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Comentários de Aldo E. Pansiera
Em 08/01/2010 19h45
Quem vencerá? Esperemos que o Brasil
O resultado foi bem claro, a pesar de ter sua divulgação proibida. O Gripen foi o tecnicamente melhor colocado, tem histórico operacional com alto padrão de prontidão, existe transferência de tecnologia e é o mais barato.
O Hornet é também tecnicamente aprovado, aliás o único com histórico de combate real , não existe clareza de como e quanto de tecnologia seria transferida e custa caro. O último apesar de eleito pelo comandante em chefe das forças armadas, é o Rafale , também tecnicamente aprovado , nos itens básicos, tem um histórico operacional com problemas de acidentes ainda sendo investigados, nunca esteve em combate real , promete transferência de tecnologia , mas é o menos confiável dos 3 e é muito mais caro que o primeiro colocado.
Pois bem, do ponto de vista dos militares da aeronáutica muito provavelmente o que eles realmente gostariam seria o HORNET, ou melhor atualmente Super Hornet com a transferência de tecnologia prometida pelos franceses e com o preço e custo de vôo do Gripen. Mas como esta opção não existe ficaram com a melhor, que é o Gripen em primeiro porque sabem que a SAAB faz aviões confiáveis e resistentes. Isso é vital para o piloto de caça cumprir sua missão e voltar vivo para cumprir muitas outras mais. Aliás em todo esse assunto o que menos parece interessar aos políticos que tem tratado do tema , e exatamente essa questão . Qual a chance de um piloto voltar vivo de seu 1º combate. E ainda voltar a combater tantas vezes seja preciso até que se contenha a ameaça inimiga?
Essa preocupação, certamente sempre existiu nos julgamentos dos militares que fizeram essa seleção, claro o piloto é um deles. Por isso até que a escolha seria o Hornet. Esse avião desempenha missões de combate real desde a década de 80. Esteve em combate no Golfo em 91, Esteve em ação nos Balkans varias vezes nos anos 90 e está em operação de combate no Afeganistão e Iraque desde que os EUA enviaram tropas para estes paises. Para um piloto o melhor avião é o que o ajuda a voltar para casa. Isso sempre foi verdade. Conheci veteranos da FAB da 2ª guerra, alguns com mais de 90 missões de ataque e todos eram agradecidos à resistência e capacidade de absorver danos do fogo inimigo do P-47 Thunderbolt que eles voavam então.
Se a idéia é comprar aviões para treinamento, e com discutível capacidade de combate , não é preciso comprar nada. Já temos vários F5 que a FAB mantém dentro da melhor condição possível. Se o que se quer é um avião moderno, viável e que desempenhe o necessário para missões de combate de fato. Qualquer um com bom senso acataria a opinião que venha daqueles que vão de fato arriscar a vida nele, num combate real , contra um inimigo de verdade. Qualquer coisa diferente disso deve ser entendida por todos como uma decisão irresponsável senão até um descaso com os homens e mulheres que por opção vestem farda e dedicam suas vidas à defesa deste pais, seu povo e sua liberdade.
Agora o ministro da defesa vai fazer seu relatório. Para que ? Como ele não é militar , pelo que eu saiba nunca o foi, ele é renomado jurista. Sua carreira iniciou-se no Direito, exerceu o magistério e ingressou na política nos anos 80. Nunca foi militar nem tampouco em sua biografia aparece que tenha freqüentado a cursos na ESG, assim sua experiência se limita a gerir politicamente, desde que assumiu este cargo, o relacionamento das forças armadas com o governo. Assim se o ministro seguir uma linha lógica , seu relatório deverá referendar o efetuado pelo corpo da aeronáutica
Quanto a eventuais fatores políticos nessa decisão, vale lembrar que os oficiais superiores que participaram do relatório da aeronáutica certamente por carreira receberam e exercitaram , ao longo delas lições , ensinamentos e princípios de estratégia , com fundamentos mais do que suficientes para avaliar estes aspectos nesta avaliação . Inclusive quanto a necessidade de se fabricar em larga escala estes aviões se não precisarmos apenas destes 36 aparelhos , mas sim numa situação em que a nação precise de 300 ou 3000 deles o mais rápido possível.
Por isso tudo, que não importa o que digam esta decisão não deve nem pode ser política como quer o presidente. Na verdade seria muito bom, que ele , sendo o comandante em chefe , neste episódio tenha em mente uma sábia frase dita por um grande general do século XX . "Ninguém odeia a guerra mais que o soldado. " e por isso mesmo, ninguém melhor que ele para saber como se preparar para ela.

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