Vestígios de penas em primeiros dinossauros eram colágeno, diz estudo

Os vestígios de penas encontrados em fósseis de Sinosauropteryx, considerados os primeiros "dinossauros-aves", são na verdade sinais de colágeno, proteína que dá rigidez à pele, afirmam cientistas em um estudo publicado na quarta-feira (23).

O colágeno é uma proteína fibrosa que tem papel similar ao de uma armadura com diferentes constituições, de acordo com a sua localização no corpo, além de atuar na cicatrização. É a estrutura desta glicoproteína que foi erroneamente atribuída às penas primitivas (proto-plumas), afirmam Theagarten Lingham-Soliar, da Universidade de KwaZulu-Natal em Durban (África do Sul), e seus colegas.

Divulgação

Sinosauropteryx viveu no nordeste chinês

O Sinosauropteryx, que vivia há aproximadamente 130 milhões de anos na província de Liaoning, no nordeste da China, foi descrito como um animal carnívoro de penas, do mesmo porte que os perus. Apesar de sua incapacidade de voar, era dotado de uma longa cauda e seria próximo das primeiras aves. Uma análise microscópica feita em um novo fóssil, mais particularmente na região da cauda, contesta essa interpretação.

Para a equipe de Lingham-Soliar, que também conta com o americano Alan Fedducia (Universidade da Carolina do Norte) e com o chinês Xiaolin Wang (Academia de Ciências de Pequim), o que antes se pensava ser a haste e o ramo da pena na verdade corresponde a um tipo de escama de colágeno, comparável ao que se observa na pele de tubarões ou de répteis.

As fibras levadas ao microscópio têm um aspecto perolado, explicam os cientistas em seu estudo. Elas poderiam ser provenientes de sua torção e de seu reagrupamento, devido ao ressecamento do tecido depois da morte do animal.

As famosas penas não seriam, poranto, mais do que os restos de uma colcha de colágeno que proporcionava a esse pequeno dinossauro uma armadura de proteção. Não teriam outra função a não ser tornar mais rígida a sua cauda.