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18/01/2001
-
12h01
em Nova York
As pesquisas com um tipo especial de vaso sanguíneo que alimenta tumores, chamados vasos tumorais em mosaico, sugerem que, um dia, testes de sangue poderão detectar o câncer em seu estágio inicial, de acordo com o maior especialista em câncer dos Estados Unidos.
Judah Folkman, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, Massachusetts, disse que, eventualmente, a análise genética de amostras de sangue pode detectar o câncer antes de testes convencionais e que os vasos tumorais em mosaico podem ser peças-chave no diagnóstico precoce do câncer. Para que os tumores sobrevivam e cresçam, eles precisam receber um suprimento de sangue.
Os cientistas sabem que os tumores "recrutam" vasos sanguíneos normais em benefício próprio e ativam as proteínas que estimulam a formação de novos vasos -um processo chamado angiogênese. Essa nova rede de vasos alimenta os tumores, permitindo que eles cresçam e se espalhem para outros órgãos.
Os vasos em mosaico são raros, pois além das células normais que formam o vaso sanguíneo, eles incluem células tumorais que dividem espaço na parede do vaso, explicou Folkman em artigo publicado na edição de 16 de janeiro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O fato de um vaso sanguíneo conter células normais e tumorais sugere um mecanismo pelo qual as células tumorais migram a outras áreas do corpo.
No mês passado, a revista publicou um estudo com camundongos que analisou a porcentagem dessas células tumorais que circula na corrente sanguínea por dia. Nesse estudo, Lance L. Munn, da Universidade de Harvard, e sua equipe conseguiram calcular que cerca de 50 por cento das células tumorais no espaço interior do caso circulavam no sangue diariamente.
Se o mesmo se aplicar a humanos, a análise genética das células tumorais obtidas em amostras de sangue podem identificar o câncer muito antes de sua detecção através de estudos de imagens tradicionais, de acordo com Folkman.
O especialista disse que essa nova pesquisa demonstra que na fase inicial, as células tumorais são "jogadas gradualmente" na corrente sanguínea. "Antes, ninguém sabia que elas estavam presentes (na corrente sanguínea) todos os dias", afirmou Folkman.
Dentro de cinco a dez anos, os médicos serão capazes de realizar testes sanguíneos para a detecção do câncer em pacientes de alto risco --como mulheres com um parente de primeiro grau com câncer de mama--, de acordo com o especialista. Esse teste pode indicar o câncer de mama antes de uma mamografia.
Folkman destacou que, caso essa detecção precoce se torne a norma, as opções de tratamento terão que acompanhar o avanço. Se um tumor não pode ser visto, por exemplo, ele não pode ser removido cirurgicamente ou combatido com radiação, disse o especialista.
O diagnóstico bastante precoce vai exigir tratamentos de câncer "que não sejam severos", incluindo, talvez, drogas anti-angiogênese que estão sendo testadas, acrescentou Folkman.
Vasos sanguíneos poderão ajudar no diagnóstico do câncer
da Reutersem Nova York
As pesquisas com um tipo especial de vaso sanguíneo que alimenta tumores, chamados vasos tumorais em mosaico, sugerem que, um dia, testes de sangue poderão detectar o câncer em seu estágio inicial, de acordo com o maior especialista em câncer dos Estados Unidos.
Judah Folkman, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, Massachusetts, disse que, eventualmente, a análise genética de amostras de sangue pode detectar o câncer antes de testes convencionais e que os vasos tumorais em mosaico podem ser peças-chave no diagnóstico precoce do câncer. Para que os tumores sobrevivam e cresçam, eles precisam receber um suprimento de sangue.
Os cientistas sabem que os tumores "recrutam" vasos sanguíneos normais em benefício próprio e ativam as proteínas que estimulam a formação de novos vasos -um processo chamado angiogênese. Essa nova rede de vasos alimenta os tumores, permitindo que eles cresçam e se espalhem para outros órgãos.
Os vasos em mosaico são raros, pois além das células normais que formam o vaso sanguíneo, eles incluem células tumorais que dividem espaço na parede do vaso, explicou Folkman em artigo publicado na edição de 16 de janeiro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O fato de um vaso sanguíneo conter células normais e tumorais sugere um mecanismo pelo qual as células tumorais migram a outras áreas do corpo.
No mês passado, a revista publicou um estudo com camundongos que analisou a porcentagem dessas células tumorais que circula na corrente sanguínea por dia. Nesse estudo, Lance L. Munn, da Universidade de Harvard, e sua equipe conseguiram calcular que cerca de 50 por cento das células tumorais no espaço interior do caso circulavam no sangue diariamente.
Se o mesmo se aplicar a humanos, a análise genética das células tumorais obtidas em amostras de sangue podem identificar o câncer muito antes de sua detecção através de estudos de imagens tradicionais, de acordo com Folkman.
O especialista disse que essa nova pesquisa demonstra que na fase inicial, as células tumorais são "jogadas gradualmente" na corrente sanguínea. "Antes, ninguém sabia que elas estavam presentes (na corrente sanguínea) todos os dias", afirmou Folkman.
Dentro de cinco a dez anos, os médicos serão capazes de realizar testes sanguíneos para a detecção do câncer em pacientes de alto risco --como mulheres com um parente de primeiro grau com câncer de mama--, de acordo com o especialista. Esse teste pode indicar o câncer de mama antes de uma mamografia.
Folkman destacou que, caso essa detecção precoce se torne a norma, as opções de tratamento terão que acompanhar o avanço. Se um tumor não pode ser visto, por exemplo, ele não pode ser removido cirurgicamente ou combatido com radiação, disse o especialista.
O diagnóstico bastante precoce vai exigir tratamentos de câncer "que não sejam severos", incluindo, talvez, drogas anti-angiogênese que estão sendo testadas, acrescentou Folkman.
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