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Comentários de Armando Correa de Siqueira Neto
Em 27/08/2009 09h21
Os certões
Fiquem certos todos de que há gente mais certa do que as ditas certas. É certo, é claro, que muita certeza sempre há de se revelar incerta, pois o tempo acerta e destitui o que se julgou certo um dia. Mas, convenhamos, hoje, o certo é que a política pareceu acertar de mão cheia na certeza dos eleitores. E, ainda que paire no ar a incerteza das incertezas, sobre os rumos políticos de uma nação incerta, havemos de contemplar aqueles que estão acima da dúvida e dos erros, eles, os certões, certos do seu feliz destino e cheios de convicções.
Eles nunca erram e nada têm a provar. São grandes na certeza da sua inocência. Enormes na sua própria defesa. Geniais no conchavo oportuno. Daí sua característica mais evidente, os certões. Todavia, não pense que assim o fazem por desespero apenas. É certo que não. O tempo e a prática certificaram-lhes com tamanha habilidade. Por certo que sim. Anos de carteira parlamentar forneceu a certeza de que tudo é possível se houver o truque da incerteza. São as táticas da certeza e da contra-certeza política.
Porquanto, cidadãos certos da sua indignação política, porém incertos da sua decisão eleitoral, a batalha se aproxima. É certo. Quem deseja combater tamanha incerteza com honradez e boa pontaria, mandando pra longe a patifaria, que treine bem para o brutal encontro nos campos da democracia. Ajunte consigo a vontade e a ponderação. Lembre-se, com a única certeza que ainda lhe resta: arme-se com as suas próprias conclusões.

Em Senado
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Em 10/11/2008 10h06
Mal a eleição dos Estados Unidos definiu o novo presidente para o próximo mandato, estabeleceu-se uma forte aposta sobre grandes mudanças. Em destaque, com a vitória de um líder negro para o mais alto cargo do país mais importante do planeta, a discriminação racial deve perder o seu peso. Sobe Obama, desce o preconceito.
Contudo, o novo presidente conseguirá apenas arranhar (com muito favor) o verniz que se sobrepõe às questões raciais. O ponto central do assunto não se encontra exatamente na aparência dos acontecimentos e nas rodadas de conversações tanto familiares quanto escolares, cuja tentativa, de boa fé, é a de defender igualdade para todos, mas na incompreensão profunda que se estabelece psicologicamente desde a infância, difundida através da postura que discrimina consciente e, sobretudo, inconscientemente. Ou seja, não nos damos conta de que somos preconceituosos porque não conseguimos reconhecer tal situação em nós mesmos. Acreditamos inocentemente no que diz o pensamento, mas voltamos as costas às emoções que dizem outra coisa. É o auto-engano.
Sob o véu da aparência da boa vizinhança social, se oculta o preconceito racial (além de outros), levando-nos a uma exposição distorcida entre o que se crê e o que se faz de fato. Dói perceber a discriminação, mas dói ainda mais ter de encarar a si mesmo como parte de tal condição, seja pelo silêncio consciente, seja pela indiferença inconsciente, ao afirmar para si próprio que nada tem a ver com a questão.

Em Eleições nos EUA
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