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05/01/2007
-
13h27
da Efe, em Washington
O fim da "Era do Gelo", há 300 milhões de anos, foi precedido por mudanças bruscas no nível de dióxido de carbono, alterações violentas do clima e efeitos drásticos sobre a vegetação, segundo um estudo divulgado hoje pela revista "Science". "Isto aconteceu em um espaço de milhões de anos e não pode ser diretamente vinculado ao aquecimento de hoje", disse Isabel Montañez, professora de geologia da Universidade da Califórnia e autora do estudo.
No entanto, em uma conversa telefônica com a Efe, ela disse que há muitos aspectos paralelos --em particular, o fator dominante da mudança climática de hoje também é o nível de dióxido de carbono na atmosfera.
Há 300 milhões de anos, o hemisfério Sul do planeta estava quase totalmente coberto pelo gelo, os oceanos do Norte eram apenas uma massa gelada e os trópicos estavam dominados por espessas selvas. Entretanto, 40 milhões de anos depois, o gelo havia desaparecido e o mundo era um lugar ardente e árido. A vegetação era pouca e os ventos secos sopravam sobre uma superfície onde quase não havia vegetação. "Apenas um réptil podia sobreviver nestas condições", segundo Montañez.
A conclusão principal do estudo foi tirada da análise dos registros de dióxido de carbono atmosférico que ficaram preservados nas rochas, no carvão e nos fósseis de plantas.
O grupo de cientistas liderado por Montañez fez um registro das temperaturas da superfície a partir dos fósseis de braquiópodes e de vegetais das antigas selvas do planeta.
Para determinar o avanço e os recuos das geleiras, os cientistas examinaram as cicatrizes geológicas deixadas pelas camadas de gelo que cobriram a massa de terra conhecida como Gonduanalândia --que incluía a maior parte dos territórios do atual hemisfério Sul.
As novas informações demonstram que durante milhões de anos os níveis de dióxido de carbono oscilaram entre as 250 partes por milhão até as atuais: 2.000 partes por milhão. Ao mesmo tempo, as camadas de gelo do sul recuaram à medida que aumentava o dióxido de carbono e avançavam quando estes níveis diminuíam.
Segundo Montañez, este padrão de aumento de dióxido de carbono e aquecimento, que eliminou grande parte do gelo, corrobora a teoria de que a glaciação do Paleozóico foi causada por gases estufa. "Podemos ver uma padrão de mais nível de dióxido de carbono junto com um aumento das temperaturas e uma série de altos e baixos destes dois fatores", declarou.
Até agora, os cientistas disseram que o processo de aquecimento provocava um degelo sustentado de forma progressiva e sem alterações. Porém os dados obtidos na investigação indicam que o clima teve violentas oscilações entre os extremos de frio e de calor, até quando a tendência foi na direção de um aumento da temperatura, há 260 milhões de anos.
"A transição aconteceu no meio de uma série de mudanças bruscas, entre condições muito frias e muito quentes, e durou talvez entre meio milhão e alguns poucos milhões de anos", declarou Montañez.
A geóloga afirma que os resultados de seu estudo não têm uma ligação direta com o aquecimento global que estaria acontecendo no planeta atualmente, devido, principalmente, ao aumento dos gases estufa emitidos na atmosfera como resultado da queima dos combustíveis fósseis. Uma diferença crucial, segundo Montañez, é o fato de o aumento na atmosfera do dióxido de carbono estar acontecendo em um espaço de tempo muito mais curto.
Entretanto, adverte, seu trabalho demonstra que a mudança climática não acontecerá de forma gradual, mas por uma série de "oscilações instáveis e dramáticas". "Embora nossos dados cubram muitos milhões de anos, fenômenos similares poderiam acontecer durante um espaço muito mais curto", adverte.
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O fim da "Era do Gelo", há 300 milhões de anos, foi precedido por mudanças bruscas no nível de dióxido de carbono, alterações violentas do clima e efeitos drásticos sobre a vegetação, segundo um estudo divulgado hoje pela revista "Science". "Isto aconteceu em um espaço de milhões de anos e não pode ser diretamente vinculado ao aquecimento de hoje", disse Isabel Montañez, professora de geologia da Universidade da Califórnia e autora do estudo.
No entanto, em uma conversa telefônica com a Efe, ela disse que há muitos aspectos paralelos --em particular, o fator dominante da mudança climática de hoje também é o nível de dióxido de carbono na atmosfera.
Há 300 milhões de anos, o hemisfério Sul do planeta estava quase totalmente coberto pelo gelo, os oceanos do Norte eram apenas uma massa gelada e os trópicos estavam dominados por espessas selvas. Entretanto, 40 milhões de anos depois, o gelo havia desaparecido e o mundo era um lugar ardente e árido. A vegetação era pouca e os ventos secos sopravam sobre uma superfície onde quase não havia vegetação. "Apenas um réptil podia sobreviver nestas condições", segundo Montañez.
A conclusão principal do estudo foi tirada da análise dos registros de dióxido de carbono atmosférico que ficaram preservados nas rochas, no carvão e nos fósseis de plantas.
O grupo de cientistas liderado por Montañez fez um registro das temperaturas da superfície a partir dos fósseis de braquiópodes e de vegetais das antigas selvas do planeta.
Para determinar o avanço e os recuos das geleiras, os cientistas examinaram as cicatrizes geológicas deixadas pelas camadas de gelo que cobriram a massa de terra conhecida como Gonduanalândia --que incluía a maior parte dos territórios do atual hemisfério Sul.
As novas informações demonstram que durante milhões de anos os níveis de dióxido de carbono oscilaram entre as 250 partes por milhão até as atuais: 2.000 partes por milhão. Ao mesmo tempo, as camadas de gelo do sul recuaram à medida que aumentava o dióxido de carbono e avançavam quando estes níveis diminuíam.
Segundo Montañez, este padrão de aumento de dióxido de carbono e aquecimento, que eliminou grande parte do gelo, corrobora a teoria de que a glaciação do Paleozóico foi causada por gases estufa. "Podemos ver uma padrão de mais nível de dióxido de carbono junto com um aumento das temperaturas e uma série de altos e baixos destes dois fatores", declarou.
Até agora, os cientistas disseram que o processo de aquecimento provocava um degelo sustentado de forma progressiva e sem alterações. Porém os dados obtidos na investigação indicam que o clima teve violentas oscilações entre os extremos de frio e de calor, até quando a tendência foi na direção de um aumento da temperatura, há 260 milhões de anos.
"A transição aconteceu no meio de uma série de mudanças bruscas, entre condições muito frias e muito quentes, e durou talvez entre meio milhão e alguns poucos milhões de anos", declarou Montañez.
A geóloga afirma que os resultados de seu estudo não têm uma ligação direta com o aquecimento global que estaria acontecendo no planeta atualmente, devido, principalmente, ao aumento dos gases estufa emitidos na atmosfera como resultado da queima dos combustíveis fósseis. Uma diferença crucial, segundo Montañez, é o fato de o aumento na atmosfera do dióxido de carbono estar acontecendo em um espaço de tempo muito mais curto.
Entretanto, adverte, seu trabalho demonstra que a mudança climática não acontecerá de forma gradual, mas por uma série de "oscilações instáveis e dramáticas". "Embora nossos dados cubram muitos milhões de anos, fenômenos similares poderiam acontecer durante um espaço muito mais curto", adverte.
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