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23/08/2002 - 10h28

Saiba mais sobre os principais problemas ambientais do mundo

da France Presse, em Paris

Cerca de cem chefes de Estado e mais de 15 mil representantes da sociedade civil e de ONGs (organizações não-governamentais) vão se reunir na próxima semana, em Johannesburgo (África do Sul), para discutir o uso dos recursos naturais sem ferir o ambiente.

Leia abaixo sobre os principais problemas que deverão ser discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio +10):

- Crescimento demográfico: A população mundial é de 6,1 bilhões e deve chegar a 9,3 bilhões em 2050. Os 49 países menos desenvolvidos verão sua população triplicar, passando de 668 milhões a 1,86 bilhão de habitantes. A população mundial provavelmente não vai começar a cair até a segunda metade do século, sob efeito da baixa taxa de natalidade.

- Pobreza e desigualdades: cerca de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 2 por dia. Oitocentos milhões, entre eles 150 milhões de crianças desnutridas. Cerca de 80% da riqueza mundial está nas mãos de 15% dos habitantes dos países mais ricos.

- Superexploração dos recursos: a cada ano, a utilização dos recursos supera em 20% a capacidade do planeta de regenerá-los, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Em 2050, a população mundial vai consumir entre 180% e 220% do potencial biológico do globo.

- Mudanças climáticas: a combustão do petróleo, gás e carvão provoca emissão de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento do planeta. A proporção de CO2 na atmosfera passou de 280 partes por milhão (ppm) a 360 ppm em 150 anos. Os especialistas falam de um concentração de entre 500 e 1.000 ppm para 2.100, o que se traduz por um aumento da temperatura média de entre 1,5°C e 5,8°C, segundo os estudos.

- Buraco na camada de ozônio: a camada de ozônio que cerca a Terra e a protege dos raios ultravioletas emitidos pelo sol diminuiu sob o efeito do clorofluorcarbono (CFC) utilizado em alguns produtos. O "buraco" em cima do Antártico media 30 milhões de km² em outubro de 2001. Graças ao Protocolo de Montreal de 1987 e à consequente diminuição da produção de CFC, a camada de ozônio se reconstitui e recupera seu nível de antes dos anos 80 antes de 2050.

- Espécies ameaçadas: 11.046 espécies animais estão ameaçadas de extinção nas próximas décadas, principalmente pelo desaparecimento de seu habitat natural, o que representa 24% das espécies mamíferas, 12% dos pássaros, 25% dos répteis, 20% dos anfíbios e 30% dos peixes.

- Desaparecimento dos bosques: os bosques cobrem 30% das terras emersas. Sua superfício diminuiu 4% desde 1990, sob a pressão da indústria madereira, da atividade extrativista e do aumento da área urbana, segundo a FAO. Cerca de 40% do que resta dos antigos bosques vai desaparecer dentro de 10 a 20 anos, de acordo com os ecologistas.

- Acesso à água: cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável e 2,4 bilhões não vivem em condições sanitárias decentes. A queda do nível dos lençóis freáticos se tornou um sério problema em algumas regiões. A metade dos rios do mundo está num nível muito baixo ou poluída.

- Erosão do solo: o crescimento da população acarreta uma enorme pressão sobre a agricultura e portanto uma demanda crescente de terras agrícolas. Uma superfície equivalente a dos Estados Unidos e México juntos está desgastada pela superexploração agrícola e salinização dos solos.

- Esgotamento das reservas de pesca: quase um terço das reservas de pesca estão com um nível muito baixo ou superexploradas. Espécies como o bacalhau do mar Norte, praticamente desapareceram de algumas regiões para comercialização. Os subsídios à pesca, avaliados em cerca de US$ 20 bilhões anuais, são a principal causa.

Leia mais no especial Rio +10
 

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