos após acordar

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

Uma pesquisa do Incor (Instituto do Coração) com 3.800 fumantes da cidade de São Paulo revela que, meia hora após sair da cama, 72% dos entrevistados já fumaram o primeiro cigarro do dia --40% deles em até cinco minutos após acordar. Em média, os tabagistas entrevistados tinham 41 anos e fumavam há 22.

Outro dado preocupou os médicos: 57% dos fumantes relataram que não deixam de fumar nem quando estão doentes. A maior parte deles (42%) fuma um maço (20 cigarros) por dia. Apenas 10% dizem fumar mais de 30 unidades/dia.

Segundo a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor, os dados revelam que o paulistano tem um alto grau de dependência do cigarro. "Isso explica porque tanta gente tenta parar de fumar e não consegue."

Issa diz que, com o tempo, a tendência é que a pessoa se torne tolerante à nicotina e, para conseguir a mesma sensação que tinha anteriormente com o cigarro, precise consumir doses maiores. "Por isso, é comum o número de cigarros aumentar com o avanço da idade."

Cerca de 60% dos entrevistados pelo Incor disseram ter planos de parar de fumar nos próximos 30 dias. A maior parte (60%) já tentou parar de fumar alguma vez, mas não conseguiu. Apesar das tentativas frustradas, 62% se dizem prontos para largar o vício.

Segundo Issa, a maioria dos fumantes está consciente da importância de deixar o cigarro --96% aceitaram receber informações sobre o tratamento antitabagista, por exemplo. "Não basta força de vontade ou motivação para largar o vício. É preciso uma abordagem médica e comportamental."

Para Issa, falta que a população e os médicos estejam informados de que o tabagismo é uma doença. "Muitos médicos pensam que para abandonar o cigarro basta força de vontade. Ou acham que o tabagismo é hábito da pessoa e não dão a mínima."

A cardiologista lembra que o mesmo comportamento foi observado nas décadas de 80 e 90 com a obesidade. "Foi muito difícil convencer os médicos e principalmente os pacientes de que obesidade é uma doença que precisa de tratamento. Hoje ninguém duvida mais disso."

Outro problema, segundo ela, é o acesso à medicação e aos tratamentos antitabagistas no sistema público de saúde. No Incor, por exemplo, há uma fila de espera superior a um ano.

Ainda assim, o número de fumantes no Brasil tem diminuído desde 1989, na ordem de 10%, segundo amostras populacionais coletadas pelo Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde.

Estima-se que haja 1,2 bilhão de fumantes no mundo. Em 2000, o cigarro foi responsável por 4 milhões de mortes.

Ontem, Dia Mundial sem Tabaco, a Secretaria de Estado da Saúde ofereceu testes para medir a quantidade de monóxido de carbono no corpo de fumantes. Foram feitos 212 exames que indicam a contaminação nos pulmões pelo cigarro e distribuídos 14,5 mil panfletos.

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