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paralisação
- Veja greve.
pauta - É o primeiro roteiro para a produção
de textos jornalísticos e material iconográfico. Deve
conter sempre uma hipótese a ser confirmada ou refutada, uma
questão principal a ser respondida. Já a partir da pauta
é possível prever títulos prováveis. A
pauta não deve ser só uma agenda. Precisa se preocupar
em levantar enfoques diferenciados sobre os temas, buscar ângulos
novos de abordagem, mostrar agilidade na identificação
de novas tendências. É recomendável que a pauta
tenha entre seus objetivos prestar um serviço ao leitor, de
forma que o produto final seja útil para a vida prática
de quem lê.
Cada editoria faz sua própria pauta e a discute com as outras
editorias e com a Secretaria de Redação na reunião
matinal diária. Cada editoria deve ter uma relação
de temas a serem periodicamente acompanhados. Essa lista deve ser
definida em função da estratégia de cada editoria,
levando em conta o perfil do leitor e os temas que são mais
importantes no seu cotidiano. A pauta não deve ser genérica,
mas tentar responder a uma questão específica. Nas pautas
eminentemente de serviço, quanto mais dirigida for a abordagem,
mais útil será o resultado para o leitor. Repórter
e responsável pela produção devem discutir os
seguintes aspectos ligados à pauta:
a) Histórico dos acontecimentos em questão;
b) Roteiro de perguntas essenciais que o texto deve responder;
c) Itens mais relevantes do assunto na perspectiva da linha editorial
da Folha;
d) Fontes que devem ser procuradas para o levantamento de informações,
de acordo com critérios que garantam o pluralismo (posições
políticas divergentes, concorrentes no mercado etc.);
e) Previsão de box ou "side" com personagem envolvido
no tema da reportagem, opinião diferente, texto didático,
arte que explique o aspecto analisado ou apresente dicas de serviço
para o leitor; f) Material iconográfico que vai acompanhar
o texto -foto, gráfico, tabela, ilustração, mapa.
Tão importante quanto pautar a linha do texto da reportagem
é pautar a foto ou a arte que acompanharão o texto.
Além da pauta do dia-a-dia, cada editoria deve produzir pautas
especiais discutidas uma vez por semana com os outros editores e a
Secretaria de Redação. As editorias devem ter planejamento
de longo prazo para encartes, cadernos especiais etc. Veja Projeto
Folha; perfil do leitor (ambos no cap. Projeto Folha); hipótese.
pauta fotográfica - É responsabilidade do editor
de Fotografia. A editoria que solicita determinada cobertura fotográfica
deve indicar claramente os objetivos e hipóteses da pauta.
veja fotografia; repórter fotográfico.
personagem da notícia - Uma das formas de despertar
o interesse do leitor é provocar identificação,
ou empatia, com o personagem da notícia. Procure sempre levantar
e registrar o máximo de informações (biográficas,
físicas, de comportamento) sobre o entrevistado ou sobre os
envolvidos no fato. Elas serão úteis no momento de descrever
a pessoa.
Escreva seu texto de modo a compor para quem lê uma imagem viva,
concreta, do personagem da notícia. Se ele for de fato interessante,
pode atrair o foco da reportagem, transformando-a em um perfil.
Tome cuidado com seus próprios preconceitos e inclinações,
questionando se de fato o personagem seria interessante para qualquer
leitor. Um policial militar que se transforma em roqueiro nas horas
de folga é um personagem digno de atenção, ainda
que não esteja envolvido em um fato relevante. Neste caso,
ele é a notícia. O mesmo não se pode dizer de
um policial que dirija táxi quando está fora de serviço
(centenas o fazem). Veja empatia; perfil (no cap. Texto); privacidade.
pesquisa de opinião - É importante instrumento de aferição,
através de metodologia científica, de opiniões,
tendências e comportamentos da sociedade como um todo ou de
segmentos sociais. Tem utilização crescente no jornalismo.
A Folha publica pesquisas regularmente desde 1983. Em 1984 foi formado
o instituto DataFolha, da Empresa Folha da Manhã S/A.
O tema de cada pesquisa é decisão da Redação,
mas sua abordagem deve ser discutida com o DataFolha para melhor aproveitamento.
As pesquisas devem ser solicitadas através da Secretaria de
Redação e só podem ser realizadas depois de aprovados
os orçamentos.
