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23/01/2007
-
10h44
da Folha de S.Paulo
Não foram só os primeiros aviões que adotaram o design de biplano para voar melhor. Os primeiros dinossauros a ganhar os ares também, diz um estudo publicado hoje.
Uma dupla de cientistas simulou pela primeira vez em computador o vôo do Microraptor gui, um dino chinês de 125 milhões de anos. O fóssil causou sensação quando foi descrito, em 2003. Não só por seu espetacular estado de preservação mas, principalmente, pelo fato de ele aparentemente ter quatro asas.
O animal tinha penas longas e assimétricas tanto nas patas anteriores quanto nas posteriores. Esse tipo de pena, nas aves, serve para o vôo.
Seus descobridores argumentaram que a anatomia do M. gui indicava que o bicho usava as quatro asas para fazer vôos curtos entre as árvores.
Como os dromeossauros (grupo de dinos do qual o M. gui fazia parte) são os parentes mais próximos das aves, o dinossauro chinês dava uma pista sobre a origem do vôo destas.
Acontece que a reconstrução do animal feita então era anatomicamente impossível. Ela mostrava o animal de braços e pernas abertos, uma posição que nem os dromeossauros e nem as aves jamais adotaram.
Num estudo publicado hoje na revista "PNAS", Sankar Chatterjee, da Texas Tech University (EUA), e o canadense Jack Templin resolveram o problema. Analisando uma réplica do fóssil chinês do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, eles descobriram o segredo aerodinâmico do animal. As penas das pernas eram dispostas paralelamente às das asas, formando um par de asas paralelo quando o animal dobrava as pernas para voar.
Essa configuração compensava a deficiência das asas superiores, ainda muito primitivas, e permitia que o Microraptor planasse por até uma centena de metros a uma velocidade de até 55 quilômetros por hora.
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Uma dupla de cientistas simulou pela primeira vez em computador o vôo do Microraptor gui, um dino chinês de 125 milhões de anos. O fóssil causou sensação quando foi descrito, em 2003. Não só por seu espetacular estado de preservação mas, principalmente, pelo fato de ele aparentemente ter quatro asas.
O animal tinha penas longas e assimétricas tanto nas patas anteriores quanto nas posteriores. Esse tipo de pena, nas aves, serve para o vôo.
Seus descobridores argumentaram que a anatomia do M. gui indicava que o bicho usava as quatro asas para fazer vôos curtos entre as árvores.
Como os dromeossauros (grupo de dinos do qual o M. gui fazia parte) são os parentes mais próximos das aves, o dinossauro chinês dava uma pista sobre a origem do vôo destas.
Acontece que a reconstrução do animal feita então era anatomicamente impossível. Ela mostrava o animal de braços e pernas abertos, uma posição que nem os dromeossauros e nem as aves jamais adotaram.
Num estudo publicado hoje na revista "PNAS", Sankar Chatterjee, da Texas Tech University (EUA), e o canadense Jack Templin resolveram o problema. Analisando uma réplica do fóssil chinês do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, eles descobriram o segredo aerodinâmico do animal. As penas das pernas eram dispostas paralelamente às das asas, formando um par de asas paralelo quando o animal dobrava as pernas para voar.
Essa configuração compensava a deficiência das asas superiores, ainda muito primitivas, e permitia que o Microraptor planasse por até uma centena de metros a uma velocidade de até 55 quilômetros por hora.
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