Prêmio
Folha Categoria Reportagem 1997
Contratos comprovam 'pedágio' em venda no
futebol
27/11/97
Editoria: ESPORTE
Página: 4-1
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
Na venda do lateral-esquerdo Zé Roberto, da Lusa para o Real Madrid
(ESP) sumiram US$ 5,38 milhões (cerca de R$ 6 milhões).
Ao contrário do que anunciaram os dois clubes, Zé Roberto não passou
da Lusa ao Real Madrid. Por algumas horas do dia 28 de fevereiro
de 1997, o passe do jogador pertenceu ao Central Español, do Uruguai.
A Folha obteve com exclusividade os dois contratos. No primeiro,
o clube uruguaio pagou US$ 4,6 milhões ao clube brasileiro. No segundo,
assinado no mesmo dia, o Central recebeu US$ 9,98 milhões do Real
Madrid.
Os principais personagens dessa operação são o presidente da Lusa,
Manoel Gonçalves Pacheco, o presidente do Real, Lorenzo Sanz, o
próprio jogador e o empresário do futebol Juan Figer, que é uruguaio.
A venda, que foi feita para acertar a situação do jogador que havia
assinado um pré-contrato com o clube espanhol em dezembro do ano
anterior, chegou a ser fiscalizada por uma comissão de ex-presidentes
do clube. Acabou aprovada pelo Comitê de Orientação e Fiscalização
da Lusa, em abril.
Pacheco disse que, na verdade, Zé Roberto foi vendido por US$ 8,1
milhões, brutos, dos quais US$ 6,1 milhões viriam para a Lusa.
Sobre a diferença restante, de US$ 1,98 milhão, limitou-se a dizer
que não ''conhece'' o contrato do Central com o Real.
A operação revela também o poder do mais importante empresário de
futebol do Brasil, Juan Figer. Ele e mais seis pessoas atuam no
Brasil como agentes com permissão da Fifa. Nesse negócio, Figer
tinha elos com os quatro lados. Era (e é) procurador de Zé Roberto,
era o representante do Real Madrid, recebeu comissão da Lusa pelo
negócio e ainda tinha (e tem) relações com os dirigentes do Central.
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