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L**
lança-
- lança-bombas, lança-chamas, lança-perfume,
lança-torpedos.
laranja- - laranja-cravo, laranja-baía, laranja-da-terra,
laranja-lima, laranja-pêra.
latifundiário - Use apenas para designar proprietário
de terra que se enquadra na definição legal de latifúndio
vigente no país.
Segundo
o Estatuto da Terra (lei nº 4.504, de 1964), há dois
tipos de latifúndio: por dimensão (imóvel que
ultrapassa 600 vezes o módulo de propriedade, definido para
cada região do país) e por exploração
(imóvel com menos de 600 módulos de propriedade, mas
cuja exploração econômica seja pequena).
lava- - lava-louças, lava-pés, lava-pratos.
lei/Lei - Comece com maiúscula quando a lei tiver
um nome (Lei Sarney, Lei do Ventre Livre, Lei de Diretrizes e Bases),
mas não quando ela for conhecida apenas pelo número
(lei nº 5.250). O mesmo vale para outros textos legais, como:
Constituição, Código Penal, Plano Diretor.
Veja maiúsculas/minúsculas.
lembrar - Não use como sinônimo de dizer. Lembrar
implica que o fato mencionado pelo personagem da notícia
tenha realmente ocorrido: O cantor lembrou que sua turnê de
1975 foi um sucesso. Veja verbos declarativos.
lepra - Não use este termo estigmatizante. Empregue
hanseníase, palavra derivada do nome do médico norueguês
Gerhard Arnauer Hansen (1841-1912), que identificou o bacilo da
doença. O adjetivo é hanseniano.
lesa- - Sempre com hífen: lesa-gramática, lesa-majestade,
lesa-pátria.
lésbica - Pode ser usado para designar homossexual
feminino, se for relevante para o contexto da notícia. Veja
identificação de pessoa; homossexual; preconceito.
leste - Veja pontos cardeais.
lhe/o - Muito cuidado. É erro comum usar lhe em vez
de o ou a: Eu lhe amo, quando o correto é Eu o amo. Para
não errar, substitua mentalmente o pronome por ele ou ela.
Se não for necessária preposição alguma,
então o verbo é transitivo direto e o pronome a ser
usado é o ou a: "Eu amo ela", portanto, Eu a amo.
Outros verbos que costumam ser escritos com lhe, quando o certo
é com o ou a: Eu o conheço; Eu a vi; Eu o fiz sair
correndo; Eu o prejudico; Eu o acuso; Eu o enfrento.
lide - Palavra aportuguesada do inglês "lead",
conduzir, liderar. O jornalismo usa o termo para resumir a função
do primeiro parágrafo: introduzir o leitor no texto e prender
sua atenção.
Há
dois tipos básicos de lide: o noticioso, que responde às
questões principais em torno de um fato (o quê, quem,
quando, como, onde, por quê), e o não-factual, que
lança mão de outros recursos para chamar a atenção
do leitor.
O caráter
condutor do lide se aplica para quem lê e para quem escreve.
Se ao produzir um texto você não avança, fica
preso nos primeiros parágrafos, é muito provável
que o problema esteja no lide -ele o conduziu a um caminho errado
de estrutura de texto. Você não consegue mais escrever.
O leitor, possivelmente, não conseguirá mais ler.
Nesses casos, o melhor é refazer o lide.
Elabore
seu lide de modo que um título atraente e informativo seja
feito a partir dele com naturalidade. Não deixe para quem
vai titular o texto (pode até ser você mesmo) a tarefa
de decifrar o raciocínio do autor e juntar informações
dispersas.
Na
Folha , o lide noticioso deve:
a)
Sintetizar a notícia de modo tão eficaz que o leitor
se sinta informado só com a leitura do primeiro parágrafo
do texto;
b)
Ser tão conciso quanto possível. Procure não
ultrapassar cinco linhas de 70 toques (lauda) ou de 80 toques (terminal
de computador da Folha );
c)
Ser redigido de preferência na ordem direta (sujeito, verbo
e predicado).
Atenção
agora para o que você deve evitar no lide:
a)
Esconder o fato principal em meio a informações como
localização geográfica, horário, ambientação
e idade -todas elas recomendadas neste manual, o que não
quer dizer que todas devam ser fornecidas de uma só vez;
b)
Usar, sem explicar, nome, palavra ou expressão pouco familiar
à média dos leitores;
c)
Começar com advérbio ou gerúndio;
d)
Começar com declaração entre aspas, fórmula
desgastada pelo uso indiscriminado. Reserve-a para casos de declarações
de impacto: "Não acredito no livre mercado", disse
o empresário.
Para
o segundo tipo de lide, o não-factual, não existe
receita. É fácil fazer um lide burocrático.
Mas conquistar a atenção do leitor e ao mesmo tempo
informá-lo é um desafio.
Exemplo
de bom lide: O presidente eleito Tancredo Neves morreu ontem, dia
de Tiradentes, às 22h23, no Instituto do Coração
em São Paulo. O comunicado oficial foi feito pelo porta-voz
da Presidência, Antônio Britto, às 22h29. A morte
de Tancredo ocorreu 38 dias após sua internação
no Hospital de Base de Brasília, na véspera da posse.
