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08/01/2002 - 09h42

Heisenberg falou a Bohr de bomba atômica nazista

do "The New York Times"

O líder do programa de construção de bomba atômica dos nazistas, Werner Heisenberg, revelou sua existência em setembro de 1941 durante encontro em Copenhague, Dinamarca, com Niels Bohr, um cientista que mais tarde participaria do Projeto Manhattan, esforço aliado para produzir a bomba antes. A informação vem de documentos secretos divulgados anteontem pelo jornal londrino "The Times".

Contrariamente a vários registros históricos e à premiada peça "Copenhagen" (cuja montagem brasileira está em cartaz em São Paulo, no Teatro Folha), Heisenberg nunca teve dúvidas morais sobre construir uma bomba para Hitler, nem sugeriu que pudesse querer sabotar o projeto.

Algumas das novas informações sobre os documentos -especialmente uma carta que Niels Bohr, o cientista com quem Heisenberg se encontrou, escreveu, mas nunca postou- sugerem que Heisenberg não estava incomodado com seu trabalho.

"Essencialmente, a carta mostra que ele disse a Bohr ser possível que a guerra fosse vencida com armas atômicas, indicando que ele estava envolvido nesse trabalho", disse ao "The Times" Finn Aaserud, diretor do Arquivo Niels Bohr, em Copenhague.

Historiadores e cientistas discutiram por décadas a razão de Heisenberg nunca ter conseguido construir uma bomba atômica. O jornalista Thomas Powers sugeriu num livro publicado em 1993 que o cientista teria sabotado o projeto nazista. A peça "Copenhagen", de Michael Frayn, foi inspirada pelo livro de Powers.

Alguns historiadores especulam que Heisenberg não teria pretendido fazer um acordo com Bohr, em que os dois lados se comprometessem a não construir a bomba, mas sim espionar as informações de seu colega.

Gerald Holton, um professor de física e de história da ciência em Harvard, foi um dos únicos a ver a carta, além da família Bohr. Ele joga nova luz sobre as razões para o abrupto fim da reunião de Bohr e Heisenberg em Copenhague e da amizade dos dois cientistas. Embora alguns atribuam a reação de Bohr a raiva, outra explicação é mais provável, segundo Holton.

"A primeira coisa que teria vindo à mente não seria raiva, mas profundo temor. Ele sabia o que [uma bomba atômica nazista] significaria para a civilização."
 

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