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02/05/2001
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21h57
Um inseto e uma bactéria adaptaram uma proteína para uma função bem diferente da tradicional: paralisar a presa para poder em seguida sugar lentamente os seus fluidos vitais, "esvaziando" a vítima por dentro.
Normalmente, essa proteína paralisadora presente na saliva das larvas de formiga-leão, do tipo conhecido como "chaperonina", protege outras proteínas de choque térmico.
As chaperoninas são comuns nos seres vivos, incluindo o homem. Foi uma surpresa para os pesquisadores descobrir que uma delas pode servir como toxina de um inseto.
A descoberta dessa função pouco usual da proteína foi feita por Kazuhiko Matsuda, da Universidade Kinki, de Nakamichi, Japão, e mais sete colegas. O estudo está publicado na edição de amanhã da revista "Nature".
A formiga-leão da espécie Myrmeleon bore contém na sua glândula salivar colônias da bactéria Enterobacter aerogenes. Crescidas em cultura em laboratório e injetadas em baratas, elas rapidamente paralisam o inseto.
A equipe de Matsuda analisou a estrutura bioquímica da proteína e demonstrou que a região responsável pela toxicidade está bem distante daquela que funciona na bactéria como uma chaperonina costumeira.
A bactéria e a formiga-leão vivem uma relação conhecida como simbiose _a vida em comum de seres vivos de espécies diferentes, que mantêm uma relação mutuamente vantajosa.
Um dos objetivos da pesquisa da equipe japonesa é tentar entender como e por que uma relação simbiótica surge evolutivamente, forjada pelo processo de seleção natural, pelo qual os organismos se adaptam a um ambiente ou são extintos.
"Eu suponho que um estresse natural, requerendo o estabelecimento da relação simbiótica, induza essas mutações. Não posso dizer no momento qual fator faz o papel do estresse. Muitas especulações são possíveis. Responder a essa questão é um dos meus temas futuros", disse Matsuda à Folha.
A descoberta de que essas proteínas "inseticidas" são produzidas por bactérias simbiontes abre a possibilidade de mecanismos parecidos existirem em outros insetos carnívoros. (RICARDO BONALUME NETO)
Formiga usa proteína para paralisar presa e sugar fluidos vitais
da Folha de S.PauloUm inseto e uma bactéria adaptaram uma proteína para uma função bem diferente da tradicional: paralisar a presa para poder em seguida sugar lentamente os seus fluidos vitais, "esvaziando" a vítima por dentro.
Normalmente, essa proteína paralisadora presente na saliva das larvas de formiga-leão, do tipo conhecido como "chaperonina", protege outras proteínas de choque térmico.
As chaperoninas são comuns nos seres vivos, incluindo o homem. Foi uma surpresa para os pesquisadores descobrir que uma delas pode servir como toxina de um inseto.
A descoberta dessa função pouco usual da proteína foi feita por Kazuhiko Matsuda, da Universidade Kinki, de Nakamichi, Japão, e mais sete colegas. O estudo está publicado na edição de amanhã da revista "Nature".
A formiga-leão da espécie Myrmeleon bore contém na sua glândula salivar colônias da bactéria Enterobacter aerogenes. Crescidas em cultura em laboratório e injetadas em baratas, elas rapidamente paralisam o inseto.
A equipe de Matsuda analisou a estrutura bioquímica da proteína e demonstrou que a região responsável pela toxicidade está bem distante daquela que funciona na bactéria como uma chaperonina costumeira.
A bactéria e a formiga-leão vivem uma relação conhecida como simbiose _a vida em comum de seres vivos de espécies diferentes, que mantêm uma relação mutuamente vantajosa.
Um dos objetivos da pesquisa da equipe japonesa é tentar entender como e por que uma relação simbiótica surge evolutivamente, forjada pelo processo de seleção natural, pelo qual os organismos se adaptam a um ambiente ou são extintos.
"Eu suponho que um estresse natural, requerendo o estabelecimento da relação simbiótica, induza essas mutações. Não posso dizer no momento qual fator faz o papel do estresse. Muitas especulações são possíveis. Responder a essa questão é um dos meus temas futuros", disse Matsuda à Folha.
A descoberta de que essas proteínas "inseticidas" são produzidas por bactérias simbiontes abre a possibilidade de mecanismos parecidos existirem em outros insetos carnívoros. (RICARDO BONALUME NETO)
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