Nesse período, Tancredo foi submetido a sete intervenções
cirúrgicas, as cinco últimas em São Paulo,
para onde havia sido transferido no dia 26 de março. Tancredo
Neves tinha 75 anos. Veja nariz-de-cera.
limão- - limão-bravo, limão-cravo, limão-doce,
limão-galego.
linchar - Assassinato de pessoa, acusada ou não de crime,
promovido por multidão ou grupo que pretende estar fazendo
justiça. Não escreva que alguém quase morreu
em um linchamento. Só há linchamento quando a vítima
morre. Caso contrário, use tentativa de linchamento.
A palavra
vem do inglês lynch, provavelmente derivada de Charles Lynch,
fazendeiro e juiz de paz da Virgínia (EUA) morto em 1796.
Lynch dirigia um tribunal não-legalizado através do
qual suprimia seus opositores políticos. A "lei de Lynch",
como ficou conhecida, passou a designar assassinato cometido por
grupo que alega estar fazendo justiça. Veja assassinar; executar.
linguagem coloquial - O texto de jornal deve ter estilo próximo
da linguagem cotidiana, mas sem deixar de ser fiel à norma
culta, evitando erros gramaticais, gíria, vulgaridade e deselegância.
Escolha
a palavra mais simples e a expressão mais direta e clara possível,
sem tornar o texto impreciso. Palavras difíceis e construções
rebuscadas dificultam a comunicação e tornam o texto
pedante: Ele não sabe quanto saiu a compra é melhor
que Ele não dispõe dos custos exatos da transação
comercial. Veja cacoete de linguagem; gíria; jargão.
linha- - linha-d'água, linha de prumo, linha de tiro, linha
divisória, linha-dura, linha-fina.
livre- - livre-arbítrio, livre-cambista, livre-docência,
livre-docente, livre-pensador.
livro - Veja título de obras.
lobby - Grupo de pressão formado para influenciar pessoas
com poder de decisão e de convencimento, como congressistas
e jornalistas. A função é institucionalizada
nos Estados Unidos. No Brasil, não está regulamentada.
Na maioria dos casos, pouco se diferencia de aliciamento. Dê
ao lobista a mesma atenção dada ao assessor de imprensa,
relações-públicas e divulgador. Veja assessoria
de imprensa (no cap. Produção).
lobo- - lobo-do-mar, lobo-marinho.
localização - Na Folha, todo texto deve situar
o local em que o fato noticiado ocorreu: O acidente aconteceu em Bananal,
310 km a leste de São Paulo; Foz do Iguaçu, na fronteira
com o Paraguai, assiste ao crescimento da atividade dos contrabandistas;
A nevasca isolou Santa Inés, no extremo sul do Chile.
Procure
sempre localizar o local da maneira mais pertinente em relação
à notícia. No caso do acidente em Bananal, o que importa
é localizar a cidade, que é pouco conhecida. Ao dizer
a 310 km de São Paulo, informa-se o Estado e a região
em que se encontra a cidade. No caso do crescimento do contrabando,
é melhor dizer que Foz do Iguaçu fica na fronteira com
o Paraguai, portanto em região propensa ao contrabando, do
que informar a distância em relação à capital
paranaense. No caso da nevasca, a informação de que
a cidade fica no extremo sul, local onde ocorrem temperaturas polares,
é mais pertinente do que fornecer a distância em relação
a Santiago.
Não
insulte a inteligência do leitor. É jornalisticamente
errado dizer que São Paulo fica no Estado de São Paulo
ou que Brasília é a capital federal. Isso vale para
cidades como: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Manaus etc., mas:
Rio Branco (AC); Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul; Cuiabá,
capital do Mato Grosso.
Também
não há necessidade de informar os países de
cidades como: Nova York, Washington, Moscou, Paris, Berlim, Frankfurt,
Lisboa, Madri, Barcelona, Londres, Tóquio, Buenos Aires,
Roma, Cidade do México etc., mas: Vaduz, capital de Liechtenstein;
Vilna, capital da Lituânia; Luanda, capital angolana.
Quando
o fato ocorre numa grande metrópole brasileira, mencione a
região e, se pertinente, o endereço: A exposição
acontece no Masp (av. Paulista, 1.578, região central de São
Paulo); o crime ocorreu na favela do Morumbi, zona sul de São
Paulo. Veja capital.
logradouro - Veja vias e logradouros.
lorde - Comece com minúscula, exceto quando se tratar
de apelido.
lua- - lua cheia, lua nova, lua-de-mel.
lua/Lua - Comece com maiúscula quando se referir ao
satélite natural da Terra como corpo celeste, em especial quando
o texto mencionar outros astros: Os norte-americanos já chegaram
com suas astronaves à Lua, a Vênus, a Júpiter
e a Marte. Quando se referir à luz do satélite, ao elemento
da paisagem, use minúscula: Os namorados aproveitam a lua cheia
para passear. Veja sol/Sol.
lugar-comum - Veja cacoete de linguagem.
lúmpen - Do alemão, farrapos. O termo é
usado para designar os mais baixos estratos sociais, inclusive vagabundos
e criminosos.
luso- - luso-africano, luso-brasileiro, lusofilia, lusofobia.
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Texto
Frases
Introdução
Como
consultar
Projeto
Folha
Produção
Edição
Anexos
Adendos
Bibliografia
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