As pesquisas da Folha devem ser planejadas com antecedência,
exceto as provocadas por fatos jornalísticos que exijam repercussão
imediata. Toda editoria deve ter um editor-assistente responsável
pelo planejamento das pesquisas, produção das artes
e matérias de apoio. A editoria que solicita a pesquisa e a
Editoria de Arte devem trabalhar juntas no planejamento, produção
e edição das pesquisas.
A edição não pode se limitar à publicação
dos números da pesquisa. Esses números devem ser enriquecidos
com casos concretos, personagens, memórias, textos de apoio,
contextualização. As artes têm de ser produzidas
com cuidado: têm de destacar os números principais, não
podem saturar o leitor com dados secundários, devem ter títulos,
têm de permitir leitura rápida e fácil, precisam
ser revistas várias vezes para que não contenham erros.
Os textos das pesquisas não devem ser longos. O DataFolha deve
ser consultado sempre que houver dúvida na leitura dos números
ou na interpretação das tendências apontadas.
piada - Veja brincadeira.
pingue-pongue - Veja entrevista pingue-pongue.
plágio - Usar texto, idéias ou trabalho de levantamento
de pessoa ou instituição e não atribuí-los
à verdadeira fonte é uma prática inadmissível
na Folha. Além disso, constitui crime, mesmo que apenas partes
tenham sido copiadas. Quando houver necessidade de reproduzir informações
exclusivas ou idéias originais de terceiros, é obrigatório
citá-los. Veja ética (no cap. Projeto Folha).
planos governamentais - Veja projetos oficiais.
plantar informação - Obter publicação
de informação sem interesse jornalístico. A Folha
não admite atender a interesses que não sejam os do
leitor. Veja balão de ensaio; vazamento.
"pool" - Designa grupo de jornalistas reunido para
uma cobertura importante que, pelas circunstâncias, não
comporta a presença de todos nela interessados ou para ela
credenciados. Esses jornalistas são sorteados ou escolhidos,
por critérios como nacionalidade, tempo de profissão,
idade. O grupo assume o compromisso de informar os colegas excluídos
da cobertura.
A Folha participa e admite obter informação de "pool"
apenas quando não houver outra forma de fazer a cobertura.
Nesse caso, explique como as informações foram obtidas.
A Folha não faz acordo para esconder informação
do leitor, boicotar personagem pública ou combinar estimativa
de números. Veja ética (no cap. Projeto Folha).
"press kit" - Designa material preparado por assessoria
de imprensa para eventual uso por jornalista. Em geral inclui press
releases e fotos a título de divulgação de evento,
instituição ou personalidade. Não use a expressão
em texto noticioso.
press release - Informação que assessoria de imprensa
envia ou fornece a jornalistas. O press release deve ser encarado
sempre com precaução. No máximo, pode servir
como subsídio adicional para o trabalho jornalístico.
A Folha nunca publica release na íntegra: checa a correção
das informações que ele veicula e o reescreve, quando
é o caso, de acordo com os padrões deste manual. Veja
assessoria de imprensa; lobby.
privacidade - A vida particular de personagem público
que busca essa condição por vontade própria tem
interesse social. Isso é verdade em especial para os governantes
ou candidatos a governantes: suas decisões são pautadas
em parte por características de personalidade e elas afetam
a vida de todos os seus governados. A sociedade tem direito de saber
os detalhes da vida particular do homem público que possam
afetar seu desempenho no cargo que ocupa ou que pretende ocupar.
Respeito à privacidade e direito do público à
informação podem às vezes se chocar. Em princípio,
o direito à informação deve prevalecer sempre
que se tratar de assunto relevante e em especial quando envolver personagens
públicas.
problema particular - Ao receber pedido de leitor para noticiar
um problema particular, avalie com cuidado para determinar se ele
é representativo de outros similares e se tem relevância
social. Quando não for esse o caso, explique com gentileza
ao leitor que o jornal não pode atendê-lo. Se possível,
encaminhe-o a alguma instituição que possa auxiliá-lo.
É o caso de pessoas desaparecidas, pedidos de donativos para
doentes, briga entre vizinhos etc.
projetos oficiais - Noticie sempre com senso crítico,
especialmente quando o projeto for divulgado por governante ou candidato
a cargo público. Nunca dê como certo que o plano vai
se realizar. Jamais escreva algo como: O governador Gastão
Malaquias vai construir 100 mil casas em dois dias. Indique que se
trata de promessa praticamente irrealizável.
Sempre questione de onde virão as verbas para os projetos.
Consulte especialistas para checar a viabilidade do projeto. Veja
custos.
provincianismo - Veja bairrismo; regionalismo (no cap. Texto).
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