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14/12/2001
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09h17
Uma das últimas grandes conquistas da exploração da Terra completa 90 anos hoje. No dia 14 de dezembro de 1911, o norueguês Roald Amundsen e seus homens tornavam-se os primeiros a pôr os pés no pólo Sul, passando à frente do britânico Robert Falcon Scott, que morreria em março de 1912, em segundo lugar.
A corrida ao pólo Sul foi um dos lances mais dramáticos do começo do século passado. Para quem já experimentou a hostilidade do clima na Antártida sob a proteção de roupas especiais, helicópteros e embarcações de alta tecnologia, a conquista de Amundsen e Scott hoje parece um desvario.
Nascido em 1872 em Borge, Noruega, Roald Amundsen era fascinado pelos relatos de exploradores do Ártico. Seu sonho era conquistar o pólo Norte, mas acabou perdendo a corrida em 1909 para o norte-americano Robert Peary.
Quando Amundsen resolveu partir para o pólo Sul, Scott já era um veterano antártico. Sua primeira viagem à Antártida, em 1901, a bordo do navio Discovery, tinha o objetivo de chegar o mais próximo possível do pólo Sul.
Na primeira expedição Scott não achou a rota do pólo. Condecorado pela Royal Geographical Society, voltaria à Antártida em 1911, para sua última viagem.
Enquanto Scott se preparava para conquistar o pólo Sul, Amundsen preparava dezenas de cachorros e seu navio, o Fram, para atacar o pólo Norte. Os preparativos para a viagem já estavam acabados quando chegou a notícia da conquista de Peary.
Amundsen mandou um telegrama a Scott sobre a mudança de planos. Seu objetivo, agora, era o pólo Sul. Começava a corrida.
A viagem do Fram seguiu planejamento impecável. Com cães esquimós e homens acostumados ao frio intenso, Amundsen aportou na baía das Baleias, 96 km mais próximo do pólo que Scott, que desembarcara mais a leste.
Scott levou pôneis da Manchúria, o que acabou atrasando sua marcha rumo ao pólo. Mais pesados, os pôneis não passavam tão bem pelas fendas no gelo.
Amundsen partiu para o pólo no dia 19 de outubro, com quatro homens e 52 cães, que seriam abatidos na viagem para alimentar os demais. Na tarde de 14 de dezembro o grupo norueguês atinge a latitude de 90 Sul. "Assim se rasgou para sempre o véu e um dos maiores segredos da Terra deixou de existir", escreveu Amundsen.
Scott e seus homens atingiram o planalto Polar em dezembro. Além do atraso com os pôneis, Scott incluiu um homem de última hora no grupo, aumentando a carga dos trenós. O sonho britânico acabou quando o grupo encontrou a bandeira norueguesa tremulando no pólo.
"Ó, Deus, que lugar horrível. É muito desalentador ter sofrido tanto para chegar e não ser recompensado pela glória da prioridade", escreveu Scott.
Em 19 de março, Scott anotou no diário: "Devemos nos preparar para o fim, que não deve estar longe. Não posso mais escrever".
Conquista do pólo por Amundsen faz 90 anos
da Folha de S.Paulo, da AntártidaUma das últimas grandes conquistas da exploração da Terra completa 90 anos hoje. No dia 14 de dezembro de 1911, o norueguês Roald Amundsen e seus homens tornavam-se os primeiros a pôr os pés no pólo Sul, passando à frente do britânico Robert Falcon Scott, que morreria em março de 1912, em segundo lugar.
A corrida ao pólo Sul foi um dos lances mais dramáticos do começo do século passado. Para quem já experimentou a hostilidade do clima na Antártida sob a proteção de roupas especiais, helicópteros e embarcações de alta tecnologia, a conquista de Amundsen e Scott hoje parece um desvario.
Nascido em 1872 em Borge, Noruega, Roald Amundsen era fascinado pelos relatos de exploradores do Ártico. Seu sonho era conquistar o pólo Norte, mas acabou perdendo a corrida em 1909 para o norte-americano Robert Peary.
Quando Amundsen resolveu partir para o pólo Sul, Scott já era um veterano antártico. Sua primeira viagem à Antártida, em 1901, a bordo do navio Discovery, tinha o objetivo de chegar o mais próximo possível do pólo Sul.
Na primeira expedição Scott não achou a rota do pólo. Condecorado pela Royal Geographical Society, voltaria à Antártida em 1911, para sua última viagem.
Enquanto Scott se preparava para conquistar o pólo Sul, Amundsen preparava dezenas de cachorros e seu navio, o Fram, para atacar o pólo Norte. Os preparativos para a viagem já estavam acabados quando chegou a notícia da conquista de Peary.
Amundsen mandou um telegrama a Scott sobre a mudança de planos. Seu objetivo, agora, era o pólo Sul. Começava a corrida.
A viagem do Fram seguiu planejamento impecável. Com cães esquimós e homens acostumados ao frio intenso, Amundsen aportou na baía das Baleias, 96 km mais próximo do pólo que Scott, que desembarcara mais a leste.
Scott levou pôneis da Manchúria, o que acabou atrasando sua marcha rumo ao pólo. Mais pesados, os pôneis não passavam tão bem pelas fendas no gelo.
Amundsen partiu para o pólo no dia 19 de outubro, com quatro homens e 52 cães, que seriam abatidos na viagem para alimentar os demais. Na tarde de 14 de dezembro o grupo norueguês atinge a latitude de 90 Sul. "Assim se rasgou para sempre o véu e um dos maiores segredos da Terra deixou de existir", escreveu Amundsen.
Scott e seus homens atingiram o planalto Polar em dezembro. Além do atraso com os pôneis, Scott incluiu um homem de última hora no grupo, aumentando a carga dos trenós. O sonho britânico acabou quando o grupo encontrou a bandeira norueguesa tremulando no pólo.
"Ó, Deus, que lugar horrível. É muito desalentador ter sofrido tanto para chegar e não ser recompensado pela glória da prioridade", escreveu Scott.
Em 19 de março, Scott anotou no diário: "Devemos nos preparar para o fim, que não deve estar longe. Não posso mais escrever".
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