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07/12/2006
-
12h22
da France Presse, em Paris
Um novo estudo sobre os oceanos sugere que o fitoplâncton --o primeiro elo na cadeia alimentar marítima-- será fortemente afetado pelo aquecimento climático. O artigo foi publicado na edição desta quinta-feira da revista científica britânica "Nature".
A pesca nos trópicos e nas médias latitudes pode ser gravemente afetada pela perda destes microorganismos como resultado de águas mais quentes, acrescenta o artigo.
O fitoplâncton cresce nas camadas mais superficiais do oceano e precisa de luz e nitrogênio, bem como de fosfato e ferro para crescer. Estes nutrientes vêm das camadas profundas e frias do oceano e são trazidos para a superfície pelas correntes.
O botânico Michael Behrenfeld, da Universidade Estadual do Oregon, e seus colegas analisaram cerca de uma década de dados de satélites para ver como estas plantas minúsculas da superfície dos mares respondem à mudança de temperatura.
O satélite SeaWiFS da Nasa usa sensores para detectar a luz refletida de volta pelo oceano. Bancos de fitoplâncton podem ser avistados porque contêm clorofila, que absorve as partes verdes e azuis do espectro da luz.
Mapeamento
O mapeamento de fitoplâncton de Behrenfeld mostrou que a massa sofreu duas grandes mudanças ao longo do período de estudo.
Em 1997/98, o fitoplâncton aumentou, acompanhando o período em que o fenômeno El Niño se inverteu e os mares ficaram relativamente mais frios.
A produção de fitoplâncton diminuiu entre 1999 e 2004, quando o El Niño voltou para um ciclo de aquecimento estendido. Em 2005 e 2006 houve um aumento.
Os cientistas afirmam que os resultados vinculam claramente a temperatura da superfície dos mares com a abundância do fitoplâncton e, portanto, dão um indício excelente do que poderia acontecer com a mudança climática.
Conseqüências
Se, como sugerem as simulações, o aquecimento global determinar ciclos de El Niño mais freqüentes ou até permanentes, a distribuição da biomassa oceânica poderia ser radicalmente reformulada, afirmam os cientistas.
As mais afetadas seriam as águas tropicais e de média latitude. Nestas regiões, a luz é boa para a fotossíntese do fitoplâncton, mas águas mais quentes também tendem a "se sobrepor" às águas densas e mais frias, o que significa que haverá menos emergência de nutrientes vitais.
Ao contrário, águas mais frias e de altas latitudes poderiam se beneficiar. Estas regiões recebem menos luz, o que é ruim para a fotossíntese, mas oferecem um bom fluxo de nutrientes por causa da forte emergência do fundo do mar.
No entanto, freqüentemente, estas correntes são tão intensas que o fitoplâncton é puxado a centenas de metros de profundidade, onde a luz do sol não consegue penetrar.
Futuro
No futuro, temperaturas mais altas e a afluência de água doce da chuva e do gelo derretido podem amortecer as correntes, comprometendo o crescimento do fitoplâncton.
O fitoplâncton não é apenas o primeiro elo essencial na cadeia alimentar da qual dependem as criaturas dos oceanos. Ele também absorve dióxido de carbono (CO2) da atmosfera ao fazer a fotossíntese, portanto qualquer distúrbio neste processo aceleraria o mecanismo de mudança climática.
Segundo o estudo de Behrenfeld, cerca de 100 milhões de toneladas de carbono são absorvidas diariamente pelo fitoplâncton.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre fitoplâncton
Aquecimento climático terá impacto na cadeia alimentar de oceanos
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Um novo estudo sobre os oceanos sugere que o fitoplâncton --o primeiro elo na cadeia alimentar marítima-- será fortemente afetado pelo aquecimento climático. O artigo foi publicado na edição desta quinta-feira da revista científica britânica "Nature".
A pesca nos trópicos e nas médias latitudes pode ser gravemente afetada pela perda destes microorganismos como resultado de águas mais quentes, acrescenta o artigo.
Reprodução |
O botânico Michael Behrenfeld, da Universidade Estadual do Oregon, e seus colegas analisaram cerca de uma década de dados de satélites para ver como estas plantas minúsculas da superfície dos mares respondem à mudança de temperatura.
O satélite SeaWiFS da Nasa usa sensores para detectar a luz refletida de volta pelo oceano. Bancos de fitoplâncton podem ser avistados porque contêm clorofila, que absorve as partes verdes e azuis do espectro da luz.
Mapeamento
O mapeamento de fitoplâncton de Behrenfeld mostrou que a massa sofreu duas grandes mudanças ao longo do período de estudo.
Em 1997/98, o fitoplâncton aumentou, acompanhando o período em que o fenômeno El Niño se inverteu e os mares ficaram relativamente mais frios.
A produção de fitoplâncton diminuiu entre 1999 e 2004, quando o El Niño voltou para um ciclo de aquecimento estendido. Em 2005 e 2006 houve um aumento.
Os cientistas afirmam que os resultados vinculam claramente a temperatura da superfície dos mares com a abundância do fitoplâncton e, portanto, dão um indício excelente do que poderia acontecer com a mudança climática.
Conseqüências
Se, como sugerem as simulações, o aquecimento global determinar ciclos de El Niño mais freqüentes ou até permanentes, a distribuição da biomassa oceânica poderia ser radicalmente reformulada, afirmam os cientistas.
As mais afetadas seriam as águas tropicais e de média latitude. Nestas regiões, a luz é boa para a fotossíntese do fitoplâncton, mas águas mais quentes também tendem a "se sobrepor" às águas densas e mais frias, o que significa que haverá menos emergência de nutrientes vitais.
Ao contrário, águas mais frias e de altas latitudes poderiam se beneficiar. Estas regiões recebem menos luz, o que é ruim para a fotossíntese, mas oferecem um bom fluxo de nutrientes por causa da forte emergência do fundo do mar.
No entanto, freqüentemente, estas correntes são tão intensas que o fitoplâncton é puxado a centenas de metros de profundidade, onde a luz do sol não consegue penetrar.
Futuro
No futuro, temperaturas mais altas e a afluência de água doce da chuva e do gelo derretido podem amortecer as correntes, comprometendo o crescimento do fitoplâncton.
O fitoplâncton não é apenas o primeiro elo essencial na cadeia alimentar da qual dependem as criaturas dos oceanos. Ele também absorve dióxido de carbono (CO2) da atmosfera ao fazer a fotossíntese, portanto qualquer distúrbio neste processo aceleraria o mecanismo de mudança climática.
Segundo o estudo de Behrenfeld, cerca de 100 milhões de toneladas de carbono são absorvidas diariamente pelo fitoplâncton.
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