Comentários


Comentários de Carlos Ribeiro SAO PAULO / SP
Em 23/12/2007 16h09
É extraordinária a pobreza de espírito e intelecto da imprensa brasileira. Há meses a crise aérea virou a tábua de salvação quando não existem assuntos dignos de nota, ou percebidos como tal. Infelizmente, tudo leva a crer que a pobreza do noticiário está vinculada à uma crise intelectual do nosso jornalismo (crise que sempre existiu, na verdade). Vejamos: a tal da crise aérea é invariavelmente relatada em termos de estatísticas de atrasos e cancelamentos. Não há análise destas estatísticas (por exemplo, o que seria aceitável em termos de atraso, de acordo com normas internacionais?), usam-se casos particulares e piegas para exemplificar a crise (os eternos exemplos da pobre mamãe grávida e do velhinho que esperou 4 horas para embarcar, como se isso não ocorresse em qualquer aeroporto do mundo), estampam-se fotos dramáticas de filas (com uso de ângulos que procuram tornar tudo pior do que de fato é), e por aí vai. Não se analisa nada. Chega a irritar a uniformidade do noticiário a respeito, em todos os jornais.
Os jornais brasileiros são mesmo muito ruins. E ainda preenchem parcelas cada vez maior do seu conteúdo já pobre com anúncios imobiliários e assemelhados, em um processo de prostituição do espaço escrito sem igual em nenhum grande jornal do mundo.

Em Crise aérea
sem opinião
avalie fechar
Termos e condições


FolhaShop

Digite produto
ou marca