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22/08/2006
-
08h50
RAFAEL GARCIA
da Folha de S.Paulo
A descoberta de uma colisão cósmica liberando proporções gigantescas de energia pôs fim ontem a uma discussão entre cientistas sobre a existência de um dos mais misteriosos componentes do universo: a matéria escura. Capaz de exercer força gravitacional, mas não de interagir com a matéria comum que compõe estrelas, planetas e pessoas, a existência dessa outra entidade vinha sendo contestada por alguns especialistas em cosmologia.
Mas a imagem de uma colisão entre dois aglomerados de galáxias feita pelo Chandra, o telescópio de raios X da Nasa, se tornou o certificado de existência da matéria escura.
Segundo o astrônomo Douglas Clowe, da Universidade do Arizona, autor da descoberta, o choque que formou o aglomerado de galáxias 1E0657-556 é o evento cósmico mais energético que se conhece depois do Big Bang, a explosão que deu origem ao cosmo. "Cada um dos sistemas que colidiram tem cerca de 2 quatrilhões de vezes a massa do Sol, e ambos viajavam a 40 mil quilômetros por segundo", disse Clowe à Folha.
Quando os dois aglomerados de galáxias se chocaram, a matéria comum que existia neles parou, mas a matéria escura continuou andando. É como se ela estivesse sem cinto de segurança e tivesse voado pelo pára-brisa no momento da pancada.
Aquilo que faltou à matéria escura para se segurar foi a capacidade de interagir diretamente com a matéria comum. Ambas sentem a força gravitacional uma da outra, mas quando se encontram, acabam agindo como fantasmas.
Para detectar a matéria escura, afinal, os cientistas usaram um efeito conhecido como lente gravitacional. A gravidade é capaz de atrair luz, e a tremenda massa que passou batido pelo local da colisão gerava grande distorção na luminosidade das galáxias que estavam por trás. "A única coisa restante que poderia explicar isso é uma forma de matéria que não vemos", diz Clowe.
Alguns teóricos acreditam que a matéria escura pode não existir, e sua presença aparente poderia ser explicada pelo fato de a gravidade se comportar de maneira diferente em grandes escalas. "Mas os resultados mostram que a matéria escura tem de existir", afirma Clowe. "Não há como usar teorias modificadas de gravidade para explicar nossos resultados."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a matéria escura
Colisão cósmica prova existência de matéria misteriosa
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da Folha de S.Paulo
A descoberta de uma colisão cósmica liberando proporções gigantescas de energia pôs fim ontem a uma discussão entre cientistas sobre a existência de um dos mais misteriosos componentes do universo: a matéria escura. Capaz de exercer força gravitacional, mas não de interagir com a matéria comum que compõe estrelas, planetas e pessoas, a existência dessa outra entidade vinha sendo contestada por alguns especialistas em cosmologia.
Mas a imagem de uma colisão entre dois aglomerados de galáxias feita pelo Chandra, o telescópio de raios X da Nasa, se tornou o certificado de existência da matéria escura.
Segundo o astrônomo Douglas Clowe, da Universidade do Arizona, autor da descoberta, o choque que formou o aglomerado de galáxias 1E0657-556 é o evento cósmico mais energético que se conhece depois do Big Bang, a explosão que deu origem ao cosmo. "Cada um dos sistemas que colidiram tem cerca de 2 quatrilhões de vezes a massa do Sol, e ambos viajavam a 40 mil quilômetros por segundo", disse Clowe à Folha.
Quando os dois aglomerados de galáxias se chocaram, a matéria comum que existia neles parou, mas a matéria escura continuou andando. É como se ela estivesse sem cinto de segurança e tivesse voado pelo pára-brisa no momento da pancada.
Aquilo que faltou à matéria escura para se segurar foi a capacidade de interagir diretamente com a matéria comum. Ambas sentem a força gravitacional uma da outra, mas quando se encontram, acabam agindo como fantasmas.
Para detectar a matéria escura, afinal, os cientistas usaram um efeito conhecido como lente gravitacional. A gravidade é capaz de atrair luz, e a tremenda massa que passou batido pelo local da colisão gerava grande distorção na luminosidade das galáxias que estavam por trás. "A única coisa restante que poderia explicar isso é uma forma de matéria que não vemos", diz Clowe.
Alguns teóricos acreditam que a matéria escura pode não existir, e sua presença aparente poderia ser explicada pelo fato de a gravidade se comportar de maneira diferente em grandes escalas. "Mas os resultados mostram que a matéria escura tem de existir", afirma Clowe. "Não há como usar teorias modificadas de gravidade para explicar nossos resultados."
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