Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/12/2006 - 10h49

Europeus passam Natal com pouca neve

Publicidade

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
da Folha de S.Paulo, em Londres

A tradicional imagem natalina do hemisfério Norte ficou menos branca este ano, devido à falta de neve causada pelo aquecimento global.

Com 2006 classificado como o sexto ano mais quente da história em termos globais, segundo o Escritório Meteorológico do Reino Unido, a Europa é uma das regiões mais afetadas, colecionando uma série de recordes climáticos negativos.

A Folha sobrevoou a área dos Alpes entre a França e a Suíça e pôde constatar, por meio da pouca neve que cobria apenas os picos mais elevados, os efeitos do que os especialistas apontam: a região tem sofrido um aquecimento três vezes mais rápido do que o resto do mundo e passa pelo inverno mais quente em 200 anos.

A mudança no clima já começou a cobrar seu preço: estações de esqui adiaram o início da temporada, cancelando reservas de turistas. Bancos suíços estão se recusando a fazer empréstimos para resorts que estejam a menos de 1.500 metros de altura, por medo da falta de neve.

Temperatura recorde

O Registro Central de Temperatura da Inglaterra anunciou que, a uma semana de seu fim, 2006 deve se tornar o ano mais quente já registrado no Reino Unido desde o começo das medições, em 1659.

A temperatura média final para o ano todo está estimada em 10,84ºC, contra 10,63ºC do recorde anterior, registrado em 1999 e em 1990.
O resultado não será surpresa, já que os meses de abril a outubro no Reino Unido foram os mais quentes já medidos.

Nas últimas semanas a temperatura média no país tem ficado por volta dos 5ºC positivos, quando o mais usual seriam 5ºC abaixo de zero.
Os pesquisadores e ecologistas também já começaram a registrar os efeitos ambientais do inverno atípico.

A vida marinha em torno das ilhas britânicas está mudando, com espécies dos mares quentes do sul, como tartarugas, aparecendo em regiões anteriormente geladas.

Ecologistas também afirmam que pássaros que costumavam migrar para a África durante o inverno agora estão sendo comumente avistados no país, árvores que deveriam estar completamente desfolhadas ainda mantêm o seu verde e mesmo algumas flores continuam brotando.

Os animais também estão sendo afetados no resto da Europa, e os ursos são os que mais têm chamado atenção.

Com Moscou passando pelo dezembro mais quente desde 1879, os ursos pardos do zoológico local ainda não começaram a hibernar como deveriam.
Na semana passada, pesquisadores da Fundação do Urso Pardo da Espanha afirmaram que os animais das montanhas do norte do país também não entraram em sua fase de repouso anual ainda.

Papai Noel sem neve

Nem a célebre terra do Papai Noel, a Lapônia (norte da Escandinávia), escapou das temperaturas elevadas.

Rovaniemi, cidade no norte da Finlândia considerada a capital da Lapônia, deveria estar coberta de neve agora, com temperaturas de até --20ºC.

Mas até a semana passada os termômetros mostravam 3ºC positivos de média, deixando os turistas que buscam trenós puxados por cães husky ou por renas bastante desapontados.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre aquecimento global
  • Leia o que já foi publicado sobre o Natal
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página