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28/03/2007 - 15h30

Estudo contesta ligação entre fim de dinossauros e evolução de mamíferos

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da Folha Online

A extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos não produziu um "surto" de surgimento de novas espécies ancestrais dos modernos mamíferos, afirma um estudo que será publicado na "Nature" desta quinta-feira.

A visão aceita até agora é a de que depois do desaparecimento dos dinossauros, os mamíferos de repente se viram livres para explorar novas fontes de alimentos e habitats, o que teria resultado em uma "explosão" de novas espécies.

Os cientistas envolvidos no estudo construíram uma grande árvore genealógica evolucionária dos mamíferos, com 4.150 espécies. Porém, não encontraram sinais de que tal profusão de novas espécies que deram origem ao mamíferos de hoje tenha ocorrido na época.

Algumas espécies chegaram a passar por um desenvolvimento rápido após a extinção dos dinossauros, mas elas acabaram desaparecendo, sem deixar descendentes.

Em contraste, nenhuma "explosão" foi encontrada entre os ancestrais dos mamíferos atuais, como roedores, gatos, cavalos, elefantes e homens.

"Fiquei abismado",disse Ross MacPhee, co-autor do estudo e curador de zoologia de vertebrados do Museu Americano de História Natural, em Nova York.

Segundo a pesquisa, houve dois momentos em que aconteceram uma profusão de novas espécies entre os ancestrais dos mamíferos de hoje: entre 100 milhões e 85 milhões de anos atrás e entre 55 milhões e 35 milhões de anos atrás.

O momento do primeiro período de desenvolvimento evolucionário está de acordo, em geral, com as conclusões de estudos anteriores, feitos com o DNA de mamíferos, que apontam para a origem de algumas linhagens muito antes do que indicam registros fósseis. O segundo surto aparece registrado em fósseis, afirmou MacPhee.

Novos desafios

O estudo desafia os paleontólogos a encontrarem novos fósseis que possam trazer luz à história dos mamíferos, disse Greg Wilson, curador de paleontologia de vertebrados do Museu Natural e de Ciência de Denver.

William J. Murphy, da Universidade A&M do Texas, que trabalha em projeto similar, disse que nenhuma análise anterior incluiu tantas espécies de mamíferos.

No entanto, Murphy afirmou que a proposta do estudo de definir datas foi relativamente crua. Algumas datas que foram produzidas para algumas linhagens não estão de acordo com as que foram obtidas por outros métodos mais atualizados, analisou. "Não tenho certeza se a conclusão está bem fundamentada", disse.

John Gittleman, co-autor do estudo e diretor do Instituto de Ecologia da Universidade da Geórgia, disse que as conclusões gerais não foram significativamente afetadas pelas datas escolhidas.

Os pesquisadores deveriam agora estudar o surgimento de plantas e o esfriamento do clima para explicar por que os ancestrais dos mamíferos modernos se desenvolveram antes da extinção dos dinossauros, disse Gittleman. O motivo do segundo surto também é um mistério, afirmou.

Árvore genealógica

A árvore genealógica do estudo contém 4.510 espécies, mais de 99% de uma lista publicada em 1993. Desde então, 300 espécies foram incluídas na lista, mas os pesquisadores afirmam que isso não afeta as conclusões da pesquisa.

Para construí-la, levou-se em conta trabalhos publicados anteriormente que se baseavam em análises de DNA, fósseis, anatomia e outras informações.

Blair Hedges, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia, disse que o fim dos dinossauros pode ter influenciado a evolução dos mamíferos em características como tamanho. Tais mudanças, porém, não foram avaliadas pelo novo estudo, afirmou.

Com Associated Press

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