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Comentários de Rosana Fechio SAO PAULO / SP
Em 15/09/2007 11h33
Senador Mercadante
Sou, ou melhor, fui sua eleitora por diversas vezes; não porque sou petista, mas sempre tive muita simpatia pelos hoje já esquecidos ideais petistas de outrora. Embora não filiada a nenhum partido, sempre procurei pautar meus votos por meio da análise e da plataforma política não só do homem, mas, é claro, do projeto político do qual este homem faz parte.
Hoje, sinto-me pertencente a essa classe de brasileiros pensantes e que nos últimos anos está absolutamente perdida, uma vez que as pessoas que sempre foram um norte político parecem haver se desviado totalmente da trilha ideológica que pareciam seguir.
Veja bem, não sou o tipo inocente que não admite que na vida não se mude de opinião; sei que quando somos da "situação" nos damos conta de que é impossível que as coisas sejam da forma que queremos 100%; sei que os caminhos são tortuosos e que há que se abrir mão de muitas coisas.
O problema, Senador, é quando perdemos nossa essência, nosso eixo de idéias; e nesse sentido só posso crer em duas possibilidades: ou a essência de algumas pessoas muda com o tempo (coisa que me parece difícil) ou a essência era outra e a gente não conseguia vê-la com clareza.
Acabo de ler sua justificativa pela abstenção da cassação do patético Renan Calheiros nos jornais; e que triste me sinto, porque seu partido vem se esmerando em pouco a pouco dar "uma banana" aos seres pensantes que sempre o apoiaram. Por isso sua justificativa é tão lamentável, Senador, porque fere a essência do que até hoje o senhor propalou ser.
É inconcebível que o senhor, com todo seu passado político, opte por um voto tão covarde; em teoria seria a opção mais não-petista de todos os tempos. Que uma abstenção viesse de um tucano, vá lá, ou de algum outro partido, vá lá; mas de um dos homens que ajudou a construir a ideologia petista de sempre se posicionar diante de FATOS? Que vazio... Que buraco negro é este que vivemos neste país?
Nunca parei para escrever algo dessa natureza; mas este caso me tocou. Talvez sua atitude tenha sido "a pá de cal" na minha paciência com a imagem dos antigos ideais dos homens que um dia acreditei. De momento, segue, intocável, o brilhante homem chamado Eduardo Suplicy. Oxalá o Senador mantenha-se "grudado" a sua essência e dando mostras de que talvez seja um dos únicos a zelar senão pelo país, mas pelo menos por seus pilares de caráter.
Se um dia o Senador Suplicy também perder sua essência, talvez chegue o momento de (ao contrário do que diz a música de Milton Nascimento) "ficar de frente para o mar e de costas para o Brasil", porque realmente essa atitude talvez não faça desse lugar um bom país, mas talvez alivie nossa pequena existência de tanta decepção.
Com pesar
Sua ex-eleitora
Rosana Fechio

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